segunda-feira, 9 de março de 2009

Riqueza 2002





Fibromialgia - Expressão dolorosa da autolimitação

Para você que teve o diagnóstico de fibromialgia cabe uma reflexão sobre o significado desta condição, além de simplesmente adotar as medidas terapêuticas convencionais ou as mais recentemente preconizadas.
Ao olharmos atentamente para o paciente que tem fibromialgia, surpreendemos alguém que sofre dores generalizadas pelo corpo, mais relacionadas aos sítios das couraças psicológicas, que limitam as suas atividades do dia a dia. Este paciente, do ponto de vista corporal, expressa perda de flexibilidade, sendo que seus movimentos perdem a espontaneidade. Dorme mal, por conta das dores principalmente e, ao acordar seu ânimo é pior e, em função de não conseguir descansar, terá durante o dia mais dores e maiores dificuldades no desempenho de suas tarefas. O seu humor será irritável e para não demonstrar agressividade terá que ser emocionalmente contido todo o tempo. Aos poucos sua energia vai sendo espoliada, o que torna seu estado depressivo mais evidente. Ou seja: seus mecanismos internos ditam que é preciso ser contido para não expressar como agressividade a energia de iniciativa que tem e à qual não pode dar vazão. Toda esta energia represada volta-se contra si mesmo, gerando contraturas que denunciam raiva, indignação e revolta depositadas na musculatura. Portanto, esta contenção lhe causa dor, já que sua alma anseia por expressar-se livremente, seja tendo iniciativas nos seus campos prediletos de atuação com liderança e concretização de seus ideais ou tendo outro direcionamento qualquer não perverso para esta energia. A restrição, mesmo que aparentemente venha de fora (algo ou alguém em especial) é sempre auto-imposta. O fato é que esta pessoa não está podendo manifestar sua verdadeira natureza. E não o faz ou porque ainda não tem conhecimento dela, embora possa intuí-la ou porque não sabe que possui forças para reagir e suplantar possíveis obstáculos que se apresentem na sua vida. Esta pessoa precisa compreender e ser auxiliada no sentido de transformar aparentes impedimentos em estímulos para fortalecer suas habilidades e aptidões naturais. Quando esta pessoa se fortalece, não há marido, pai, chefe ou situações de vida que a impeçam de driblar os obstáculos. Ao perseverar na trilha do caminho próprio para ela, a cada conquista mais poderá soltar-se, recuperando a espontaneidade dos movimentos e assim a dor se esvairá e ela poderá voltar a ter luz e brilhar.
Pense bem. Fibromialgia, como diz o próprio nome, denuncia o seguinte: eu me deixo aprisionar, visto uma camisa de força, mas o faço de forma dolorosa, é doloroso me deixar conter, eu não me realizo, mas isto me dói demais. E esta dor me minando as energias e sem objetivo, sem poder seguir o meu próprio caminho, posso encontrar como única alternativa abreviar a minha passagem pela vida. Assim, a depressão pode, ao afetar meu sistema imunológico ao longo do tempo, propiciar o desenvolvimento do câncer, única alternativa que resta para me obrigar a acordar e me transformar ou simplesmente morrer.
Portanto, você que é cheio de energia, que tem objetivos, não permita que por eles não poderem ser canalizados livremente, isto possa, num primeiro momento, ser justificado através da incapacidade que a fibromialgia traz e numa seqüência lógica, pela aniquilação que existe em potencial no câncer. Lute para ser quem você realmente é, mesmo que isto não agrade aos que estão em volta, descubra-se antes. Avalie bem se a melhor opção para manter a harmonia na sua vida é negar-se, estando atento para as conseqüências no futuro.
A vida é uma seqüência de escolhas e estamos aqui para evoluir, para honrar nossa natureza e, se não pudermos expressá-la livremente, o esforço que precisamos fazer para isto servirá para fortalecer nossas características e até mesmo para que as descubramos. A pessoa mais importante da nossa vida somos nós mesmos, o nosso principal compromisso é conosco e nosso maior objetivo é a auto-realização. Não precisamos nem somos obrigados a nada. Escolhemos o que queremos e nos responsabilizamos sempre pelas conseqüências de nossas escolhas. Estar em harmonia consigo mesmo nem sempre implica em grandes realizações: com grande freqüência buscamos algo muito simples, mesmo que aos olhos dos outros pareça ridículo, simplório ou mesmo desprezível. O importante é saber o que nos preenche, o que nos faz felizes e buscar isto e não se contentar com menos do que isto.
É preciso compreender que, em todos os casos, a doença representa um alerta, uma tentativa de traduzir para nós mesmos uma mensagem importante que nos recusamos a enxergar. Se estamos doentes, estamos distanciados do nosso verdadeiro caminho e os sintomas são a luz que sinaliza o desvio e pode nos colocar na rota certa, desde que estejamos atentos e aceitemos parar momentaneamente, analisar o que está acontecendo e corrigir o desvio da rota. E para isto não basta e até atrapalha fazer simplesmente a supressão dos sintomas.

Ressurreição

Frio vento cortante, naquela praia deserta, onde o barulho das ondas violentas trazia o cheiro de maresia. Ele andava esquivando-se de pensamentos horrendos que o perseguiam desde o amanhecer e que haviam empurrado aquela alma atormentada até ali, naquela noite.
Sentia-se alquebrado, não que lhe doesse o corpo, mas o que quase ruía era a alma culpada pelo que tinha causado a quem tanto amava. A dúvida corroía seu coração. Seria mesmo verdade que ela tivera coragem de fazer o que lhe escrevera naquele bilhete que tinha recebido pela manhã? E será que de fato a amava, se não tivera a coragem de assumir um filho, fruto desta relação?
Só havia uma certeza: aquela frase curta que dizia “Pode sossegar, tirei o nosso filho.”, era como uma sentença para ele - morra!
Não desejava isto quando a notícia dada por ela na semana anterior desencadeara nele reações de revolta, egoísmo, desamor e covardia.
Só agora se dava conta do alcance de suas palavras insensatas e seu desaparecimento irresponsável, deixando confusa, desamparada e, sobretudo, tomada pela rejeição, aquela mulher que acreditava no seu amor.
Fizera isto por imaturidade e fugira até que se acostumasse com a ideia de que o futuro seria diferente dos seus planos individualistas.
Mas, de que importavam agora seus motivos, se tudo estava consumado? Era um assassino. Matara seu próprio filho. Não se achava digno de continuar. Ou de ao menos duvidar da veracidade da notícia escrita no bilhete, última gota de esperança capaz de evitar sua intenção momentânea.
Seus pés pisavam a areia, às vezes resolutos, outras vezes arrastando-se, e raramente seguiam em linha reta. Ia em direção às pedras.
O vento mais forte agora agitava seus cabelos sem ser capaz, entretanto, de colocar-lhe as ideias no lugar. Subiu ao ponto mais alto e olhou o mar. Aquela imensidão revolta, o cheiro de maresia, o barulho do vento...
Entendeu que das alturas era advertido agora. Não teve medo, porém. Queria misturar-se às águas, absorver, se possível, a força do mar ou perder-se de vez na sua grandiosidade.
Ia saltar quando, de repente, uma ponta de lucidez iluminou sua mente: não era verdade, seu filho estava vivo, sabia. O bilhete era só ameaça, ela não teria coragem, não era da sua natureza arrancar a vida de alguém. Ela amava a vida tanto quanto ele e era mais segura. Era mentira o que escreveu, estava certo disto.
Agora seu coração se agitava, esboçava no rosto um sorriso, ganhara nova vida, o vento frio não mais fustigava sua pele, o calor da alegria protegia seu corpo e lhe dava todas as forças necessárias para correr de volta pela praia.
Correu uma longa distância, a mesma que separava o ainda menino do quase homem feito. Estava diferente.
Voltou para a cidade e procurou sua amada naquela mesma noite. Estava certo. Quando ela lhe abriu a porta, seu olhar era de saudade e desejo, aplacados num abraço de encontro entre beijos molhados por lágrimas frias de ressurreição.

José de Alencar

A Viuvinha - José de Alencar
Cinco Minutos - José de Alencar

Dos românticos, o que mais aprecio é José de Alencar. São dois livros muito leves, com belíssimas descrições do amor romântico, com todos os suspiros e afetações próprias do gênero. É uma viagem para os que estão fartos desta vida agitada e estressante da cidade e desejam sonhar com o que é belo e delicado.

Dádiva 2002

Penso que existem muitíssimas coisas no céu e na terra que nos chegam invasoras e incompreensíveis.
Será que, pela primeira vez, um toque chegou até minha alma através de sua delicadeza e mansidão?
Será que encontrou você o caminho oculto de meu coração que leva até mais dentro, até a dor de ser, até a parte imortal milenar e lembrou-lhe que é capaz de amar?
A que natureza pertence este sentimento que amacia, suaviza, transforma, sensibiliza, torna intocáveis a pele e o pensamento?
O que você acende, faz existir, torna possível?
Será que me sente com a inteireza da alma, jogou-se sem saber neste abismo em que caio feliz?

Timidez e recato 2002


Sangue dos deuses 2002


Lianas ao vento 2002


Ardente África 2002


Torrente de lavas 2002


Portal dos sonhos 2002

Sonho lugares distantes, talvez em dias que virão para outro que não eu hoje.
Sonho falas, dedicação e esperança.
Sonho versos que não fiz e que surgem para você, em mim, de uma forma tão natural quanto sentir este amor.
Sonhos tontos, sonhos perdidos, sonhos relembrados.
Sonho as memórias que se foram e aquelas que, sonho, serão.
Sonho, triste, melodias doces em músicas inacabadas.
Sonho algo que nunca vi e que nunca fomos.
Sonho, e os sonhos me comovem e enternecem.
Sonho, sozinha, uma presença impossível.
Sonho uma intocável realidade.
Sonho, calada, desejos diferentes, semeados em minha alma pela expressão de seus desejos.
Sonho, meu amor, quieta, muito quieta, para não acordar e perceber que são sonhos.

Torrentes de paixão 2002


Florescer de amor 2002


Floresta orvalhada - Você em mim 2002


Roseiral de claridade 2002


Qual o sistema de crenças do seu médico?

