segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Amor Virtual

Cada um ama, no contexto pessoal, como sente, quer e pode.
Considerando cada elemento: terra, água, fogo e ar, o amor pode ter várias manifestações. Assim, de acordo com o elemento que predomina em cada ser e pode ser analisado do ponto de vista astrológico, o amor se expressará de forma particular.
O amor virtual tem a ver mais com o elemento ar, diriam alguns. Claro, é a mente que comanda. Cada um se coloca na rede como bem quer, se traveste daquela imagem que deseja mostrar, às vezes para atrair, outras para afastar (ou seja, atrair exatamente o que mais abomina e garante que a relação não poderá ir além do mundo virtual).
Mas será mesmo que os outros elementos também não têm vez no mundo virtual?
Será que os românticos do fogo não tremem, aceleram o coração e suam frio quando, em sua página do orkut ou facebook recebem mensagens daquela figura que cabe exatamente na idealização de seus sonhos?
E os nativos de água, também não se derretem e passam horas dos seus dias fantasiando com os elementos daquelas histórias construídas pelos seus novos amigos virtuais?
E o que dizer dos que são filhos da terra, que a cada dia, depois dos lances inesperados do cotidiano, sentem-se seguros quando podem vivenciar, a seu modo, o amor virtual, do jeito que lhes agrada e não oferece qualquer perigo (ou será que não se deram conta ainda dos perigos do transitar num mundo que exatamente por não ter como base o concreto é tão estranho para eles, apesar de serem tão desconfiados)?
O fato é que todos nós temos em nossa constituição psíquica todos os elementos e o mundo virtual é vivido por cada um de acordo com o que predomina no seu ser e, em última instância, tudo se mistura nesta rede que é a vida.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O Difícil Exercício da Simplicidade nas Palavras e Ações

Cada um de nós tem o seu caminho de desenvolvimento espiritual que, em última análise, seria um processo de refinamento durante essa existência rumo a níveis cada vez mais altos de consciência, independentemente do que significa Deus para cada um, inclusive os que se intitulam ateus.
Assim, considerando que nós somos matéria e energia que só se diferenciam pela vibração mais lenta ou mais rápida, sendo realmente compostos da mesma “substância” do espírito,o objetivo maior de nossas existências é sintonizar com as esferas mais altas. Essa separação só existe na nossa ilusão e quando nos conscientizamos de que somos espírito num corpo material, tudo faz sentido e fica mais fácil. Só que essa consciência vem em raros lampejos que são percebidos por alguns de nós e que para outros é estranho, não se dando conta quando ocorrem. E desenvolver essa percepção é extremamente difícil no estágio de evolução em que nos encontramos e ocorre progressivamente, em várias etapas que nos permitem, aos poucos, ir aumentando o nosso autoconhecimento, tentando vencer os condicionamentos e alcançando um estado de observador dos acontecimentos da vida, o que não quer dizer indiferença e sim uma placidez que reflete a paz do espírito.
Chegar a isso, que ainda não é estar plenamente consciente do seu verdadeiro Eu, já é uma raridade de ser alcançada pelo homem comum. Entretanto, pelo menos, podemos tentar evitar o eterno estado de separação em que vivemos (diabo=dia-ballo que quer dizer: o que divide) que gera nossos conflitos, sofrimentos e dor. Esse distanciamento do espírito do estado de união é a grande heresia (voltarmos as costas para a luz que faz parte de nós) que é o resultado do estado de inconsciência do homem, a ilusão.
Essa evolução não se faz pelo externo e sim, lentamente, pelo interior. Não é possível usar a vontade apenas, o racional. É muito mais do que isso. Somos humanos e os dois polos, o bem e o mal, fazem parte desse processo. O importante é sempre, através do erro, redirecionar a nossa energia para sintonizar com as vibrações mais altas do espírito.
Dessa forma, não importa em qual âmbito das nossas vidas isso ocorra. Inclusive, no campo da sexualidade, a agressividade se transmuta em força, poder e vontade em nível espiritual; o criticismo em discernimento e o amor egoístico em amor universal.
Mas, por enquanto, todos nós ainda estamos no caminho, senão não habitaríamos este mundo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pensando a Respeito da Tragédia na Região Serrana

“Nada como a dor alheia para desviar nossa atenção da responsabilidade com a nossa própria vida.”
- Há alguém que sofre e clama por socorro dentro de nós, da nossa casa, em nosso trabalho ou na vizinhança e nós não ouvimos seu apelo cotidianamente.
- É importante aproveitar a iniciativa de socorrer as vítimas de grandes tragédias para estender esta solidariedade também àqueles que estão perto de nós.
- Atenção para o fato de podermos estar apenas tentando expiar nossa culpa ao darmos os donativos, como quem diz: Agora que já prestei ajuda, qualquer que seja, tenho a permissão de voltar a ser feliz com a minha vida de banalidades, apesar da desgraça alheia tão próxima.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Oásis

