terça-feira, 31 de março de 2009

Parabéns, Aline!

Há 27 anos você chegava a este mundo, sendo festejada por seus pais e por toda a família que já a esperava cheia de alegria e com certa ansiedade. Seu nascimento foi anunciado por mim a todos os meus amigos e você permaneceu perto de nós, na casa dos avós, cercada pela numerosa família. Desta forma, foi influenciada por muitas pessoas, incorporando aspectos diversos ao seu ser que já nasceu neste contexto exatamente por estar sintonizada com ele, era o seu destino a expansão em todo os níveis.
Mostrou desde cedo sua singularidade, com temperamento forte e delicadeza natural expressa na carinha de boneca. Extremamente observadora, era ainda pré-adolescente quando escreveu sobre diferentes membros da família e me surpreendeu com sua perspicácia e sensibilidade na avaliação.
Ávida por conhecimento, lia tudo que passava por você e mostrou logo a facilidade para escrever. Suas composições eram sempre destacadas e colocadas nos murais da escola. Seus textos mostravam um amadurecimento tal, que ou eram aceitos, valorizados e premiados ou causavam um certo temor aos professores menos acostumados com pessoas originais, inteligentes e audaciosas.
Sempre teve facilidade nos relacionamentos interpessoais e seus amigos apreciavam sua maturidade precoce, não raras vezes buscando seu aconselhamento.
No colégio, expressar-se em público mostrou ser outra habilidade e como o interesse pelas pessoas e a compaixão existiam como fortes características, daí a optar por Psicologia como carreira foi um pulo.
Sempre boa aluna, não teve dificuldade para entrar para a Universidade e a vontade de conhecer e aprender sobre tudo, em especial, o que se relacionasse a outras culturas, facilitou sua vida curricular, principalmente o estudo de idiomas, sendo francês a sua paixão.
Este ano você concluiu seu Mestrado em Psicologia com destaque no seu trabalho que continuará desenvolvendo no Doutorado, tal o interesse e a abrangência do tema.
Mas sua maturidade tão realçada durante sua defesa de Mestrado vai além e se pauta, sobretudo, no aprendizado através das experiências de sua vida. Seu primeiro filho está quase nascendo e trará com ele a promessa de dias felizes que você bem merece. A família que você constituiu é harmoniosa e será um lar feliz, tranquilo, seguro e berço de conhecimentos para o Kurt.
Por tudo que você é, pelo caminho que tem trilhado, por sua força e coragem, dinamismo, inteligência e, principalmente, pelo amor que traz dentro de você e que naturalmente distribui, parabéns. Felicidades, paz, saúde, alegrias, muito amor, um abraço apertado e beijos.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Decepcionada

Ana rima com bacana,
Samurai com butterfly,
Ela tá mais pra deusa Inanna,
Mas se faz de lady Di.

Olhem só que ardilosa,
Corre a escrever num cantinho,
Vejam que coisa maldosa,
Depois volta na boa, de fininho.

Ana, sua embromadora,
Isso é coisa muito feia!
Coitada da Escrevinhadora...
Quase cai na sua teia.

Li tudo que você escreveu
E achava que era alma boa,
Agora, pensando bem,
Vejo que é uma à toa.

Deixo escorrer tanto fel
Nestas mal traçadas linhas,
Pois detesto que joguem ao léu
Tantas palavras daninhas.

Logo você, tão talentosa,
Que ia no caminho do bem,
Agora só vem com esta prosa
De estar sempre ferindo alguém.

Veja, Ana, se ainda se recupera,
Larga este corpo, que tu não é megera!
Volte a trilhar o caminho iluminado,
Antes ser zen que viver só de pecado.

Já chega de tanta dissimulação!
O que te fez partir pra esta escuridão?
A galera acaba apedrejando ocê!
Gente, não tô dando ideia, tô pagando pra ver!

Cais - Milton Nascimento e Ronaldo Bastos

Para quem quer se soltar,
Invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor
E sei a dor de me lançar

Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador

Para quem quer me seguir
Eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez de me lançar
.
.

Estou Lendo...

As Sete Leis Espirituais do Sucesso: um guia prático para a realização dos seus sonhos - Deepak Chopra

domingo, 29 de março de 2009

Lao Tzu e o Ser Integral

O ser integral conhece sem ir, vê sem olhar e realiza sem fazer.

Lembrando de Você

Café com leite
Combinação perfeita
Lembra bom dia

Simplicidade
Um jeito original
Dentro do igual

Apimentando

Veja, gente, eu não sou disso,
Não gosto de me meter,
Se presencio uma briga,
Corro pra me esconder.
Violência não é meu forte,
Nem gosto de falação,
Deixo os outros em suas contendas,
Fico aqui só em contemplação.

Mas creio que esta história
Tá passando dos limites,
Tem mais gente se metendo...
Onde vai parar, se já está triste?
Agora o Bruno e a Escrevinha
Resolveram também se envolver
No litígio da Ana e Raquel,
Aí então não pude mais me conter.

Antes, eu queria aplacar a discórdia,
Promover a paz entre naja e jibóia,
Suavizar os ânimos e jogar confetes,
Levantar o astral evitando os bofetes.
Mas neste momento é demais!
A Ana passou dos limites, minha gente!
Que vampira esta mulher sagaz!
Morde e assopra, botando paninho quente.