Como o(s) médico(s) que você consulta concebe(m) a doença? Como ele(s) se posiciona(m) em relação à cura? Atraímos aquilo que pensamos. Então é importante que você estruture perfeitamente seus pensamentos em relação a este assunto para não atrair o que não lhe convém.
Será que seu médico ainda concebe a doença em termos mecanicistas? Será que ainda hoje, em que novos conceitos já existem há mais de 50 anos, ele ainda não atualizou sua prática?
É necessário entender que os novos conceitos da chamada medicina integral (quântica) não se prestam somente a permanecer como teoria. Eles são facilmente associados à prática e negá-los implica em fazer mau uso da arte de curar.
É inegável, hoje, que somos seres de luz, que funcionamos em rede e que existe em cada ser a mesma inteligência que existe no cosmos. Somos natureza. Isto implica em que as leis que regem a natureza são as mesmas que nos regem.
Devemos absorver na nossa prática os conceitos de “partícula-onda”, de “não-localidade”, de “universos paralelos”.
Na prática isto quer dizer que seu médico deve entender que:
1. existe uma inteligência que anima o físico;
2. que não existe separação corpo-mente;
3. que todas as células do seu corpo são dotadas de inteligência;
4. que nenhuma substância sintética tem a capacidade de se equiparar às substâncias produzidas por nosso corpo;
5. que mesmo que as moléculas sintéticas sejam idênticas às naturais, elas (se administradas pelo homem) não se ajustam perfeitamente ao delicado equilíbrio mantido pelo corpo em seus vários sistemas;
6. que a rede de comunicação dentro do corpo não se restringe ao sistema nervoso, sistema endócrino e mesmo ao sistema imunológico, mas que todas as células recebem e passam informações: assim seu rim, seu fígado e seu pulmão falam e entendem mensagens.
É importante que você se atualize em relação à saúde para que possa escolher e atrair profissionais competentes, que lidem de forma segura, amorosa, inteligente e criativa com suas patologias.
E você que é médico, que desempenha tão bem sua especialidade nos moldes da medicina convencional, porque não é capaz de se abrir ao novo? Afinal, não é tão novo assim, e é reproduzível, portanto, científico, desde que dentro de sistemas compatíveis. E, sem dúvida, integrar estes novos conceitos preencherá as lacunas que existem dentro da Medicina que você vem aplicando e que, apesar de todo avanço, é tão frustrante nos seus resultados, tanto para quem trata como para quem é tratado.
Além disso, permitirá a você uma compreensão de fatos considerados espetaculares, vulgo “milagres”, tais quais a cura espontânea de doenças como câncer, AIDS e outras. Seja coerente, pratique a medicina do seu tempo, mesmo sabendo que possui limites, na dependência das possibilidades de cada um em determinado momento, como sempre ocorreu desde o início dos tempos.
Se o profissional que você busca não entende que o material e o imaterial funcionam juntos e que ambos são passíveis de sofrerem alterações e permitirem ajustes, é possível que suas orientações sejam ineficientes, pelo menos em longo prazo, para a maioria dos problemas de saúde. É provável que ele se arvore o direito de lhe dizer o caminho que você deve seguir no seu processo de cura. E se, em situações de emergência, ele foi indispensável para promover o alívio de sua condição de doença, ainda assim sua atuação terá sido muito aquém do possível e esperado por qualquer enfermo.
E se seu profissional de saúde ainda hoje não reconhece o seu papel tão importante como co-curador, deixando para o ser que adoece a condução do processo em termos mais abrangentes, com certeza ele o estará privando das inúmeras possibilidades de abordagem que poderão ser indispensáveis à obtenção da saúde integral, além de negar a você a possibilidade de vivenciar sua doença como oportunidade de evolução, de criar novas habilidades, de transcender.

Feitiço da lua loba 2002


Esplendor de ametista 2002


Placidez e turbulência 2002

“As pessoas criativas aceitam mais do que ninguém a complexidade e a desordem. Em sua preferência generalizada pela confusão, voltam-se para a percepção nebulosa da vida inconsciente e respeitam as forças do irracional em si mesmas e nos semelhantes. O homem criativo não apenas reverencia sua própria irracionalidade como considera-a a fonte mais fecunda de seus pensamentos. Repele a exigência social de calar na alma o primitivo, o ignaro, o ingênuo, o mágico, o absurdo. Quando pensa de um modo tido por condenável, os colegas o tomam por desequilibrado mental. Ora, esse desequilíbrio talvez seja mais saudável que danoso. A pessoa verdadeiramente criativa está pronta a abandonar as velhas classificações e a reconhecer que a vida, sobretudo a sua, que é única, apresenta inúmeras possibilidades. Para ela, a desordem é a ordem em potencial.”
Frank Barrow (“Psicologia da imaginação”, Scientific American, 1950)

Catavento solar 2002


Seio da terra 2002


Veludo 2002


Lua lilás flutuante 2002


Causas do câncer

Se você teve diagnóstico de câncer, tem um parente, amigo ou conhecido com esta doença, ou mesmo se interessa por este assunto, estas informações poderão ser úteis para você.
O câncer continua sendo um mistério, embora, atualmente, já possamos falar em cura em muitos casos e a prevenção em diversos tipos de câncer possa ser feita com segurança. Como qualquer outra doença, devemos examiná-la de forma particular para cada paciente e em cada caso representa uma forma de expressão única.
Entretanto, podemos delinear uma representação geral para todos os tipos de câncer. E isto nos ajudará a compreender porque uma pessoa desenvolve esta patologia.
Sabemos que o câncer é uma proliferação desordenada de células no corpo, escapando aos mecanismos de controle presentes no organismo, podendo ser congênito. Estamos continuamente produzindo células malignas em nosso corpo e nosso sistema imunológico está preparado para tirá-las de circulação, em condições habituais.
Os fatores implicados na etiologia do câncer são muitos: genéticos, ambientais, nutricionais, infecciosos, psicológicos, espirituais, atuando geralmente em conjunto. As pesquisas evoluem diariamente, na tentativa de trazer uma melhor abordagem para o diagnóstico e tratamento e ainda há muito a ser estudado e compreendido.
Mas, do ponto de vista psicológico, em termos de visualização de imagens, qual o significado do câncer?
O câncer significa uma revolução, uma anarquia, uma revolta, uma expressão de rebeldia. É uma expansão agressiva que não respeita limites, que não considera o que está em torno e simplesmente avança, se manifesta, quer aparecer, mostrar a cara mais cedo ou mais tarde, com agressividade e determinação. Na verdade, é uma explosão desordenada da força criativa que não foi bem canalizada e extravasou após ter sido represada por muito tempo, até que a maior parte da energia vital consumida para conter a rebelião se extinguiu.
Desta forma, podemos considerar que, como em todas as outras doenças, o câncer tem um propósito, tem uma mensagem a dar ao seu portador. O que a pessoa precisa fazer - e não consegue - realiza-se, metaforicamente, através do câncer.
Assim, descobrindo o significado profundo desta doença poderemos nos antecipar entendendo a sua mensagem e realizando, o mais prontamente possível, o que ela nos propõe, fazendo transformações, evitando o aparecimento dos primeiros sintomas. Se possuímos uma personalidade predisposta ao câncer ou mesmo no caso da doença já estar presente, podemos alterar sua evolução, paralisar seu avanço ou, em alguns casos, conseguir a sua regressão parcial ou total, ainda que esteja em fase chamada terminal.

Perfil dos pacientes com câncer

Do ponto de vista prático, o que podemos fazer com relação ao câncer?
É importante que façamos um auto-exame para verificar se possuímos tendência a doenças malignas ou observar estas características nos pacientes de câncer que conhecemos para podermos trabalhar em nossa própria transformação, libertando-nos e evitando contrair a doença ou ajudar a estes pacientes nesta busca em direção à saúde.
Estudos extensos, realizados por vários autores e iniciados por L. LeShan, demonstraram as seguintes características no perfil dos pacientes de câncer ou com personalidades predispostas:
- apresentam história de rejeição na infância, principalmente por um dos pais, com culpa, isolamento e auto-desprezo, originando o padrão mental de que “relacionamentos intensos e profundos são perigosos”;
- introjetam a rejeição, passando a rejeitar-se, sentindo-se inadequados; sentem que são diferentes dos outros e consideram-se errados, julgando que para serem aceitos devem reprimir a verdadeira personalidade, passando a ser quem não são para não serem rejeitados;
- sendo quem não são, só encontram razão de ser em suas vidas através de viver para os outros, estabelecendo um relacionamento afetivo que dá significado às próprias vidas, devotando-se a alguém ou a alguma coisa (filhos, cônjuge, trabalho, uma causa etc.);
- quando perdem este relacionamento significativo (por morte, aposentadoria, desemprego, saída dos filhos para suas próprias casas etc.) retornam à situação de rejeição da infância, reeditando-a;
- passam, então, à total indiferença; é um estado de depressão em que se isolam emocionalmente, sentem que não podem se realizar, que tudo é desprovido de significado, passam a contar os dias, continuam tendo atividades, mas fazem o que é preciso fazer sem qualquer envolvimento, não têm energia para lutar por suas próprias vidas e pelos seus ideais (nem mais conseguem identificar seus desejos);
- não expressam as emoções, principalmente afeto ou raiva; são retraídos, reservados, rígidos;
- têm personalidade forte, com muita energia emocional, um fogo interno que ficou represado sem realização, consumindo energia vital; isto foi causado opor uma compreensão equivocada de que havia só duas possibilidades: que sendo quem realmente eram seriam rejeitados e sofreriam, ou que para serem aceitos deveriam ser quem não eram e, portanto, também sofreriam por terem deixado pelo caminho suas aspirações e desejos.
(Observação - Todas estas características devem ser consideradas em conjunto, já que isoladamente não têm significado na predisposição. Além disso, esta avaliação deve se referir a uma história de vida e não a períodos de vida que todos temos, onde se apresentam estas dificuldades.)

