domingo, 2 de agosto de 2009

Vida Além da Saudade

Lá está a casa firme, com paredes, chão, teto, janelas, portas.
Mas não há você justificando a existência dela.
Há os retratos na estante humanizando a sala.
Porém seu sorriso deixou de aquecer os corações de quem aparece por lá.
Seus óculos ainda descansam sobre a mesa da copa, aposentados.
Porque não mais possuem quem justifique sua utilidade.
A cadeira de balanço, inerte, é a mesma.
Entretanto, há o silêncio no lugar do seu ranger compassado que acompanhava as cantigas de ninar.
A cama simples ainda enfeita o quarto.
E nunca mais foi desmanchada depois da sua ausência.
O jardim ainda existe.
Mas não o solo úmido. E flores já não há.

Há a casa, os móveis, os objetos.
Há os filhos, os netos e bisnetos.
Há vida que sobrevive sem você.
Há tristeza, há saudade, há lembranças.

E, a cada dia existe a alegria retornando para todos nós.
Porque se há tanto amor (e há)
Não existe a morte de quem amamos.

Para Cassinha

Borboletas coloridas
esvoaçam no jardim
beijam flores,
fazem amigas,
elas gostam de ser assim...
Eu sou como as borboletas
não posso viver sozinha
adoro andar por aí
com as minhas amiguinhas.