Vocês não enxergam, galera?
Tanta dissimulação? Êta guria sem-vergonha!
Faz intriga, xinga, elogia e depois pede benção.
É esperta demais, digamos que é uma fera.
Nas letras ela só dá banho
Mas no caráter, quase degenera,
Xi! Acho que vou calar a boca, senão vai sobrar pra mim!
Desdigo tudo que disse. Pronto! Chega! Fim!

sábado, 28 de março de 2009

Um Sonho Bom

Caía a noite apagando aos poucos toda a luminosidade natural daquele lugar já tão populoso, cheio de prédios e construções mais baixas. E aquele dia a luz elétrica não acendia, não se sabia porquê. Tudo foi, devagar, virando breu e as pessoas já começavam a se inquietar. Mas tudo foi deixando de funcionar aos poucos e assim não havia ninguém preso nos elevadores ou em outros lugares. Os sistemas foram inativados progressivamente, dando tempo às pessoas de perceberem sua incapacidade de funcionarem. E não era mais possível acender qualquer luz artificial: elétrica, de geradores, baterias, pilhas. Nada funcionava. Também era impossível obter luz de vela, ninguém conseguia riscar fósforos ou acender isqueiros ou fazer fogo por qualquer meio. Era estranho demais! Entretanto, no resto, tudo estava como sempre esteve. Exceto pelas trevas que se impuseram sobre aquela cidade. Não houve tumulto. As pessoas estavam calmas. Estavam anestesiadas pelas impossibilidades e hipnotizadas pela estranheza dos fatos. Aos poucos foram se acostumando à escuridão e foram agrupando-se nos espaços abertos. Desceram dos prédios, saíram de suas casas, locais de trabalho e lazer e, em silêncio, começaram a andar pela cidade toda apagada e sem se esbarrarem. Caminharam muitos quilômetros em silêncio e aos poucos o ar ficou mais leve, respiravam melhor, aprofundaram a respiração. Andavam com mais facilidade agora e se dirigiram, juntos, depois de horas, para um lugar mais claro onde puderam enxergar a primeira estrela. Foi um êxtase, a salvação.
Finalmente haviam descoberto a luz da intuição que os fez se reunirem e caminharem juntos para um lugar melhor.

Em Busca de Si

Cavaleiro sem destino,
Perseguindo o nada.
Segue a linha do horizonte,
Atinge uma outra estrada

Que o leva inda mais longe,
Onde ninguém sonhou,
Pois nem em sonho se alcança
O que a mente não projetou.

Mas ele parte sem medo,
Buscando, talvez, uma trilha
Que o conduza seguro
Rumo ao céu, onde o sol brilha.

Montando um cavalo alado,
De faiscante e dourada crina,
Segue a intuição, pois sabe
Que todo homem é uma ilha.

Hora do Planeta

Apaguem a luz
Acendam as ideias
Salvem a Terra

Todos unidos
Pelo bem do planeta
Na escuridão

Os cariocas
Contra aquecimento
Apagam Cristo

Desliguem tudo
São sessenta minutos
Pra iluminar

Uma hora só
Multiplica a ação
Colaboremos

Em todo mundo
Só deixem as estrelas
E esperança

Mentes acesas
Preservam natureza
Guardam recursos

Zelam Mãe Terra
Respeitam semelhantes
Unem-se na luz

O Pequeno Príncipe

O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry

Uma linda metáfora a propósito da delicadeza da vida, quando olhamos cada coisa com profundidade. Amei o baobá. E as ilustrações são muito lindas. Um livro inesquecível.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Vida, trabalho e consciência

Vida só de trabalho é vida obsoleta. Nós, conscientes, preferimos o não fazer, que faz a maior diferença, permitindo sair desta ilusão em que vivemos e acessar outras realidades.

Virginianos e trabalho

Nós, virginianos, preferimos sempre o trabalho. É nossa resposta em qualquer circunstância, o que faz a nossa vida não ser obsoleta.

Beatriz - Chico Buarque e Edu Lobo

Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura o rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário a casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva para sempre Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina a vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
.
.

Canal de Cura

Em certos momentos, eu me sinto tão esvaziada de mim, como se tivessem me sorvido pelo simples relacionar. Sempre que me aproximo dos que sofrem e pelos quais deixo que a empatia flua livremente, sou sua vítima que se esvai. É como se querendo melhorar o outro, eu me deixasse abater e isto de nada tem validade, posto que não quero me roubar a energia, o entusiasmo, a luz.
Sim, a luz: é nela que eu preciso me fixar, na minha parte imaterial. Esta, sim, pode ser usada para minha proteção, porque não diminui, já que está ligada à fonte. Se desejo melhorar quem quer que seja, que o faça minha porção supra-mental; que eu me permita ser um canal de inesgotável energia do universo, do Criador e possa ser um bálsamo para os que necessitam.
Não posso usar a minha parte mundana, a que também sofre, ainda que tenha compaixão.
Preciso vibrar equilíbrio, sensatez, fé: a certeza de que tudo nesta existência tem um porquê e cada acontecimento, inevitavelmente nos levará a uma rota de evolução, ainda que num primeiro momento pareça que tudo está a ruir, que não há salvação e que tudo nos abate.
Tenho que estar sempre sintonizada com meu Eu superior, para que possa ser um canal de cura, de promover um bem-estar aos que se aproximarem. Mas isto requer prática, é preciso que eu me solte, que mergulhe confiante num abismo de incertezas, estando segura de que tudo acontecerá da melhor forma e será possível ajudar aos que eu amo. Até que chegue o dia em que não haja mais distinção entre aqueles que merecem o meu amor pessoal e qualquer outro semelhante, num exercício pleno do amor incondicional.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Ishar, Revolucionário de uma Vida Passada

Túnica vermelha cor de sangue
Cravejada de pedras preciosas
Ornando-lhe as costas poderosas
Sempre que subia ao palanque.