Das profundezas à luz radiante 2002


Abordagens terapêuticas para o câncer

O câncer tende a aparecer depois de um período (em geral, de cerca de um ano) em que volta a editar a rejeição sofrida na infância, depois de ter perdido o relacionamento afetivo que estava dando sentido à sua vida até então.
A partir daí, é preciso que a pessoa entenda este seu processo e seja ajudada com psicoterapia breve a resgatar seu verdadeiro eu e investir em si mesma lutando pela sua vida. Muitas vezes a própria Vida, através da doença, propõe esta reviravolta e o paciente aceita, efetua as transformações profundas em si e promove a regressão do câncer.
Analisando a vida do paciente, permitindo que ele se autodescubra e ajudando-o a recuperar o tempo perdido na busca de suas realizações pessoais, se ele assim o desejar. Esta é uma abordagem complementar, que intensifica as ações das outras formas de tratamento (cirurgia, quimioterapia, radioterapia etc.). Mesmo nos casos em que a evolução clínica é desfavorável, com certeza este paciente terá oportunidade de se reconciliar consigo mesmo, vivendo muito mais intensamente o tempo de vida que lhe terá restado, com realizações muitas vezes mais significativas neste breve tempo do que teve em toda a sua vida.
Naqueles que têm personalidade que predispõe ao câncer, a conscientização e o encaminhamento para a terapia com a finalidade de promover as transformações necessárias terão a finalidade não só de evitar a evolução para a doença, mas principalmente de trazer uma melhor qualidade de vida com a libertação do potencial criativo e conquista de paz e felicidade.
Convém ainda enfatizar que a dor crônica muitas vezes presente nos pacientes com câncer pode ser abordada com maior sucesso considerando-se que quase sempre é potencializada pelo estado psicológico do paciente, representando em parte, expressando sua dor psicológica que, se resolvida ou abrandada, poderá ser minorada (restando principalmente os fatores fisiológicos).

Ao paciente com câncer

Se você tem câncer, estando ainda em tratamento ou em fase de remissão ou se tem uma personalidade predisponente, apresse-se em restabelecer o contato profundo consigo mesmo.
Esta é uma mensagem de esperança. Saia do desespero, do isolamento, liberte-se. Manifeste seu afeto. Ponha para fora sua agressividade, não se contenha tanto. Arrisque-se a investir naqueles sonhos que foram abandonados. Você tem o direito de ser como realmente é: de ficar com quem quiser, de trabalhar no que quiser, de viver sua vida conforme seu desejo. Não negue sua individualidade, mesmo que encontre muita oposição pelo caminho.
O câncer é uma experiência profunda porque traz a possibilidade da morte e a morte é convite à transformação. Então tem que ser já, é possível morrer ainda em vida sendo uma “outra pessoa”, aquela que você era e tinha deixado aprisionada. Lute por sua vida e procure ajuda profissional de qualidade sempre que puder.

Doença grave na família

Quando passamos por uma grande dificuldade, devemos solicitar ajuda daqueles que estão próximos. Isto traz benefícios, não só para aqueles que precisam do auxílio, mas também para aqueles que se dispõem a ajudar.
Isto é bem demonstrado no relato contido no livro do Dr. Bernie Siegel, Paz, Amor e Cura, quando fala sobre as atitudes de uma mulher ao saber que o marido estava com câncer, solicitando e recebendo a ajuda necessária da família, dos amigos, de colegas, do marido e até de si mesma. Aqueles que cuidam do doente, assim como ele, precisam descobrir como pedir aquilo de que precisam. Ela descreve assim a sua experiência:

“- Reuni a tropa. Contei à minha família, à de meu marido e aos amigos.
- Pedi a todos que me contassem histórias de sobreviventes de câncer, ou nos apresentassem a eles, e perguntei-lhes o que supunham tê-los ajudado a sobreviver.
- Comecei a fazer psicoterapia imediatamente.
- Continuei com meus exercícios.
- Fiz muito carinho no meu gato. Abracei amigos, familiares e meu terapeuta.
- Fazia carinhos a mim mesma. Usava roupas macias e felpudas e tomava banhos de banheira.
- Confiava naquilo de que gostava. Uma coisa que me dava prazer era continuar a me vestir bem e usar maquiagem. Ter boa aparência melhorava meu astral.
- Procurei comer alimentos nutritivos.
- Decidi, imediatamente, acontecesse o que acontecesse, inclusive a morte de meu marido, que superaríamos juntos toda essa história, que eu sairia vencedora dessa batalha e que usaria toda a nossa experiência para ajudar os outros.
- Através de meu trabalho mantive contato com aspectos meus que não estavam ligados ao fato de ser mulher dele.
- Procurei informações médicas e pedi aos amigos e familiares que pesquisassem por mim.
- Pedi às pessoas que rezassem.
- Controlava as visitas e telefonemas para meu marido.
- Aceitava ajuda.
- Fazia pausas. Meu marido queria que eu continuasse bem, e tirar um dia de folga era uma afirmação de que tanto ele como eu podíamos manter nossa independência pessoal. Mesmo quando ele estava muito doente teve a oportunidade de retribuir, dando-me liberdade.
- Liberei-me do passado. Nossa vida tinha mudado irrevogavelmente com o diagnóstico dele.
- As comparações de nossa vida presente com o sossego do passado transformaram-se em sorvedouros irrelevantes de energia.
- Desisti de tentar controlar minhas emoções.
- Abri mão das tarefas que não eram essenciais.
- Abri mão do tratamento de meu marido. Como sua mulher, minha tarefa era amá-lo; recuperar-se era tarefa dele.
Minha experiência foi clara: as pessoas não devem esperar para expressar seu amor! Algumas só precisam de orientação quanto à melhor forma de demonstrá-lo. Tudo quanto eu tinha a fazer era mostrar minha situação, e as pessoas aproveitavam a oportunidade de serem humanas e afetuosas.”

Este é um texto para reflexão. Se você está passando por uma situação parecida em sua vida, pode colocar estas sugestões em prática, de acordo com a sua realidade.

Qual a melhor opção de terapia?

Qual a postura que você deve adotar diante de um problema de saúde? Quando precisar buscar ajuda profissional, a que terapeuta deverá recorrer? Será que ao procurar um clínico geral alopata estará fazendo a melhor escolha? Considerando que não só a parte física fica comprometida num problema de saúde, é válido procurar ajuda de um terapeuta da mente?
Tantas questões existem com inúmeras respostas possíveis, dependendo do problema existente naquele momento e do contexto em que a pessoa está inserida. Não há caminhos únicos e não necessariamente uma opção é melhor que a outra. E a escolha de hoje poderá ser alterada, à frente.
Mas, sem dúvida, a melhor postura que podemos ter ao adoecermos é não delegar a outros, terapeutas ou não, a responsabilidade total pela nossa cura. Devemos participar sempre. Não podemos esquecer que somos únicos e que existem cinco corpos onde se manifesta a consciência: físico, astral, mental, supramental (eu superior) e espírito. Logo, a própria pessoa que adoece é que precisa compreender o seu problema de saúde e fazer a integração de todas as repercussões dele nos níveis de consciência.
Desde um simples resfriado até o desenvolvimento de patologias crônicas, o processo é o mesmo. Nada acontece por acaso. Nenhuma doença cai do céu por descuido, não somos simples vítimas do destino. Doença tem significado.
A doença se configura uma forma de expressão. Ela é plasmada desde os corpos mais sutis até expressar-se no físico para desempenhar um papel na evolução do ser. A doença evidencia aquilo que não conseguimos enxergar, utilizando linguagem simbólica.
Em diferentes problemas de saúde a etiologia é multifatorial e este conceito vai muito além da concepção da medicina tradicional alopática.
Encontramos nos modelos clássicos da Medicina Tradicional Chinesa, da Medicina Ayurvédica e da Homeopatia uma compreensão mais ampla do que seja doença.
De uma forma prática não podemos esquecer que cada forma de abordagem, seja ela homeopatia, alopatia, acupuntura, psicoterapia com ou sem hipnose, fisioterapia, fitoterapia (só para citar as mais conhecidas), tem o seu papel e momento de atuação e que podem e devem ser utilizadas em conjunto, algumas vezes muitas delas sendo imprescindíveis. Entretanto, o encaminhamento do ser que adoece - para determinado(s) terapeuta(s) - deve ser feito por profissional com uma visão ampla integrativa quântica, que tenha conhecimento preciso de todas estas formas de abordagem ainda que não pratique cada uma delas e reconheça o papel do terapeuta como co-curador, deixando o papel principal sempre para o “paciente”.

Concepção da cura

Para aqueles que acessam nosso portal se faz necessário uma explicação. Quando falamos em despertar os mecanismos de autocura nos organismos é preciso que se compreenda do que estamos falando.
Não estimulamos ausência de busca de diagnóstico nem automedicação, mas sim responsabilidade pelo funcionamento do nosso organismo e uma visão mais abrangente de doença e saúde.
Não podemos admitir que ainda hoje exerçamos a Medicina e outras ciências humanas dentro de uma visão antiquada e ultrapassada. É preciso adequar as nossas práticas ao novo paradigma que se fundamenta não apenas na física newtoniana, mas na física quântica principalmente. Assim, é impraticável fazer diagnósticos e tratar unicamente o corpo físico, em geral exercitando supressão de sintomas e vangloriar-se da eficácia, rapidez e supremacia da medicina alopática.
Atuar unicamente nesta frente sem integrar os sintomas e sinais à individualidade do organismo nem promover a compreensão do significado da doença, trazendo à responsabilidade o paciente para o ser total e estimulando sua transformação (salto quântico) se constitui medida inapropriada porque de resultados parciais e incertos.
Atuar de forma eficaz é compreender a dimensão material e imaterial do homem que é composto por cinco corpos principais (de consciência) que se inter-relacionam de forma quântica: - corpo físico (corpo material): sinais e sintomas;
- corpo vital (corpo de energia): sentimentos;
- corpo mental (mente): pensamentos;
- corpo supra-mental (alma): intuição;
- corpo espiritual (espírito): beatitude.
A cura integral representa um evento criativo onde existe a liberdade de escolha do funcionamento normal, dirigindo-se, conforme a necessidade, a todos os movimentos de todos os cinco corpos de consciência.
É preciso que hoje os médicos se assumam como co-curadores com o paciente. Não se trata de prescindir dos grandes avanços tecnológicos. Porém cada campo de atuação tem seu lugar e momento precisos. E não podemos deixar de utilizar técnicas de tratamento num plano mais elevado de consciência com abordagens mais sutis.
Dentro da visão quântica podemos e devemos integrar todas as diferentes filosofias das várias escolas de medicina, dando opções e esclarecimento aos pacientes para que possam escolher entre doença e cura e desenvolver os fatores de auto-organização presentes em todos os seres como abordagem única ou complementar às técnicas de âmbito materialista, amplamente empregadas e tantas vezes imprescindíveis.

Médico, o que dizer e como dizer?

