sábado, 2 de maio de 2009

Da Dificuldade de Enxergar o Mal

Vivemos num mundo de polaridades. Mas, porque é tão difícil para alguns de nós enxergar a escuridão? É necessário estar aberto para a possibilidade do mal, para poder lidar com ele e proteger suas vítimas que não se restringem aos que sofrem, incluindo também o agressor. É rotina nos pronto-socorros, lesões em crianças e idosos, decorrentes de violência ou negligência por parte de pais, familiares e cuidadores.
Crianças e idosos sofrem agressões e lesões decorrentes da falta de proteção por parte de seus responsáveis. Desatenção, esquecimentos, verdadeiras ciladas e armadilhas representadas por situações e utensílios e móveis existentes na própria residência ou fora dela, custam muito caro para quem em determinada época da vida precisa de proteção.
E cabe aos profissionais de saúde buscarem informação, quando na sua vivência não encontram experiências desse tipo para ajudarem no diagnóstico. Há quem se comporte como se vivesse na ilha da fantasia e deixa passar, atribuindo ao acaso ou acidente, lesões corporais em crianças e idosos por violência explícita ou abuso sexual, por não terem tido contato no meio em que foram criados, com estas práticas abomináveis. Precisamos admitir que como humanos (Irrc!), todos nós e qualquer um de nós é capaz de qualquer coisa, desde que haja condições propícias.
Admitindo que a maldade faz parte de nós, estaremos nos protegendo mutuamente: vítimas e agressores.

Sensações (Misturas e Cores)

Misturar. Esta ideia me veio de súbito. Parte de um com parte do outro: coisa nova que surge. Comunhão. Talvez. Tão clara em mim esta sensação hoje.
Fazemos parte de um todo que depende de cada um de nós. A vibração do mundo que é formada pelas emanações de cada um de nós. A responsabilidade que há nisto, em cada ato nosso, em cada pensamento. Olhar para os outros com o amor e a consideração que devemos dispensar a nós mesmos. Gosto de misturas, do resultado das combinações em tudo. Mas mistura de partes que têm algo em comum, que podem compartilhar, que são abertas para permitir entrar no outro e serem invadidas, diferente de água e óleo.
Óleo me lembra tela que me traz tintas. Vejo a tela branca e as tintas coloridas que vão sendo colocadas no branco, que dançam levadas pelo pincel e se juntam às cores de outras e explodem em tons novos, multicoloridos. É vida nova despontando.
Os cheiros que se combinam, das peles que se tocam e se modificam pela delícia do contato, exalando perfumes que se misturam e impressionam olfatos de novas formas tão particulares, com mudanças às vezes tão sutis, mas que marcam e tocam uma profundidade tão imensa e especial.
Meus sentidos se assanham com as cores e penso que assim é com todo mundo: primeiro os olhos, mas as coisas têm cheiro e gosto e textura também. Um prato cheio de cores é recebido pela língua de forma totalmente diversa da comida monocromática. Gosto de ter todas as cores que puder no mesmo prato e ir provando cada uma delas, sentindo a temperatura da cor, o gosto da comida, me sentindo arrepiar todas pelas cores ácidas ou picantes e me deixando amansar pelas cores doces. E sentir, ao mesmo tempo, mais de uma cor na mesma parte da língua é especial. É certeza de novo sabor, nova vida que se percebe, é mais uma parte de mim que se aguça.