Calvo, ereto, de olhar penetrante,
Com voz suave, melodiosa que hipnotiza
Todos os que o cercam num instante
Em que profere palavras de justiça.

Um dia sua liderança incomodou,
Foi apunhalado no catre solitário,
Não sem antes dizer ao matador
O desperdício de ceifar um revolucionário.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Rosa - Pixinguinha e Otávio de Sousa

Tu és divina e graciosa,
Estátua majestosa!
No amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor...

Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida
Pelo beija-flor...

Se Deus
Me fora tão clemente
Aqui neste ambiente
De luz, formada numa tela
Deslumbrante e bela...

Teu coração
Junto ao meu lanceado,
Pregado e crucificado
Sobre a rosa e a cruz
Do arfante peito teu...

Tu és a forma ideal,
Estátua magistral!
Oh! alma perenal
Do meu primeiro amor,
Sublime amor...

Tu és de Deus
A soberana flor.
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração
Sepultas um amor...

O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes
Cheios de sabor
Em vozes tão dolentes
Como um sonho em flor...

És láctea estrela,
És mãe da realeza,
És tudo, enfim,
Que tem de belo
Em todo resplendor
Da santa natureza...

Perdão!
Se ouso confessar-te:
Eu hei de sempre amar-te!
Oh! Flor!
Meu peito não resiste.
Oh! meu Deus!
O quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar
Em esperar
Em conduzir-te
Um dia ao pé do altar...

Jurar aos pés do Onipotente
Em preces comoventes
De dor, e receber a unção
Da tua gratidão...

Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos,
Hei de envolver-te
Até meu padecer
De todo fenecer...
.
.

Estou Lendo...

Conexão saúde: como ativar as energias positivas do seu organismo e ter saúde perfeita - Deepak Chopra

Apaixonada

Planta carinhos,
Só nasce adoração.
É pura paixão!

Antes que Seja Tarde

É belo o teu olhar depois de tantos anos.
Se o ocaso da vida tem este brilho,
O pensamento corrente é puro engano.

Pois que os anos foram, para ti,
O enfeite belo que faltava
Para ornar tua face cor de sapoti
Com todo encanto do fim de tarde.

Bela princesa, corre,
Vem ser minha rainha finalmente
Anda, vem logo,
Que o meu sol já é poente.

terça-feira, 24 de março de 2009

Feliz Aniversário!

Trago vivos na lembrança os dias em que me levava à escola, em especial um deles em que ela substituiu minha mãe na reunião com minha primeira professora, dona Natália. Sempre teve atitude e coragem. Era, desde menina, muito sestrosa: tinha carinha de boneca, usava vestidinhos enfeitados de renda. Mas, se algum garoto mexia com ela na rua, largava no chão as compras que tinha ido fazer para a mãe e brigava com ele, sempre levando a melhor.

Na escola, demonstrava sua inteligência natural e facilidade nos relacionamentos, embora ainda fosse tímida. Tinha ao seu lado, sempre, nossa outra irmã mais velha que freqüentava a mesma escola em turma diferente e que a deixava, freqüentemente, em apuros, com sua mania de inventar histórias para as colegas (fantasiosa que era) e esperar que ela confirmasse tudo como verdadeiro. Isto lhe causava enorme tensão, já que lhe faziam perguntas sobre fatos que ela desconhecia, sobre pessoas que nunca tinha conhecido e que deveria saber, caso se tratasse mesmo de verdade. E quando devia confirmar informações sobre passeios em lugares de que nunca tinha ouvido falar e episódios ocorridos em festas que jamais freqüentou? Sim, porque a irmã mais velha era ousadíssima nas suas fantasias.
Assim seguiram as duas pela vida e acabaram indo trabalhar na mesma empresa.

Sempre foi primorosa no exercício das suas funções, trabalhando com chefias de temperamentos variadíssimos e com todas elas soube manter seu papel de organizadora, não só do lado profissional, como da vida pessoal de quem lidava com ela mais de perto. Seus chefes a adoravam e respeitavam. Suas colegas a admiravam, seguiam suas tendências e até tinham uma pontinha de inveja do seu jeito original e tão atraente, pois ela tinha também dotes artísticos e sabia criar sapatos diferentes, lindíssimos, pintando e enfeitando os modelos tradicionais adquiridos.
No trabalho, sempre teve muita seriedade, responsabilidade, esmero e, assim, só poderia se sair muito bem. Marcou profundamente a vida das pessoas com quem trabalhou por trinta anos até se aposentar.