Doutor: aquilo em que você acredita não é o mais importante para o paciente, e sim o amor que você tem potencial para oferecer a ele.
Os médicos e demais terapeutas deveriam estar atentos para suas palavras e atitudes. Afinal, eles são como as mães e os professores, que têm uma grande responsabilidade com o que sai de suas bocas, sendo instrumentos de maldições e/ou causando piora de sintomas.
Quando o terapeuta exerce sua atividade está imbuído de um grande poder. Sendo assim, não pode ser inconseqüente na sua prática.
Além de ter cuidado com as palavras proferidas junto a pacientes comatosos ou anestesiados durante procedimentos cirúrgicos (evitando brincadeiras e considerações a respeito dos pacientes), a equipe de saúde deveria sempre filtrar e ponderar bem quando emite opiniões sobre diagnósticos e prognósticos. Os médicos deveriam, inclusive, ter responsabilidade na orientação ao paciente quanto à validade de procurar terapêuticas convencionais e/ou alternativas, não opinando sobre o que não têm conhecimento.
Assim como pacientes inconscientes registram e reagem às palavras da equipe (fato muitas vezes desconhecido ou senão desconsiderado pela maioria dos profissionais), aqueles pacientes que ouvem as opiniões de seus médicos e terapeutas são altamente vulneráveis a elas. Como o feto que não tem capacidade de discernir os pensamentos predominantes expressos nas palavras da mãe e dos parentes mais próximos, interpretando literalmente o que ouve na vida pré-natal e reagindo depois, também os doentes reagem àquilo que lhes dizem os seus médicos.
É preciso que os profissionais de saúde utilizem esse grande poder que encarnam para estimular a capacidade de recuperação dos seus pacientes, ao invés de aniquilarem as esperanças infundidas nos mesmos por aqueles que os amam ou por terapeutas menos ortodoxos.
Afinal, as crenças dos terapeutas não devem influenciar negativamente os pacientes (a palavra terapêutica funciona quando o médico trabalha segundo o universo do paciente). Não importa se eles acreditam ou não no poder do amor, nas curas miraculosas, nas regressões espontâneas, na cura espiritual, em hipnoterapia, homeopatia, acupuntura etc. O que importa é no que acredita o próprio paciente (o que deve ser estimulado pelo médico). E se ele crê e se a terapia está tendo sucesso, ninguém tem o direito de atrapalhar o tratamento e diminuir suas esperanças.
Sabe-se hoje que, para o cérebro, não importa se determinado fato é real ou imaginário, ele funcionará da mesma forma em ambos os casos. Ou seja: a realidade é aquilo em que você crê. Lembre-se, doutor: aquilo que você diz e deixa transparecer para o paciente em relação à sua expectativa sobre a doença terá influência direta na evolução do caso. E o que vem de você, o encanto que exerce, nenhum outro médico ou terapeuta pode quebrar, só você mesmo. Ou senão, o paciente terá que ter grande lucidez e empreender um grande esforço para ultrapassar a sua negatividade e, tendo em vista que ele é o doente, nem sempre poderá atuar com este vigor.
Portanto, ajude seu paciente a se curar ou, no mínimo, não atrapalhe. Não seja um nocebo por preconceito de ser um placebo.

Quem, de fato, comanda o processo de cura?

No passado, a Medicina era muito mais arte do que técnica. Os médicos eram indivíduos com conhecimentos que iam além dos compêndios de Medicina e eram chegados às discussões filosóficas. O ato médico era considerado sagrado e os médicos estavam equiparados aos sacerdotes.
Hoje, com o avanço tecnológico, espera-se dos profissionais de saúde que sejam bons técnicos e estejam sempre bem informados e atualizados nas modernas tecnologias aplicadas à área de saúde.
Mas, onde fica a arte? Como podemos encontrar o equilíbrio que buscamos no profissional que lida com a saúde, aquele que deve nos orientar?
Quando adoecemos, sem dúvida necessitamos de um terapeuta que domine a técnica que pode nos ajudar e tantas vezes é indispensável. Entretanto, não podemos prescindir do equilíbrio, da sabedoria e da inteligência que esperamos existir neste profissional.
Mas percebemos que os profissionais de saúde, salvo raras exceções, encontram-se atônitos diante do desafio de acompanhar o rápido desenvolvimento da técnica, com um conhecimento que, na maioria das vezes, não pode ser aplicado para o diagnóstico (em virtude tanto do sucateamento dos equipamentos como do descaso das autoridades responsáveis pelas unidades de saúde pública) nem para o tratamento (quando se depara com a realidade social do paciente).
Nestes momentos, o profissional de saúde abre mão daquilo que possui de mais precioso para exercer sua atividade: sua própria pessoa (sua inteligência, sua sabedoria, seu equilíbrio, sua criatividade).
Trabalhando na rede pública com pacientes menos favorecidos economicamente ou na rede privada, vinculado ao sistema de planos de saúde, o profissional deve ter pleno domínio da sua liberdade no exercício da Medicina, não se deixando vencer pelas pressões, pelas circunstâncias, pelos apelos deste mundo caótico. E deve se manter atualizado nos conhecimentos que dispomos sobre saúde integral.
Afinal, se nos propomos a cuidar de alguém, partimos do princípio que estamos em condições de fazê-lo e, portanto, menos doentes em relação aos nossos clientes e mais preparados que eles.
O profissional de saúde não pode deixar de investir na sua saúde integral. A sua consciência, expressando-se nos níveis físico, vital, mental, supramental e espiritual deve vibrar saúde ao invés de tender para a doença. E deve fazer ressonância com a flexibilidade e com o novo.
Essa concepção, em termos práticos, não é tão idealista como podemos supor. Podemos e devemos cultivar em nós mesmos a abertura para a criatividade, condição primeira para alcançar a cura. E criatividade possibilitará a Medicina como arte!

Semente do Portal Saúde

Há algum tempo vinha pensando em escrever sobre minhas reflexões. Não tenho talento especial para tal. Estou na maturidade e gostaria de dar testemunho das minhas vivências no âmbito profissional. Entretanto, não tenho intenção de produzir um texto de auto-ajuda. E muito menos um livro técnico sobre qualquer especialidade médica. O que desejo é colocar a minha visão atual da arte de exercer a Medicina, baseada exclusivamente em minha prática clínica de 25 anos aliada a estudos complementares nas áreas de psicossomática, astrologia, quirologia, numerologia, terapia de regressão de memória e hipnose.
Este projeto é destinado a leigos e profissionais de saúde - médicos e não médicos - que se proponham a refletir, opinar e discutir pontos de vista sobre:
- a capacidade que todos os seres vivos possuem de se autocurarem;
- o conceito de que doenças representam, tão-somente, formas de expressão de um desequilíbrio em qualquer nível do ser;
- o potencial que possui qualquer profissional de saúde de gerar, manter ou mesmo agravar doenças;
- a finalidade precípua do curador, médico, psicólogo e outros, que é aliviar o sofrimento humano e permitir que o indivíduo se expresse em sua totalidade para exercer os mais elevados fins da existência.
Tenho a convicção de que tocar em pontos nevrálgicos da prática médica, com opções de atuação muitas vezes contrárias ao que é comumente preconizado, causará polêmicas, ainda mais se a proposição é feita por profissional que atua na área de medicina alternativa. Entretanto, venho exercendo, paralelamente, nestes 25 anos, a especialidade médica de patologista em dois grandes hospitais, estando, portanto, vinculada, estreitamente, à comunidade científica, com uma rotina baseada em casos concretos e bem documentados.
A minha finalidade única é despertar nas pessoas a capacidade natural que possuem de observação de si mesmas para empreenderem as transformações necessárias à modificação dos fatores geradores de suas doenças, responsabilizando-se pela sua saúde, considerando que, para todos os seres vivos, a lei da natureza é a saúde plena e não a patologia.

Você gera a sua doença

O que significa a afirmação: “Você gera a sua doença.”?
Quando, como médicos, terapeutas ou amigos de algum doente dizemos a ele que sua doença é criada por ele, esta afirmação costuma causar muita confusão. O que queremos com isto? Como cada um interpreta esta afirmativa?
É preciso deixar bem claro a intenção do terapeuta ao discutir este tema com seus pacientes: 1. o objetivo maior não é criar culpas, desenvolver mágoas ou ressentimentos naquele que apresenta um problema de saúde: a intenção é criar responsabilidade no paciente;
2. responsabilizar-se pela sua doença não significa que você é o único culpado por ela e terá que resolvê-la; significa que ela é dirigida especialmente a você e você terá que se envolver com ela, compreender os seus significados para que, então, possa tentar revertê-la (não desconsiderando, é claro, os fatores genéticos e ambientais);
3. o significado de cada doença (seja ela um quadro agudo, doença arrastada ou doenças graves chamadas “incuráveis”), embora mostre um determinado padrão comum a diferentes pacientes, é específico para cada indivíduo, construído a partir de símbolos próprios (Não despreze os símbolos, analise seus sonhos.);
4. responsabilizar-se por sua doença é tentar compreender que mensagens ela está transmitindo a você (Você é indispensável nesta busca e mesmo que algum terapeuta seja arguto o suficiente para entendê-lo e transmiti-lo a você, a ajuda será pequena, já que o recado é específico para você e você é que deve decifrá-lo.);
5. entender a doença como forma de expressão da sua alma, como um alerta para lembrá-lo de que está se desviando do caminho que escolheu viver, é aceitar que você deve encarar a sua doença de um ponto de vista mais profundo, conversar com “ela”, escutar o que “ela” quer lhe dizer, concentrar-se nela;
6. ter responsabilidade pela sua doença é parar de fugir, de escamotear, de colocar-se como uma vítima e passivamente entregar o “pacote” a algum terapeuta ou a vários deles, para que o livre(m) do grande mal que representa para você;
7. envolver-se com a doença é ver nela uma oportunidade de enxergar-se melhor, de corrigir a rota de sua vida, de legitimar mudanças necessárias que, sem ela, você não conseguiria viabilizar;
8. ter responsabilidade pela sua doença não é ter mais um peso para carregar além do sofrimento que ela já lhe impõe, e sim não delegar a outros menos aptos que você tão grande poder (o de curar sua vida);
9. o terapeuta tem a função de acompanhar o paciente nesse processo de entendimento profundo, ajudando-o a decifrar os significados da doença e atuar tecnicamente tanto na questão diagnóstica quanto terapêutica (Entretanto, se ele se restringir a apenas atuar sobre o paciente usando a técnica sem ajudá-lo a integrar a doença de forma profunda, a doença se perpetuará e a “cura” será transitória.);
10. ter responsabilidade por sua doença é entendê-la para poder efetuar as transformações necessárias para curar-se (Curar-se não é livrar-se da morte que é certa para todos nós. Curar-se é viver bem. Se você está doente, não está vivendo bem. Viver bem é viver do jeito que foi criado para viver e isto só você pode saber.).
É preciso entender que não estamos negando a Medicina Tradicional, mas que valorizamos a necessidade de complementariedade, associando-a a todas as outras formas de abordagem que ativem os mecanismos de autocura, tendo em vista que sem a sua participação toda cura é parcial e impermanente.
É preciso aprofundar-se. Sua doença lhe propõe fazer uma viagem para dentro de si mesmo. Aceite-a.
Num nível profundo todos nós sabemos qual o caminho de nossa cura, só precisamos chegar a este nível. E o caminho para a cura inclui as etapas do diagnóstico clínico-laboratorial e/ou cirúrgico e a terapêutica dirigida para o físico, o psicológico e o mental. Entretanto, quem orquestra os mecanismos de autocura é o self (a supramente) que só é acessada por aqueles que fazem a viagem para dentro de si.
Descubra o seu caminho verdadeiro. Quando descobri-lo, sentirá paz de espírito, sentirá que alguma coisa “encaixou” bem no fundo de você. É para este lugar de paz que sua doença intenciona levá-lo. Aproveite a oportunidade, descubra-se e volte a sentir-se bem, em paz e feliz. Agradeça à sua doença por isto. Depois, mãos à obra, vamos trabalhar. A obra é você mesmo. Cure-se. É simples.