Antes de começar mais uma jornada de trabalho, um grande número de funcionários civis e militares passa por ali todos os dias.
É um lugar colorido e aconchegante, onde pessoas bem-humoradas, solícitas e carinhosas recebem os clientes, contrastando com a frieza que reina em torno.
Lá, as pessoas podem saciar a sua curiosidade pelo que acontece no mundo, buscar informações, comprar livros, algumas vezes de conteúdo surpreendente e desopilar o fígado congestionado pela rotina estressante.
Antes do trabalho, quando ficarão inevitavelmente imersos numa atmosfera cinza, sem graça e fria, por conta da natureza extremamente rígida do local, podem satisfazer seu lado lúdico, enquanto folheiam revistas e livros de todo tipo.
Nesse pequeno recinto, pouco refrigerado, que inicia tão cedo suas atividades todos os dias no hospital, acontece uma alquimia muito interessante. Lá, é possível para os que têm mais sensibilidade, perceber que transmutamos as energias pesadas, adquiridas durante o trajeto até ali, num encontro sutil com almas afins, os nossos queridos jornaleiros.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Estou Lendo...

Eu Sei, Mas Não Devia, de Marina Colasanti.
Laudos Espíritas da Loucura, de Lamartine Palhano Junior.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Mãos à Obra

Quanta angústia! Quanta dor se vê durante todo o tempo! Tão perto de nós! Que magnitude de destruição!
As imagens são aterradoras. O susto e quase tudo veio abaixo! Parece a carta da Torre do tarô!
As mortes, o desamparo, os ferimentos, a fome, a solidão, o abandono, os órfãos, os idosos, os deficientes, os traumatizados física e emocionalmente.
Tão perto e ao mesmo tempo tão distantes de nós, das nossas mãos para acudi-los, dos nossos olhos para lhes transmitir força, das nossas palavras de consolo, da nossa força de trabalho para lhes garantir teto, água e comida, roupas, um mínimo de condições básicas para continuarem, apesar de tantas perdas.
Muitos de nós, ou porque moram nas áreas afetadas, têm parentes por lá, fazem parte das forças de socorro público ou se dispuseram e conseguiram ir para lá ajudar, talvez não sintam essa angústia. Eles estão lidando diretamente com a desgraça e o mínimo que puderem fazer lhes traz um sentimento positivo de vitória diante do sofrimento, embora também se cansem e se fragilizem no contato com a tristeza e a dor e precisem ser substituídos por outros sujeitos compassivos, pelo menos aqueles que, exatamente por estarem ajudando na linha de frente, consigam renovar suas energias e se mantenham muito bem, uma vez que não funcionam apenas no corpo, na matéria e sim guiados pelo espírito.
Mas há aqueles de nós que têm compaixão e estão longe, assistindo pelos noticiários na tv e pelos jornais ao desenrolar dos acontecimentos. São pessoas do Rio e de outros estados do Brasil ou mesmo de outros pontos do mundo, que como já aconteceu em outras catástrofes, se mobilizam, trazem os afetados no seu pensamento durante todo o tempo e manifestam a sua compaixão e vontade de ajudar através do envio de donativos por variadas vias, torcendo para que cheguem aos desabrigados e sejam distribuídos com equanimidade. Mas, dar dos bens que possuímos, seja muito ou pouco de acordo com nossas posses e apegos, não satisfaz nessas horas. A vontade é poder estar lá, agindo ou algumas vezes apenas compartilhando a dor e apoiando os que necessitam.
Seria bom que em virtude da magnitude da catástrofe, parte dos atingidos pudesse ser trazida aqui para a cidade do Rio de Janeiro e colocada em abrigos que possibilitariam àqueles que moram e trabalham aqui e não podem se deslocar para a região serrana, prestar o auxílio que desejam, dentro das suas habilidades, aptidão e áreas de atuação profissional.
É preciso considerar que esse apoio não pode ir esmorecendo com o passar dos dias, como acontece naturalmente após a primeira mobilização, até porque o número de mortos computados deve crescer, mas, nas próximas semanas, o que se espera é o aparecimento das doenças infecciosas na população sobrevivente, o que demandará ainda mais cuidado e ajuda de todos nós.
Que essa corrente de solidariedade possa sempre se expandir, porque os tempos são de certeza de estarmos todos no mesmo barco.