O que ninguém sabia é que, para ela, o mais importante era o relacionamento interpessoal. Sempre se interessou pela vida das pessoas que apareciam em seu caminho, querendo ajudá-las aconselhando, compreendendo e incentivando. Trouxe este dom para esta vida e agora, na maturidade, depois dos filhos criados e da aposentadoria, pode exercê-lo com mais empenho. Sim, porque tem uma perspicácia admirável, grande interesse pelas pessoas, vontade de ajudar e atrai os que necessitam de apoio que, muito à vontade, falam dos seus problemas e dificuldades para ela. Quando isto acontece, seus olhos brilham e se vê que é dessa forma que ela “toca a sua música” nesta vida. Foi para isto que ela nasceu, é assim que se realiza.

Gosto muito dela, principalmente da sua autenticidade. Ela é verdadeira e expressa exatamente o que sente, sem disfarces. Enfrentou todos os revezes da vida com coragem e força e soube tirar deles um enorme aprendizado que agora pode usar para atuar junto às pessoas que a procuram, depois que deixou aflorar a sua espiritualidade.
Os episódios ocorridos na vida familiar, que foi o palco dos seus principais aprendizados, a prepararam para estar agora capacitada a exercitar a compaixão. Suas provas foram inúmeras e exigiram dela cada vez maior profundidade. Na minha vida, atuou de forma definitiva, fazendo com que eu me conhecesse melhor e agradeço muito por tudo que compartilhamos nestes anos de aprendizado em comum.
Agora, todos podem observar, seus caminhos estão se abrindo e sua nova trilha promete ter muitas flores e mais tranqüilidade.


Hoje é seu aniversário e você merece parabéns, de verdade, por tudo que soube ultrapassar e aprender e, principalmente, por sua maior qualidade: na família, se qualquer um de nós tem qualquer dificuldade, você está sempre pronta a ajudar com a sua presença, seu trabalho e sua compaixão. E que possa estender isso para o mundo, como parece ser o seu destino.
E, neste momento, quando ainda tão jovem vai ser avó, que consiga viver dias mais calmos com todos nós, expressando seu amor, afinada com seu espírito, em perfeita paz.
Feliz aniversário! Abraços e beijos.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Guerreiro da Luz

Mote
Guerreiro da luz segue teu caminho
Onde trevas houver faze teu ninho


Guerreiro da luz segue teu caminho,
Onde trevas houver faze teu ninho,
Que homem do bem consegue ajudar
A toda pessoa por onde passar,
Pois todo brilho que na aura está
A quem chegue perto irá confortar.

Transmuta a dor em paz no coração,
Socorre os aflitos por compaixão,
Traze alegrias, és passarinho.
Cuida, acolhe quem está sozinho.
Guerreiro da luz segue teu caminho,
Onde trevas houver faze teu ninho.

És o bálsamo para o sofredor,
Tuas palavras só dizem do amor,
Cessa conflitos, leva harmonia,
Com flores perfuma tua trilha.
Guerreiro da luz segue teu caminho,
Onde trevas houver faze teu ninho.

Desejo

Inebriante desejo: teu beijo explode em minha boca enquanto ondas de arrebatamento propagam-se por todo o meu ser. Perco o chão, já não me é mais possível manter os pés firmes na terra, o tino se esvai, viajo para terras longínquas, perdendo-me em devaneios tontos. Agora já é só você. O meu mundo a um só tempo reduziu-se em expansão...
Mergulho fundo, sem amarras me entrego. É só paixão e no mesmo instante em que concebo este amor, louca me afogo neste mar de doces delícias e inauguro uma existência só tua.

domingo, 22 de março de 2009

Bem Que Se Quis - Pino Daniele e Nelson Motta (Versão)

Bem que se quis
Depois de tudo
Ainda ser feliz
Mas já não há
Caminhos prá voltar
E o que que a vida fez
Da nossa vida?
O que que a gente
Não faz por amor?...

Mas tanto faz!
Já me esqueci
De te esquecer
Porque
O teu desejo
É meu melhor prazer
E o meu destino
É querer sempre mais
A minha estrada corre
Pro seu mar...

Agora vem prá perto, vem
Vem depressa, vem sem fim
Dentro de mim
Que eu quero sentir
O teu corpo pesando
Sobre o meu
Vem meu amor, vem prá mim
Me abraça devagar
Me beija e me faz esquecer...
.
.

Saudade é o Bagaço do Amor

Mote
Saudade é o bagaço do amor,
É só o que resta depois da paixão.


Bebemos néctar nos tempos de ardor,
Nada é pra sempre, fica ilusão,
É tanto enlevo, nem dá pra sentir
Que cedo ou tarde tudo vai ruir.
Notamos, um dia, acomodação,
Já é o começo da desilusão,
Saudade é o bagaço do amor,
É só o que resta depois da paixão.

Vem nostalgia de tanto esplendor,
A mente nos diz: quase tudo passou.
Sofremos, tentamos nos recuperar,
Porém, neste caso, não é pra tentar,
Melhor é aprender a dura lição:
Desapego nas coisas do coração.
Saudade é o bagaço do amor,
É só o que resta depois da paixão.