Nossas escolhas

Em relação às escolhas que fazemos todos os dias, várias perguntas poderiam ser feitas para nossa melhor avaliação de como estamos em determinado momento:
- você vive com quem gostaria de viver?
- o trabalho que você realiza é o que tem prazer de realizar, que atende aos seus anseios ou é o que se encaixa nas expectativas dos outros para você?
- nas suas relações íntimas você consegue se expressar como realmente é ou engole uma série de coisas para manter um falso equilíbrio da relação?
- você faz as coisas porque tem que fazer ou escolhe fazê-las por gostar delas?
- você tem sonhos, tem expectativas para o futuro, tem objetivos a alcançar em curto prazo, tem escolhas ou sua vida tem sido só contar os dias?
- você é livre para tomar suas decisões ou se sente preso a uma teia que você mesmo foi tecendo ao longo de sua vida e que agora o paralisa?
- você sacrificou a expressão de alguma habilidade, de algum talento, para favorecer alguém?
- você é capaz de expressar a sua verdadeira personalidade e temperamento ou se comporta de uma forma que agrade aos outros só para ser aceito?
- você se ama de verdade ou, por já ter sido rejeitado, passou a se rejeitar também, não se aceitando como é?
- você expressa seu poder pessoal? Sabe o que é isto?
Tantas perguntas, tantas respostas possíveis, mas a escolha é sempre sua: se vai continuar dando as mesmas respostas ou se vai deixar a mudança acontecer na sua vida para que seja mais feliz.

Quem você realmente é?

O que seria estar vivendo em consonância com sua verdade profunda?
Por que tantas pessoas passam pela vida e quase próximo ao seu desenlace sentem que não cumpriram o seu destino?
É possível mudar a rota em qualquer momento de nossa existência?
Como podemos saber se estamos trilhando o caminho certo para nós?
Não existem respostas para estas perguntas que sejam aplicáveis a todos e cada um de nós sabe exatamente a resposta.
Quando tratamos de seres humanos as generalizações ajudam, mas só até o ponto de percebermos que somos iguais a tantas outras pessoas sob vários aspectos, constituindo grupos a que podemos pertencer, mas que não há outra pessoa totalmente igual a cada um de nós, mesmo no caso de gêmeos univitelinos. Nós somos únicos e delinear nossa individualidade é tarefa extremamente complexa e qualquer um que tente fazê-lo necessitará da ajuda daquele que for seu objeto de interesse. Somente cada um de nós é capaz de reconhecer toda sua dimensão humana. Cada um é diferente de todos quando examinado em todos os seus níveis de atuação: físico, emocional, mental e espiritual. E o autoconhecimento, este mergulho em nossa profundidade, é indispensável e também segue diferentes formas de realização.
Entretanto, é possível perceber quando estamos distanciados de nosso caminho, quando não estamos cantando a nossa música.
Se estamos num estado em que temos entusiasmo de levantar todas as manhãs para começar um novo dia e nos sentimos bem e confortados ao irmos para cama todas as noites para dormir, então certamente estamos na trilha certa.
Mas, se em algum período de nossas vidas nos sentimos indiferentes, sem qualquer ligação com algum objetivo, mesmo que sejamos bem-sucedidos aos olhos do mundo, devemos nos perguntar se a vida que estamos vivendo é aquela que realmente desejamos ter.
Quando vivemos de acordo com aquilo que valorizamos, fazendo o que gostamos de fazer, nos relacionando com as pessoas do jeito que julgamos ideal (tanto na esfera familiar quanto social) e expressando nossa afetividade e poder criativo de forma individual, estamos harmonizados, nos sentimos em paz, felizes e experimentamos o estado de pertencer a algo maior.
Quando nos afastamos da nossa própria verdade, cedendo aos anseios de pais, outros familiares ou da sociedade em relação à nossa forma de atuar no mundo, estaremos mal, apenas cumprindo os dias, sem entusiasmo, desenergizados, mesmo que aparentemos sucesso na vida. E o sentimento resultante será de isolamento, de não estar ligado ao todo.
Parece fácil atender às nossas reais necessidades, sermos o que realmente somos. Mas quase sempre somos enredados no desenrolar da nossa existência, na relação com os outros e nos distanciamos de nós mesmos, muitas vezes não conseguindo expressar nossas escolhas em relação a questões básicas, manifestando características que foram sendo “coladas” em nossa personalidade sem que percebêssemos e que de fato não nos pertencem.
Assim, em muitos momentos, somos convidados pela VIDA a parar, olhar para dentro e tomar conhecimento de partes que desconhecemos em nós e precisamos integrar. Isto ocorre nas crises, que são convites a aproveitarmos o ponto de mutação e evoluirmos. É preciso que estejamos atentos.
Neste contexto, a doença aparece como um impulso para mergulharmos em nossa profundidade, para sabermos mais sobre nós mesmos. E para que ela passe a ser supérflua para seu portador e, portanto, descartada, é preciso antes decifrar sua mensagem.
O terapeuta é um guia para o doente reencontrar seu caminho. Mas como saber o caminho daquele indivíduo? Como fazê-lo redescobrir a sua canção?
As psicoterapias podem alcançar este objetivo utilizando inúmeras técnicas, porque cada ser, em determinado momento de sua existência, será mais sensível a uma ou mais delas, não havendo exclusividade.
Por outro lado, os terapeutas poderão também lançar mão das ciências esotéricas para aprofundar o conhecimento sobre seu paciente. Através da Astrologia, Numerologia, Quirologia, Tarot e outras, será possível perceber qual o perfil daquele individuo em relação às suas características de personalidade, habilidades, hereditariedade, potenciais etc. É mais uma ferramenta para o profissional de saúde.
Seja através de um trabalho psicoterapêutico, através de uma relação de amizade, de alguma ciência esotérica, com técnicas de meditação ou qualquer outro caminho de autoconhecimento, importante é certificar-se de que você está alinhado com seu destino, que está percorrendo seu caminho e está tentando concretizar os seus potenciais.
Se você está assim, provavelmente estará gozando saúde. Caso contrário, se empenhe tanto quanto possível ou busque ajuda especializada para conseguir escapar dos mecanismos que sugam a sua energia e o conduzem para a doença.

Melhorando sua saúde

Este texto tem como objetivo ensinar um método antigo, atualizado por mim, para auxiliá-lo a melhorar a sua saúde e ajudá-lo nos momentos difíceis de dores físicas ou psíquicas, que poderão ser progressivamente amenizadas.
É um método muito simples, que poderá ser praticado todos os dias pelo menos ao acordar e ao ir dormir à noite, podendo ser repetido todas as vezes que forem necessárias durante o dia ou quando você quiser.
Não podemos esquecer que esta prática não está sendo proposta para substituir o médico ou qualquer outro terapeuta e sim para complementar seu trabalho. Diante de uma enfermidade o mais indicado é procurar um bom profissional para fazer o diagnóstico correto e estabelecer um tratamento. Entretanto, com este método você poderá potencializar o seu papel de guardião mantenedor de sua saúde.
Trata-se de uma ferramenta usada para despertar os mecanismos de auto-regulação existentes em todos nós, estimulando a função do nosso inconsciente para promover a cura de forma progressiva e realista. A sua mente inconsciente sabe perfeitamente o que fazer para trazer-lhe bem-estar e saúde, para aliviá-lo de todas as dores. Podemos consegui-lo deixando livre nosso caminho para a autocura.
É uma técnica de auto-hipnose proposta por um dos mais conceituados hipnólogos de todos os tempos, Dr. Émile Coué (da Escola de Nancy, na França, início do século XX). Dr. Coué propôs um texto de auto-sugestão que devia ser repetido diariamente e que dizia: “Todos os dias, sob todos os pontos de vista, eu vou cada vez melhor.”. E para aliviar as dores físicas ou psíquicas: “Isso passa... Isso passa... Isso passa...”. A repetição sem esforço por cerca de 20 vezes pela manhã e à noite trazia enorme benefício a quem praticava esta auto-sugestão consciente, com a obtenção da cura de doenças com repercussão psíquica e até mesmo física.
Para facilitar este processo, proponho trabalhar com o lúdico, utilizar imagens mentais, usar música como terapia e trabalhar na circulação energética através dos chakras, abrindo o chakra cardíaco para dispersar a dor e melhorar a ação do sistema imunológico.
Assim, a nova proposta é uma brincadeira com música, canções de ninar, contos de fadas, imagens e consciência corporal, trabalhando com sugestões indiretas no modelo da hipnose ericksoniana.
Faremos assim: pela manhã, ao acordar, naquele momento em que ainda nos sentimos sonolentos, passamos a nos imaginar saltitando por um caminho florido (como quem pula amarelinha), cantando uma canção cuja melodia pode ser a de “Passaraio”: “Todos os dias, de todos os pontos de vista, eu vou cada vez melhor.”. Cantando repetidamente, no ritmo de brincadeira, sentindo-se leve, saltitante, despreocupado, você se abre para um novo dia cheio de energia. Se quiser, poderá cantar manuseando um cordão feito por você, na cor que escolher, com 20 nós, como um rosário, que o ajudará a materializar aquela sugestão para iniciar o dia.
À noite, quando for para cama, você, já um pouco sonolento ou para entrar neste estado de sonolência e receptividade, se deite e procure lembrar-se de uma canção de ninar (poderá ser aquela canção de roda “Terezinha de Jesus”) e coloque aquelas palavras no compasso desta música, repetindo-as lentamente, cantando como se estivesse se ninando. Você poderá se imaginar no colo de um dos pais, avós ou quem escolher. Aos poucos o sono virá e você terá uma noite tranqüila, processando perfeitamente os acontecimentos do dia e estimulando a regeneração de todo seu corpo, restaurando progressivamente suas funções em direção à saúde.
Quando você sentir uma dor física em qualquer parte de seu corpo, poderá tocar esta parte com suas mãos de cura e cantarolar bem lentamente: “Isso passa... Isso passa... Isso passa...”, imaginando que aquela dor se propaga, aos poucos, para fora de seu corpo.
Se a dor for psíquica (como uma preocupação, sensação de aperto no peito, medo, ansiedade, tristeza, abatimento ou qualquer outro incômodo), tocando sua testa poderá cantar: “Isso passa... Isso passa... Isso passa...”. Para isso pode utilizar a melodia de um canto gregoriano, imaginar-se dentro de uma catedral sentindo a música vibrar no seu peito como tendo um sino no lugar de seu coração, vibrando e dispersando, em ondas, toda dor para fora de você, equilibrando a sua circulação energética e abrindo o chakra cardíaco.
Este método é uma sugestão que pode ser aperfeiçoada por você. Cada pessoa pode escolher sua música, seu conto de fadas, suas imagens, seu mantra pessoal, de acordo com seu universo interior e sistema de crenças. Convém apenas lembrar que estas escolhas devem ser adaptadas aos seguintes objetivos:
- pela manhã acordar feliz, cheio de energia e disposição para um novo dia;
- à noite, estar em paz, tranqüilo, para ter um sono restaurador;
- nos momentos difíceis e de dor, acalmar-se sentindo a dor e o incômodo serem dispersados, em ondas, para fora de você.
Tudo isso sem esforço e repetidamente.

