domingo, 1 de março de 2009

Cara de Um, Focinho de Outro

Tenho o hábito de olhar para as pessoas enquanto caminho pelas ruas. E é um olhar quase sempre enxerido e audacioso, uma vez que penetra intimidades, faz analogias insuspeitadas e surpreende com as imagens captadas que geralmente passam despercebidas para os outros.
Assim é que fiz uma constatação que foi oriunda de observação acurada, testada e repetida muitas vezes para ganhar certificado de científica.
Observei pessoas que levam seus cachorros a passear durante anos a fio, seja quando ia para o trabalho, às compras, saindo para o lazer, olhando das janelas dos ônibus... enfim, sempre que saía de casa. Já tinha ouvido falar que os cachorros têm características de personalidade de seus donos. Concordo com isto e acrescento que se parecem mais, muitas vezes, não com o seu dono oficial, mas com a pessoa da família que cuida dele e é seu dono de coração. Tomo como exemplo minha relação com meu amado cachorro.
Mas minha observação se refere à aparência física entre o cachorro e o dono. Reparem só: há algo marcante que fica bastante evidente tanto no cachorro quanto no dono. Às vezes é o tipo do rosto, outras vezes o andar, outras vezes os trejeitos, a expressão e... pasmem, até a voz! Na minha vizinhança tenho inúmeros exemplos pitorecos.
É perfeitamente comprovável esta minha teoria, é um estudo que pode ser reproduzido e testado por qualquer um que amplie o olhar e se dê ao trabalho, se tiver interesse.

Entre o Céu e a Terra

No sopé do morro corria desvairada
Da perseguição escapara ilesa.
Mas o que dizer sobre seu destino?
Este, implacável, a mantinha presa...

Vida, dura vida entre os aldeões,
Vida de mulher humilhada e triste,
Rechaçada, usada, nada de escola...
Melhor morrer que já não mesmo existe.

Mas se no peito ainda mora a esperança,
A mesma que tinha no tempo de criança,
Então resiste, luta e quer vencer,
Sabe quem é, não vai esmorecer.

Assim tem sido a vida da mulher:
Escapar, lutar, descobrir quem é,
Superar preconceitos, manter a confiança...
Ou não resistir, morrer de falta de esperança.


Poesia inspirada no filme
Entre o Céu e a Terra, de Oliver Stone.

Sertão

Cavuca o chão,
Procura o que comer.
Não há de achar...