Indignação

Valei-me, meu Deus!
Não é justo crianças
Dormindo ao léu.

sábado, 21 de março de 2009

Lembrança

Quando ouço a palavra compreende, lembro-me de meu pai que gostava de repetir “Compreende? Compreende?” sempre que contava uma história para nós. Não entendo a saudade, tampouco busco compreendê-la. Algum dia alguém a compreenderá?... Mas sei que após longa ausência, neste momento, outra vez a música de sua voz preenche meus ouvidos e fixo meu olhar nas cenas vividas outrora, quando ele ainda estava entre nós.

3G, 1 Real e Arroz Integral

Decidi comprar um notebook e usar internet sem fio. Começou aí minha via crucis. Primeiro me informei sobre várias operadoras que ofereciam o serviço. Quando optei pela marca, tomei o cuidado de experimentar o pequeno aparelhinho de uma vizinha pra ver se o sinal era bom. Achei excelente e isso fortaleceu minha escolha. O próximo passo foi verificar o prazo de entrega. Como precisava do aparelho para dois dias depois, ao invés de comprar pela internet, fui à loja para adquiri-lo com pagamento à vista. Levei o dinheiro - R$ 300,00, já que o mesmo custava R$ 299,00 - e minha carteira de identidade do CRM em que constam, além do registro no órgão, o número da identidade do Félix Pacheco e o número do CPF.
Aprovei o modelo que eles tinham, já que ao invés do de cor branca mostrado na internet, só tinham em estoque um de cor preta. Mas qual não foi minha surpresa quando me solicitaram um comprovante de residência que eu não portava, já que iria efetuar a compra à vista e, além disso, eu já era cliente da operadora. A vendedora me disse que não haveria problema não estar com o comprovante, pois tentaria, caso a conta de luz de minha casa estivesse no meu nome, tirar uma segunda via pela internet. Eu achei ótimo, já que não precisaria voltar em casa. Aí, esperei mais algum tempo, até que ela voltou e falou “graças a Deus a senhora paga as suas contas em dia, mas por isto eu não poderei tirar a segunda via e então será necessário trazê-la para mim”. Não entendi o graças a Deus e, resignada, fui buscar a conta em casa.
De volta, crente que o problema estava sanado e eu teria o aparelhinho nas mãos, fui informada por outra atendente que estava fazendo o cadastro, que eu teria que voltar em casa novamente para pegar a carteira do CPF, porque a operadora não aceitava CPF que constava de carteiras de Conselhos. Fiquei pasma e irada, quase estava desistindo da compra, mas ponderei que isto iria atrasar ainda mais a minha necessidade de ter internet sem fio em dois dias para realizar um trabalho importante, e resolvi atender à exigência da dita operadora.
De posse do CPF que peguei indo em casa pela segunda vez, finalmente concordaram em me vender o desejado aparelho. Assinei os contratos, recebi as cópias, paguei R$ 300,00 pelo mesmo e não me deram troco. Fui informada que em 24 horas ele seria habilitado e que eu teria 48 horas para trocá-lo caso o modem viesse com problemas. Achei aquilo nefasto, mas voltei pra casa satisfeita, de posse do meu 3G.
Chegando, fui logo conectar o 3G ao computador. Estava morto, o led não acendia e não fazia acesso à internet. Ponderei que tinha que esperar. Tentei, até expirarem as 24 horas, outras tantas vezes e nada acontecia. Liguei para o atendimento e me informaram que iriam reforçar o sinal (que, segundo eles, estava fraco) e em 4 horas ele estaria funcionando. Quatro horas depois, deu o primeiro sinal de vida: o led estava aceso, mas acessar a internet ainda era impossível. Nova ligação para o atendimento, a quarta naquele dia, e o funcionário disse que iria abrir uma ordem de serviço porque, segundo ele, o modem estava ok, mas o aparelho estava com problemas na configuração. Foi então que acabei descobrindo que a configuração tinha sido feita em outro número de CPF (e pensar que eu tive que voltar em casa para pegar a carteira do CPF porque a operadora não aceitava CPF constando em carteiras de Conselhos, mesmo o CRM, com tantos anos de existência e idoneidade!). Bom, o fato é que, segundo o atendente, a solução só deveria ocorrer dentro de uma semana. Já eram quase 2 horas da madrugada e eu, que precisava do 3G naquele dia, resolvi então cancelar a compra.
Acordei, fui à loja, e lá não quis discutir os problemas nem as soluções que poderiam ser dadas. Queria meu dinheiro de volta, cancelar a compra. Como a minha cara não era de amigos, prontamente me atenderam, devolvendo-me a cópia do contrato, o atestado de cancelamento e o dinheiro: R$ 300,00. Mas me pediram R$ 1,00 de troco, pois não tinham, na loja, R$ 299,00. Informei que no dia da compra não me deram R$ 1,00 de troco, ao que a funcionária respondeu que só poderia me devolver R$ 299,00. Respirei fundo, engoli em seco e parti com a única nota de R$ 50,00 que tinha na bolsa para trocá-la comprando algo. Entrei numa loja de produtos naturais, já que estava “calma”, comprei um pacote de arroz integral e consegui, enfim, R$ 1,00 para o “troco”.
Só assim concretizei o cancelamento da compra do meu 3G, voltando, 48 horas depois, ao ponto de partida.
.
Conclusão:
Comprei um 3G por R$ 300,00 e para cancelar a compra gastei R$ 1,00 e ainda tive que comprar um pacote de arroz integral. E, neste momento, estou aguardando a habilitação de outro 3G de uma outra operadora. Mas, é CLARO que eu não posso dizer qual foi a operadora que me causou todo este transtorno.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Recado

Precisa de uma longa explicação? Não compreende o que lhe digo? Tampouco compreenderá, ainda que lhe explique mil vezes com palavras. Só terá a verdadeira compreensão ao captar os sinais que passo com meu olhar.