Para aqueles profissionais que se interessarem em aplicar estas idéias no seu trabalho terapêutico, recomendo a seguinte bibliografia:
ACHTERBERG, Jeanne. Imaginação e cura. São Paulo: Pensamento, 1992.
ACHTERBERG, Jeanne. Uma jornada para a cura: o diário emocionante da superação de um grave problema de saúde. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2002.
COUÉ, Émile. O domínio de si mesmo pela auto-sugestão consciente. São Paulo: Martin Claret, 2005.
EPSTEIN, Gerald. Imagens que curam: guia completo para a terapia pela imagem. 9. ed. Rio de Janeiro: Xenon, 1990.
HALEY, Jay. Terapia não-convencional: as técnicas psiquiátricas de Milton H. Erickson. 3. ed. São Paulo: Summus, 1991.
HOVELACQUE, Acely. A chave dos labirintos: uma viagem fantástica além dos 7 pecados. São Paulo: Marco Zero, 2006.
JOHARI, Harish. Chakras: centros energéticos de transformação. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990.
KARAGULLA, Shafica; KUNZ, Dora van Gelder. Os chakras e os campos de energia humanos. São Paulo: Pensamento, 1991.
RIBEIRO, Anna Maria Costa. O esplendor dos chakras e das cores. São Paulo: Roca, 2002.
ROSEN, Sidney. Minha voz irá contigo: os contos didáticos da Milton Erickson.
WHITE, Ruth. Trabalhando com os seus chakras. 2. ed. São Paulo: Pensamento, 2000.

A magia do encontro terapêutico

Então você chega: um rosto que talvez eu nunca tenha visto antes, mas que sem dúvida me toca por possuir traços presentes em outros rostos já conhecidos. Você vem com expectativas, em busca de alívio, talvez confuso por não saber ao certo o que vai falar, como expressar a sua dor ou até sua insensibilidade. E esse nosso encontro é mágico. Sempre. Porque neste momento se cumpre um ritual. Do meu lado, eu consigo observar quase tudo. Tudo tem importância, tudo fica mais claro. A expressão corporal fala por si só. Percebo a sua constituição. A sua voz consegue me passar tanto, talvez mais do que propriamente você fala. Seu rosto é revelador da sua angústia, do seu medo, da sua raiva e até da sua indiferença. Nos olhos (para onde se dirigem), no seu cumprimento, no toque de sua mão é possível captar a sua energia, como ela está fluindo no seu corpo.
E o ritual se cumpre. E você fala. E o que falamos muitas vezes surpreende, mais a você do que a mim. Porque você fala o que é necessário para que possa ser percebido na sua totalidade. E mesmo que você venha decidido a não revelar certos detalhes da sua intimidade, você se expõe... porque é preciso. E isso o alivia, é curativo por si só. E você sai mais leve. E, às vezes, se você quer, se transforma. E nossa relação se estabelece e se firma. E nossa troca é certa. E, assim, ambos crescemos e evoluímos.

Como ficar doente

1. Não dê atenção a seu corpo. Coma muita porcaria, beba bastante, tome drogas, faça muito sexo sem segurança com um monte de parceiros diferentes - e, acima de tudo, sinta-se culpado com isso. Se estiver superestressado e exausto, ignore o fato e continue se esfalfando.
2. Cultive a sensação de que sua vida não tem sentido nem valor.
3. Faça coisas de que não gosta e evite fazer o que realmente deseja. Siga as opiniões e conselhos dos outros, ao mesmo tempo em que se sente infeliz e “paralisado”.
4. Seja rancoroso e supercrítico, principalmente em relação a si mesmo.
5. Encha a cabeça de quadros pavorosos e depois fique obcecado com eles. Preocupe-se a maior parte do tempo, se não conseguir preocupar-se o tempo todo.
6. Evite relações profundas, duradouras e íntimas.
7. Culpe os outros de todos os seus problemas.
8. Não expresse seus sentimentos e opiniões aberta e honestamente. Os outros não vão gostar. Se possível, evite até mesmo tomar conhecimento deles.
9. Fuja de qualquer coisa que se pareça com senso de humor. A vida não é brincadeira!
10. Evite qualquer mudança que possa lhe trazer mais satisfação e alegria.

(Texto retirado do livro Paz, Amor e Cura, de Bernie Siegel)

A postura médica

Aquele que procura um médico quer alívio, conforto, segurança, quer ser acolhido, acalmado, protegido, bem orientado, precisa fazer um vínculo forte. Não deseja ser apenas dispersado e encaminhado a vários outros profissionais.
É evidente que não queremos dizer que não se devem consultar especialistas quando necessário, mas alguém há que coordenar o caso, integrar os dados para o paciente, ser o terapeuta da pessoa. Também não queremos negar que, para muitos problemas, a abordagem deve ser multidisciplinar. Só que não é necessário que isto seja a regra seguida em todos os casos. O doente precisa de atitudes no sentido de simplificar, apaziguar, e não complicar. Doentes não precisam de abordagens impessoais, precisam de atitudes pessoais que satisfaçam a sua dimensão humana.
Mais inaceitáveis, ainda, são os interesses comerciais ligados às empresas de saúde, com exercício de práticas de exames, tratamentos e internações de necessidade discutível ou discriminação de pacientes em função da categoria de seu plano.
E o que pensam os pacientes de hoje, tão habituados à nova realidade da medicina tecnológica? Será que o médico é mais capacitado se solicitar maior número de exames e os mais sofisticados? Se indicar os procedimentos mais invasivos, se encaminhar os pacientes a mais especialistas, se cobrar dos pacientes de primeira vez a atualização de seus exames e consultas a diferentes especialistas conforme o caso, sexo e faixa etária?
Como são vistos hoje pelos pacientes aqueles médicos que não se deixam influenciar pelos ditames das empresas de saúde, que só solicitam os exames necessários, que individualizam o doente, que encaminham só para os especialistas indicados e integram os resultados e conduzem o caso clínico, não diluindo a responsabilidade, sem receio de assumir o diagnóstico e tratamento? Será que pelo fato de serem mais simples sempre que for possível, terão sua competência questionada pelos doentes e pelos próprios colegas? Será que a utilização apropriada da investigação diagnóstica poderia ser confundida com falta de informação e atualização profissional?
Devemos refletir profundamente sobre estas questões, buscando um equilíbrio nas nossas atitudes enquanto médicos ou pacientes.

Despertar da cura

Vivemos num mundo de polaridades. Oscilamos continuamente entre dois extremos. Buscamos sempre o equilíbrio. Viemos de um lugar onde havia harmonia, beleza e amor incondicional. Mas o objetivo de estarmos aqui é aprender e a evolução depende de termos experiências. Experimentar no mundo material significa, a todo momento, fazer escolhas. Reencarnamos para experienciar situações, relacionamentos, emoções e, através do exercício do nosso livre arbítrio, ficarmos mais aptos, adquirirmos maiores habilidades em lidar com dificuldades. Do ponto de vista dos orientais, crise significa perigo, mas, principalmente, oportunidade. Os problemas em nossa vida surgem para serem superados e possibilitarem nossa ascensão.
Somos seres divinos, espirituais. Carregamos em nosso interior todas as possibilidades. Temos nosso poder pessoal que se manifesta em diferentes áreas para cada um de nós, segundo nossos talentos. Quando respeitamos nossa individualidade, nossa natureza, estamos harmonizados, cumprimos nossa mais elevada missão neste mundo, estamos felizes e gozamos saúde.
Entretanto, ao perdermos o contato com nossa verdade, ao ficarmos afastados do nosso mundo interior pelos apelos do externo aos quais passamos a ceder, experimentaremos a desarmonia, sentiremos um incômodo crescente, que se manifestará em diferentes níveis: físico, emocional, mental ou espiritual. Estaremos doentes. Doença é uma forma de expressão que é usada para evidenciar para nós mesmos o quanto nos desviamos de nosso caminho. A doença é um lembrete, é um sinal, é uma lâmpada de alerta que se acende para nos mostrar que alguma coisa está errada em nós. A doença é mais grave quanto maior for a nossa “cegueira” diante da vida.
Quando se fala em cura, significa voltarmos ao nosso caminho, cumprirmos nossa missão, podendo fazer a re-ligação com o interior. Curar-se implica, portanto, em autoconhecimento; buscar o autoconhecimento para efetuar a transformação que é a base para o restabelecimento da saúde.
Podemos procurar a cura por vários caminhos, dependendo do nosso grau de evolução e de nossa disposição para efetuar mudanças. Pode ser um caminho árduo, de resistência, com sofrimentos crescentes, como a criança puxada pela mão que esperneia, grita e se contorce em dor. Mas pode ser um caminho mais ameno, onde duas pessoas conversam e a que padece começa a compreender, se ajusta e pára de sofrer. Algumas vezes a cura é como um presente dos céus, como um “milagre”. Mas significa apenas que uma parte de nós se abriu, foi receptiva ao divino, ao inefável, e permitiu a transformação rápida que possibilitou a cura.
O que realmente importa é entendermos que, para nós, saúde é a regra. A doença vem para nosso aprendizado, sendo nossa aliada. Se procurarmos aprender com empenho e sem resistência, não haverá mais a necessidade de adoecermos. É simples assim.

Como sarar ou melhorar, se não estiver muito bem

1. Faça coisas que lhe dêem sensação de realização, alegria e propósito, que confirmem seu valor. Veja sua vida como criação sua e lute para fazer dela uma experiência positiva.
2. Dê atenção constante e amorosa a si mesmo, sintonizando-se com suas necessidades em todos os níveis. Cuide de si mesmo, alimentando-se, apoiando-se e encorajando-se.
3. Libere todas as emoções negativas - ressentimento, inveja, medo, tristeza, raiva. Expresse seus sentimentos de maneira apropriada; não se apegue a eles. Perdoe-se.
4. Tenha em mente imagens e metas positivas, quadros do que você realmente quer da vida. Quando surgirem imagens assustadoras, redirecione seus pensamentos para imagens que evoquem sensação de paz e alegria.
5. Ame a si mesmo e ame todos os outros. Faça do amor o sentido e a expressão fundamental de sua vida.
6. Crie relações divertidas, amorosas e honestas, que dêem espaço para a expressão e satisfação da necessidade de intimidade e segurança. Procure curar as feridas abertas por relacionamentos do passado, como aquelas causadas por antigos amantes, pai e mãe.
7. Faça uma contribuição positiva à sua comunidade, por meio de algum tipo de trabalho ou serviço que você valorize e que lhe dê prazer.
8. Faça um pacto com a saúde e o bem-estar, e cultive a crença na possibilidade de saúde total. Crie seu próprio tratamento a partir do apoio e dos conselhos dos especialistas, mas sem se tornar escravo deles.
9. Aceite a si e a tudo que faz parte de sua vida como uma oportunidade de crescimento e aprendizado. Sinta-se grato. Quando fizer uma grande bobagem, perdoe-se, aprenda o que puder com a experiência e depois vá em frente.
10. Cultive o senso de humor.

(Texto retirado do livro Paz, Amor e Cura, de Bernie Siegel)

Como piorar, se já estiver doente

1. Pense em todas as coisas horríveis que podem acontecer com você. Insista nas imagens negativas e assustadoras.
2. Fique deprimido, cultive a autopiedade, a inveja e a raiva. Acuse todos e tudo por sua doença. 3. Leia artigos, livros e jornais, veja programas de televisão e dê ouvidos às pessoas que reforçam a opinião de que NÃO HÁ ESPERANÇA. Você não tem força para mudar seu destino. 4. Fique longe das pessoas. Considere-se um pária. Tranque-se no quarto e pense na morte.
5. Odeie a si mesmo por ter destruído sua vida. Acuse-se impiedosa e incessantemente.
6. Consulte um monte de médicos diferentes. Corra de um para outro, passe a metade do tempo em salas de espera, adquira um monte de opiniões conflitantes e outro monte de drogas experimentais, e comece um tratamento depois do outro sem se fixar em nenhum.
7. Largue seu emprego, pare de trabalhar em qualquer projeto, desista de todas as atividades que lhe dão motivações e alegria. Veja sua vida como basicamente sem sentido, e já no fim.
8. Queixe-se de seus sintomas, e caso se relacione com outras pessoas, faça-o exclusivamente com as infelizes e amarguradas. Reforcem-se mutuamente os sentimentos de desesperança.
9. Não cuide de si. Para quê? Procure conseguir que os outros cuidem de você e depois fique ressentido por não fazerem um bom trabalho.
10. Pense no quanto a vida é terrível e como seria bom você já ter morrido. Mas não deixe de ficar absolutamente aterrorizado diante da morte, só para aumentar o sofrimento.

(Texto retirado do livro Paz, Amor e Cura, de Bernie Siegel)

Prática médica hoje

Que medicina é esta que praticamos hoje? Será que atendemos às reais necessidades daqueles que nos procuram? Será que aliviamos realmente suas dores, corrigimos seus processos fisiológicos que tentam restabelecer o equilíbrio, acalmamos seu coração aflito, tranqüilizamos sua mente perturbada, harmonizamos sua energia ou causamos ainda mais problemas à sua economia já desgastada?
Será que quando nos associamos aos melhores planos de saúde estamos garantindo a melhor opção para lidar com a possibilidade de adoecer?
Há profissionais que trabalham com empresas de planos de saúde e outros que resistem bravamente. O que determina isto?
A evolução científica, no tocante à Medicina, nos impõe uma prática mais voltada ao uso da tecnologia. Entretanto, não podemos nos distanciar da dimensão humana em nossa abordagem dos problemas de saúde.
A doença causa insegurança, alude à morte e todos nós desejamos nos preparar para lidar com as dificuldades inerentes ao fato de ficarmos doentes. Mas como? Qual seria a melhor maneira de fazer isso?
Inicialmente, reflita: como deve ser encarada a doença? Algo contra a pessoa ou a favor dela, que ajuda a evidenciar desequilíbrios internos de diversas naturezas que precisam ser integrados?
A seguir, responda à pergunta: os pacientes, ao buscarem um médico, o que realmente desejam?
Os pacientes procuram alguém que acumule a excelência do técnico, mas apresente a capacidade do ser humano na função de conselheiro, amigo, filósofo e até mesmo guia espiritual. Os pacientes, na maioria das vezes, não desejam um anônimo, alguém indiferente a eles enquanto pessoas. Hoje, quando a função do médico é tão diluída na obrigatoriedade de consultas a tantos especialistas, em geral os pacientes ficam atônitos, em busca de algum profissional que possa integrar todos os aspectos envolvidos na sua saga em busca da saúde. Que possa, sobretudo, ouvi-los em seus questionamentos.
Qual a sua crença? Qual a sua prática?

Planos de saúde: como utilizá-los?

Os planos de saúde deveriam ser utilizados para que, na prática, fossem garantidos, com menor custo:
- maior facilidade de investigação diagnóstica, possibilitando realização de exames, desde os mais simples aos mais sofisticados;
- consultas a diferentes especialistas, quando necessário;
- internações hospitalares;
- procedimentos cirúrgicos;
- quimioterapia;
- radioterapia etc.
O mais indicado seria sempre individualizar o paciente e realizar somente os procedimentos diagnósticos e terapêuticos indicados em cada caso.
Entretanto, o que se observa é a solicitação indiscriminada de exames e procedimentos terapêuticos, seguindo protocolos que tendem à generalização. As consultas geralmente são rápidas e quase nunca o paciente pode ser ouvido o suficiente.
Esta prática demanda tempo e energia do paciente que necessita voltar-se completamente para a investigação diagnóstica quase sempre agravando seu nível de ansiedade e consumindo mais da sua já depauperada energia. E quanto mais exames e mais especialistas, muitas vezes mais dúvidas em relação ao diagnóstico e mais ansiedade para o paciente.
A peregrinação por diferentes especialistas e salas de exame aumenta seu estado confusional, deixando-o ainda mais alarmado, aumentando sua dificuldade de acionar os mecanismos de auto-regeneração para recuperação da saúde. Isto sem contar o quanto procedimentos e consultas desnecessários oneram sua renda.
E isto vem acontecendo por inexperiência, insegurança, necessidade de se resguardar juridicamente em relação a sua prática e/ou excesso de zelo dos colegas médicos que têm aberto mão do seu diagnóstico intuitivo, do seu feeling, nesta corrida alucinada da era tecnológica, não se dando conta de que esta postura intervencionista funciona como mais uma agressão, noxa para o paciente, quando não é necessária, evidentemente.

Para “curar-se” é preciso ter atitude

Se você está com algum problema de saúde, deve prestar muita atenção à sua atitude de agora e a que deve desenvolver no futuro.
Para lidar com sua doença você precisará desenvolver uma atitude otimista, responsável, participativa, diligente, corajosa e, sobretudo, surpreendente.
É claro que, se está doente (principalmente se tem doença crônica), algo na sua atitude precisa ser alterado.
Comece tentando expressar o seu verdadeiro eu; não aquele que você passou a exibir para conquistar a aceitação dos outros ou para se defender deles.
Neste caminho de auto-expressão, o que a sua doença está querendo lhe dizer será de grande ajuda para expor e liberar sua verdadeira natureza.
Responsabilize-se pela sua recuperação. Não entregue o poder para seu médico e/ou terapeuta. Você é o responsável, o terapeuta é o colaborador (muitas vezes imprescindível).
Deixe claro para seu médico quem é você, naquilo em que acredita e o que espera dele.
Não aceite ser tratado como um “caso” pelo seu médico e equipe de saúde. Exponha sua individualidade, fale de suas crenças, de seus desejos e sonhos, da sua família, do seu trabalho, de seus amigos, de seu conceito sobre a doença e a morte. Diga a eles o que, para você, é estar recuperado e o que espera de seu tratamento.
Participe de seu diagnóstico. Opine sobre os exames que quer ou não fazer. Inteire-se de todos os passos a serem seguidos para saber o seu real problema.
Opine sobre o tratamento proposto. Você pode concordar ou não em fazê-lo, ou fazê-lo parcialmente. Também pode ser da sua vontade confiar plenamente no médico e deixar as decisões mais importantes a seu encargo. Você escolhe.
Pergunte sobre abordagens alternativas ao tratamento proposto e sobre esquemas complementares de tratamento.
Não deixe que lhe apresente apenas probabilidades de evolução e se esqueça de assinalar as possibilidades para cada caso. Lembre ao seu médico que você pode estar além das estatísticas, ter uma evolução surpreendente. Você pode ser um paciente excepcional.
Interrogue-o sobre a possibilidade de curas espontâneas no seu caso.
Pergunte sobre orientações que ele lhe aconselha em relação a todos os outros aspectos da vida (alimentação, exercícios, sexo, trabalho, sono, lazer etc.), além do tratamento proposto.
Se você precisar de internação, cuide para que, no hospital, suas necessidades principais para se sentir bem sejam atendidas. Pleiteie vestir-se com suas próprias roupas, trocar a cama de lugar no quarto se for mais agradável, colocar no quarto seus objetos pessoais e coisas que expressem sua personalidade, receber suas visitas e ter ou não acompanhante, principalmente em internações prolongadas.
Discuta com seu médico sobre seu diagnóstico e tratamento, aceitando suas orientações e conhecimento sobre o que você tem, mas pedindo a ele que lhe explique tudo, evitando termos técnicos para sua melhor compreensão. Cuide para que sua vontade seja respeitada, porque a doença é sua e, principalmente, a vida é sua e não dele. Você é quem deve ter o poder de decisão quando houver controvérsias sobre abordagens, a não ser que seja situação de emergência ou situações nas quais você não tem condições de opinar (ainda assim, o parente mais próximo deve participar das decisões).
Lembre-se de que, em relação aos exames que fizer, você tem todo direito de ter acesso aos laudos médicos e pode requisitar aos laboratórios lâminas e blocos de parafina dos materiais biológicos extraídos de você para, se quiser, submetê-los à revisão diagnóstica de outros especialistas.
Não aceite ser explorado em sua doença, receber um diagnóstico com proposta de um determinado tratamento e simplesmente ter que aceitá-lo sem antes tirar todas as suas dúvidas e concordar com ele.
Manifeste para o seu médico a necessidade de integrar aquela sua doença à sua vida naquele exato momento. Peça a ele que lhe ajude nesta tarefa fundamental e complexa.
Respeite o seu médico, confie no seu conhecimento e na sua técnica, procure ouvi-lo com atenção e aceitação. Mas lembre a ele que é você quem deve decidir em determinadas questões e que espera dele não somente sua plena capacidade técnica e conhecimento, mas, principalmente, seu cuidado, seu amor, sua esperança de que você melhore, e seu estímulo.
Não aceite dos profissionais de saúde desamor, arrogância, prepotência, agressividade e hermetismo. Busque profissionais que lhe ofereçam clareza, carinho, segurança e otimismo.
Se você está doente, entenda que você precisa agora parar, se olhar melhor, se descobrir, passar a se respeitar mais, se amar como verdadeiramente é, para poder transformar-se e ficar melhor. É um processo, é um caminho que você deve trilhar. Não se esqueça de pedir ajuda e selecione bem aqueles que quer ter como companhia nesta caminhada.