Elegia - Augusto de Campos e Péricles Cavalcanti

Deixa que minha mão errante adentre
Atrás, na frente, em cima, em baixo, entre
Minha América, minha terra à vista
Reino de paz se um homem só a conquista
Minha mina preciosa, meu império
Feliz de quem penetre o teu mistério
Liberto-me ficando teu escravo
Onde cai minha mão, meu selo gravo
Nudez total: todo prazer provém do corpo
(Como a alma sem corpo) sem vestes
Como encadernação vistosa
Feita para iletrados, a mulher se enfeita
Mas ela é um livro místico e somente
A alguns a que tal graça se consente
É dado lê-la
Eu sou um, quem sabe…
.
.

John Donne em “Elegia XIX: Indo para a Cama” (Tradução de Augusto de Campos)

Vem, oh senhora, vem, que ócios não me permito;
Fico agitado toda vez que não me agito.
Quando o inimigo ao inimigo espreita e escuta,
Mais se cansa da espera que da própria luta.
Tira este cinto, cintilante anel celeste,
Que em torno a um mundo mais formoso dispuseste.
Desprende logo o peitoral onde lusis,
Que barra os olhos dos xeretas imbecis.
Despe-te, pois o carrilhão sonoro chama,
Dizendo a mim que a hora chegou de ir para a cama.
Abre o teu espartilho, que eu invejo em tudo:
Contudo, ele te abraça; e se mantém, contudo.
Tua saia, ao cair, revela tal primor,
Que é igual à sombra a se afastar do campo em flor.
Fora a coroa entrelaçada de metal;
Solta os cabelos, diadema natural.
Tira os sapatos, e, sem medo, ora te avia
Ao sacrário do amor, à cama tão macia.
Com essas vestes cândidas, do céu amigo
Os anjos vinham. Anjo meu, trazes contigo
Um paraíso igual ao de Maomé; e embora
Haja espíritos maus também de branco, agora
Sabe-se bem qual anjo é mau, e o bom qual é:
Um deixa em pé os cabelos, o outro a carne em pé.

Concede uma licença à minha mão errante,
Para ir ao meio, encima, embaixo, atrás, adiante.
Oh, minha América! Oh, meu novo continente,
Meu reino, a salvo porque um homem tens à frente.
Tenho aqui minhas minas, meu império aqui;
Que abençoado sou por descobrir a ti!
Este acordo liberta a quem ele segura;
Onde coloco a mão, eu deixo a assinatura.

Nudez completa, da alegria o cerne e a polpa!
Como a alma sai do corpo, o corpo sai da roupa
Para o prazer total. A jóia da mulher
E maçã de Atalanta, que sua dona quer
Lançar aos tolos, a que, vendo a gema bela,
Pensem sequiosos no que é dela, e não mais nela.
Como pintura, ou capa de volume, feita
Visando aos leigos, a mulher também se enfeita;
Mas é obra mística, e seu tema se explicita
Somente àqueles a que a graça nobilita,
Como nós. Sendo assim, que eu te conheça inteira;
Sem pejo vem, e, como diante da parteira,
Mostra-te a mim. Atira longe a vestimenta:
Para a inocência punição não se apresenta.

Que esperas? Estou nu... e as horas se consomem.
Mais cobertura tu desejas do que um homem?


Este poema deu origem à letra da música Elegia,
gravada por Caetano Veloso e Simone.

Determinação

Errante homem
Não busques o acaso
Segue na reta

quinta-feira, 19 de março de 2009

Sala de Anatomia

Esqueleto empertigado
Passeia na sala vazia,
Remexe os ossos sem graça,
Busca, talvez, companhia.

Quem sabe queira dançar,
Suavizar a coluna,
Soltar-se, ficar mais leve,
Fazer qualquer diabrura.

Mas, de repente, se acende
A luz do laboratório,
E ele corre com medo,
De volta pro purgatório.

Volta a ficar pendurado
Naquela pose idiota,
Esperando que lembrem dele
Somente nos dias de prova...

Sutras de Shiva

Quando estiveres vividamente atento através de um sentido qualquer, mantém-te alerta.
Quando sentado ou deitado, deixa-te ficar sem peso, além da mente.
Vê, como se fosse pela primeira vez, uma bela pessoa ou um objeto comum.
Na beira de um poço profundo, olhe atentamente para a profundeza, até o assombro.
Olhando para o céu azul atrás das nuvens, vê a eternidade.

Saigon - Cláudio Cartier, Paulo César Feital e Carlão

Tantas palavras
Meias palavras
Nosso apartamento
Um pedaço de Saigon
Me disse adeus
No espelho com batom...

Vai minha estrela
Iluminando
Toda esta cidade
Como um céu
De luz neon...