Reviravolta 2002


Investigando o hipertenso

Se você é hipertenso, qual a compreensão que possui desta doença?
O que aconteceu com você a partir deste diagnóstico? O que se passa na sua imaginação? O que lhe foi dito pelo seu médico e o que você já sabia pela experiência de vida que foi acumulando no contato com outros portadores desta doença?
É fato que você tem muitas perguntas e que seu médico, provavelmente, não respondeu a todas elas (se é que lhe foram formuladas).
Qual o seu sistema de crenças em relação a esta doença? Isto é muito importante.
Você se trata com medicamentos? Faz exercícios físicos? Dá atenção especial à expressão das suas emoções? Já fez algum investimento em autoconhecimento? Passou a tentar diminuir o seu nível de estresse a partir do diagnóstico ou simplesmente toma os remédios que lhe disseram que deveria tomar pelo resto da vida, tendo em vista que “pressão alta” não se cura (fala-se do sintoma e não da doença)? Vive oprimido pelo medo das “malfadadas” complicações tão freqüentes (infarto e derrame) que são o destino dos que se comportam mal e não tomam os remédios? Mas você deve saber, já deve ter tido conhecimento das mesmas complicações naqueles cordeirinhos que tomam os remédios direitinho (e isto acaba servindo de justificativa para os que rejeitam a medicação). E há aqueles que se recusam a deixar aferir a pressão arterial para não correrem o risco de engrossar o grupo daqueles que se tornaram escravos da doença. As pessoas que possuem uma natureza independente e livre não desejam ser portadoras deste tipo de doença, entretanto, não estão imunes a ela.
O fato é que, apesar de todas as campanhas para diagnóstico, da facilidade de se verificar a pressão nos mais variados locais públicos, da possibilidade de receber os medicamentos em casa, as complicações continuam existindo e o número de mortes não diminui de forma satisfatória.
Então, o que poderia ajudar a você que descobriu que tem pressão alta (ao aferir sua pressão numa consulta médica de rotina, ou para diagnóstico após ter apresentado dor de cabeça, náuseas, tonteiras, aperto ou pressão no peito, zumbido nos ouvidos, visão turva ou ainda outros sintomas) ou que tem uma família em que vários membros são hipertensos ou mesmo que se interessa em prevenir esta condição em você?
O que ajuda é conhecer a doença. Primeiro de maneira geral, e depois de forma individualizada, isto é: saber informações gerais sobre diagnóstico e tratamento de hipertensão e depois, obrigatoriamente, saber se você tem perfil para ser hipertenso e como seria se desenvolvesse a sua hipertensão arterial, já que os espectros de doença variam de acordo com o portador. Há os que têm sintomas e há os que não sentem nada relacionado ao aumento dos níveis tensionais ou, pelo menos, não se dão conta disto. Há os que têm níveis leves, moderados ou acentuados de hipertensão. Há os que mostram elevação de pressão por causas muito diferentes entre si (relacionados a alimentação, aborrecimentos, raiva reprimida, preocupações excessivas etc.). Há os que têm picos hipertensivos e há os que mantêm a pressão elevada sem medicamentos ou mesmo apesar deles. Há os que tiveram sua doença deflagrada por algum acontecimento em suas vidas (a grande maioria) e há os que não a relacionam a nada. Há os que apresentam hipertensão em períodos de sua vida como, por exemplo, durante a gravidez, e precisam ficar atentos a partir disto. O que é certo é que os hipertensos compõem um grupo heterogêneo, embora possam ser observadas muitas características comuns.

Compreendendo melhor a hipertensão

Antes de mais nada, se você tem pressão alta, é preciso que seja feito o diagnóstico completo do seu caso, considerando a sua totalidade (físico, mental, emocional e espiritual) e não simplesmente iniciar o uso de anti-hipertensivo. Isto é muito importante, já que há casos que podem se corrigidos por procedimentos cirúrgicos (estenose de artéria renal, feocromocitoma, por exemplo) e que, por vezes, são tratados como hipertensão essencial por longos anos. Então é necessário que procure um médico clínico ou cardiologista e faça a avaliação clínica e se submeta aos exames indicados. Então você terá o diagnóstico e uma proposta de tratamento que poderá incluir medicamentos ou não. Você deverá ser acompanhado durante um tempo até que suas doses de remédio (se for o caso) sejam ajustadas e você se sinta bem e depois deverá continuar a ser visto pelo seu médico em intervalos maiores ou em eventuais agravamentos do seu quadro.
Agora que você já foi orientado é importante descobrir porque você desenvolveu hipertensão. A partir daí, como em todas as outras doenças, você deverá perceber qual a mensagem que ela quer dar a você e se empenhar em fazer as transformações necessárias para que este sintoma passe a ser supérfluo na sua vida. Nem sempre, com transformações em nossa personalidade poderemos ficar livres de usar remédios, mas, sem dúvida, diminuiremos a sua necessidade e as eventuais complicações. Somente usando remédios e adotando algumas medidas higienodietéticas será muito mais difícil evitá-las. Então precisamos entender que a pressão aumenta em função do sangue e em função da condição dos vasos sangüíneos, logo estarão implicados no tratamento: a dieta, as atividades físicas, o manejo das emoções, a temperatura ambiental, só para darmos início à investigação.
A pressão arterial expressa o dinamismo da pessoa e como ela se comporta em relação aos obstáculos, aos desafios e aos limites que surgem em sua vida. Sendo assim, é expressão de agressividade reprimida, é autocontrole. Quando fazemos esforço físico, a pressão se eleva porque precisamos de energia. Da mesma forma, se há um conflito, precisamos de energia para resolvê-lo; então a pressão sobe, trazendo mais energia, e esta é consumida durante a resolução do mesmo. Mas, se isto ocorre só na imaginação e de fato nós não confrontamos o conflito, a energia se acumula e vivemos com a pressão elevada, isto é, sob pressão. É necessário, então, que resolvamos nossos conflitos ao invés de escamoteá-los.
Desta forma, é importante que os hipertensos aprendam a lidar com a agressividade, que esta seja canalizada para exercícios físicos supervisionados, iniciativas com maior independência nas atitudes do cotidiano ou verbalizada para permitir escoamento do excesso de energia. É preciso entender que se você possui uma natureza belicosa, combativa, não pode se comportar simplesmente como um cordeirinho para ser aceito, e sim adequar ao momento as suas expressões de raiva, um sentimento que não deve ser reprimido, uma vez que é humano senti-lo, e que representa, ainda, a outra face do medo. Além disso, você pode usar, em casa, quando precisar extravasar a raiva, uma técnica de bioenergética para isto: com um pedaço de mangueira de jardim, golpeie um travesseiro, como se fosse uma reação à pessoa ou situação que lhe faz mal, até sentir que toda a raiva foi eliminada durante esta dramatização, deixando o seu corpo livre daquele excesso de energia perversa.
Com as crescentes dificuldades e obstáculos muitas vezes intransponíveis gerando frustrações tão freqüentes na vida moderna, precisamos administrar esta energia de ação que, se não canalizada adequadamente acabará por alterar a circulação energética ao nível do nosso fígado, trazendo implicações que predispõem a complicações vasculares (acidentes vasculares cerebrais por ira reprimida, por exemplo).
As alterações hormonais representam outro fator que deve ser analisado na hipertensão, sendo a menstruação uma forma do organismo tentar se reequilibrar. Atenção especial deve ser dada às cefaléias que acompanham fases do ciclo menstrual.
Naquelas pessoas com tendência a liderança e independência, quando em seu trabalho precisam se submeter a chefias autoritárias ou vivem em seu casamento qualquer forma de restrição à sua natureza livre, a hipertensão arterial será freqüente se a situação se mantiver por tempo prolongado.
Períodos da vida acompanhados por altos níveis de estresse (perdas de qualquer natureza, desemprego, doença na família, novo emprego, traição etc.), podem ser somatizados com elevação da pressão arterial.
Devemos ainda lembrar que, apesar dos níveis tensionais e da pulsação serem de controle autonômico, é possível, através de técnicas de biofeedback ou meditação interferirmos, ajustando estas funções do nosso corpo. Através de técnicas de meditação podemos atuar sobre o sistema nervoso autônomo através da atenção focada com relaxamento corporal.