Seu brilho silencia
Todo som
Às vezes
Você anda por aí
Brinca de se entregar
Sonha pra não dormir...

E quase sempre
Eu penso em te deixar
E é só você chegar
Pr'eu esquecer de mim...

Anoiteceu!
Olho pro céu
E vejo como é bom
Ver as estrelas
Na escuridão
Espero você voltar
Pra Saigon...
.
.
.

Descuido

Pousa mais uma rolinha no quintal,
Mal sabe o perigo que ronda:
Atrás de um lençol no varal,
O moleque espreita na sombra.

Sassarica a pobrezinha descuidada,
Beliscando coisinhas no chão, travessa,
Encontra logo a armadilha montada,
O menino puxa a corda e ela fica presa.

Qual será o destino da coitada?
Nas mãos do guri malvado?
Ficar cativa na gaiola enfeitada
Ou então virar um ensopado?
.

terça-feira, 17 de março de 2009

Ondas

Ondas, ondas,
Vagas longas
Vão e vêm no meu viver...

Sombra, rondas.
Sondas oblongas
Avançam e desafiam meu querer.

Apenas ondas,
Vagas lembranças
Aquilo que ficará de você...


Poesia inspirada na pintura
Ondas, Ondas e Cores.

segunda-feira, 16 de março de 2009

A Senhora das Letras

Carpinteira das letrinhas,
Trabalhadora incansável,
Compondo muitas quadrinhas,
Que é vasto seu vocabulário.

Desde muito, muito cedo
Ela aprendeu a brincar
Com as contas da cadeira,
Logo já sabia contar.

E então, aos quatro anos,
Ninguém sabia porquê,
Começou a ler sozinha...
Ir à escola pra quê?

Quando soube o que que era,
Na área psi se formou,
Queria conversar com as pessoas
E veja o que arranjou:

Mergulhou nas suas dores,
Amenizou desencantos,
Colocou ordem no caos,
Fez crescer, cessando prantos.

Pela vida foi seguindo,
Leu demais e estudou
Tantas coisas que sabia,
Que já sabia e enjoou.

Hoje não trata de ninguém,
Ou melhor, faz muitos elos,
É que ajuda muita gente
Quando escreve no Duelos.

Estou Lendo...

Vida Incondicional: como controlar as forças que moldam a realidade pessoal - Deepak Chopra
Escrava Isaura - Bernardo Guimarães

Emoção

Chuva caindo
Corações se abrindo
Alma lavada

Réquiem (Aline)

Um corpo escuro dentro do tanque branco. Os olhares vertidos sobre ele. Os membros rígidos, unidos, dorsalmente alaranjados e esticados para fora do casco mundo. A cabeça reclusa, as patas dianteiras como guardiãs, permitindo que apenas as narinas fossem entrevistas. Uma proteção no seio daquela posição. Um sinal, no diagnóstico.
E os olhos, como estariam? Cerrados e mudos ou abertos na escuridão? A fuga visual de sua própria morte.
O alvoroço dos parentes anunciando o incomunicável.
O aviso, o sol incidindo, a água ilimitada ao seu redor e a sua insustentável e lenta existência de quelônio.
Nos dias floridos dos outros, a tartaruga e sua bacia azul; os passeios matutinos e vespertinos; a invasão da noite e seu recolhimento; o seu ventre esverdeado em contato diário com as lascas vermelhas do quintal; seu íntimo de goiaba e a preferência pelos pés dos vasos, com suas plantas igualmente prisioneiras.
A vítima, o algoz e o silêncio.
A sua cama de jornais e de letras pretas, insignificantes para o seu universo iletrado, sub-racional e de desejos de subsolo.
Inúmeras arremetidas quanto ao passado do invólucro desabitado: seus motivos, sua função, sua passagem, a transubstanciação e a viagem derradeira para o nada.
O que ela teria feito com as décadas de cárcere que lhe restavam?
Qual destinação terá a cela acolchoada, moldada para aquela especial forma de vida (e de morte)?
A tartaruga e sua mãe: virgens, brandas, acorrentáveis e monocromaticamente verdes; criaturas embalsamadas, limpas e impecáveis em seus trajetos, trejeitos e expressões faciais.
Mas, no instante da transição, ela percebe um espelho à sua frente. Um juiz que lhe expõe sua movimentação passiva, a agilidade de seu medo e a aquiescência perante as vozes. O reflexo do seu espírito, de sua compleição física, do fim iminente e da rota que desemboca no cais e no Adeus.
E quando ela parece aceitar a História de morte que criaram para ela, eis que a sua visão escapa da nudez do vidro e vai morrer dentro de seu tamanho reduzido, do pequeno espaço, da dimensão de si.

Menino de Rua

Jogado ao léu
Dormindo sob o céu
Carapinha cor de mel
Olhado como réu
Se faz um escarcéu
Gritando qual pinel
Deixando escorrer o fel

Lá vai ele pelos becos
Escorrega entre os passantes
Suplicando por comida
Nada rouba, apenas pede

Pede que o olhem
Que saibam da sua dor
Resolvam seu desamparo
Ofereçam-lhe algum amor

Déjà vu

Era fim de tarde. Rio de Janeiro. Pessoas voltando do trabalho para suas casas. Trânsito intenso, carros se arrastando numa fila interminável em direção ao túnel.
Olho para o lado e uma janela se abre em mim. Vejo uma casa. Linda! Janelas envidraçadas, de vidros tão transparentes e molduras delicadas, de cor marfim, que compõem um cenário familiar. Através das janelas posso ver um enfeite na parede que me é fatal. É a ponte que leva para outro tempo. Lembranças? Fragmentos de um passado que está tão vivo em mim. Fico paralisada, como que atingida em cheio no ponto mais vulnerável do meu ser por uma flecha envenenada. E o veneno é doce, sinto este quase torpor.
Continuo seguindo o fluxo dos carros, mantendo a atenção, mas já não estou ali. Estou suspensa, roubada do meu corpo, presa a um momento que quero manter comigo. Quero vivê-lo inteiro, quero saber de onde vem esta sensação, esta alegria que transborda no meu coração e extravasa em lágrimas que embaçam meus olhos.
Tento manter-me ali, naquele passado, naquela casa, tento resgatar o que representa para mim esta visão. O que vivi num lugar assim? Por que é tão arrebatador este momento? Por que preenche o meu espaço mais vazio? O que é aquele enfeite? O que me passa aquele cenário? O que desperta no meu ser? É quase a busca de um orgasmo, é tentar ficar toda ali para deixar entrar aquela sensação maravilhosa. É estar alheia de mim, é me deixar e assim poder ser outra uma que fui.
Pego finalmente, capto o seu significado. E sou só alegria, só amor, transbordo em contentamento naquele túnel, naquela tarde, nesta realidade em que vivo agora. Sou feliz.
Volto. Estou outra vez no meu corpo, dona completa de mim, consciente de tudo que faço, da direção. Retomo o meu dia, o meu caminho. Mas sou outra. Estou acrescida, no meu quebra-cabeças, daquele pedacinho que resgatei hoje. Minha paisagem está mais colorida, meu peito mais leve. Sei mais um pedaço de mim. E gosto dele. Gosto do que sou.

Emoção fluindo. Emoção que transborda. Sentimentos à flor da pele: não fragiliza, só fortalece, porque se é mais então.

Dias mais tarde relembro o que vivi. É bom. Estou diferente, sei que estou, gosto de estar mais nova, mais renovada por ter estado em outros ares. E quero prolongar este prazer. Quero traduzir para mim o que captei de mim. E o elo é o enfeite na parede. Uma máscara de porcelana, com fitas de cor clara (acho que azul), com pequenos salpicados de purpurina que completam a peça. Fixo sua imagem e uma energia nova me percorre. Sei o que foi. Sei o que fui naquela vida. Se hoje posso olhar para os outros e me dedicar, é porque já recebi muito antes. Foi uma vida de pura dedicação, de doçura, de delicadeza e carinho. Foi um grande amor, de entrega total, de compromisso, de ser preenchida por alguém, de ser junto com alguém. É um amor que guardo ainda hoje em mim. É uma energia que flui do coração. É uma fonte que jorra incessantemente. Sou eu para o mundo. Sou eu plena e amada. Sou eu só amor. É isso a sensação. É tudo isso que vem quando focalizo o elo/enfeite/ponte para a descoberta do amor.

É Carnaval

Bata o bumbo
Esquente o pandeiro
E sambe no pé.

Saudade

Pra mim são cinzas:
Ela saiu do cordão,
Partiu coração...

Chuva... Chuva...

Chuva caiu forte,
Lavando os solos e as almas,
Desanuviando as mentes,
Refrescando as multidões.

Chuva, quando cai,
Faz transbordar os rios,
Extravasar as emoções
E aquietar os corações.

Chova chuva...
Caia sempre, limpe,
Lave, deixe fluir a vida
Em gotas abençoadas.

Folia

Só de gandaia,
Confete, serpentina,
Lá vai menina...

Fim da Folia

Fim da folia
Guarde fantasia, mas
O sonho fica...

Folia

Acordei feliz,
Saí de joaninha,
Cantei marchinha...

Além do Material

Tudo no universo emana energia que interage com a energia de outros seres animados ou inanimados. Estamos ligados em teia a tudo o que existe, influenciando e recebendo influências continuamente e a resultante deste processo mostra o padrão ondulatório de cada ser, que é único, sendo, portanto, mandatório, na sua avaliação, individualizar.
As pesquisas mais recentes comprovam que nada ocorre no universo sem que haja repercussão disto para todos e estas alterações no padrão energético hoje já podem ser quantificadas.
A aplicação prática desta lei é conscientizar que somos sempre afetados ao mesmo tempo que afetamos os outros seres e coisas e a própria natureza, simplesmente existindo, o que aumenta nossa responsabilidade e abre nossos olhos para ter cuidado com energias que sentimos que nos afetam e nem sempre conseguimos determinar a origem do agente no mundo material. É necessário ampliar a mente e usar a intuição.
As alterações de humor em cada um de nós, por exemplo, muda nosso padrão ondulatório e ao interagir com o padrão de alguém de nossa família, do nosso trabalho ou mesmo com aqueles que passam por nós na rua, no metrô, dentro dos coletivos etc., modifica o padrão destas pessoas. Por exemplo, se fico irado e saio para trabalhar deste jeito, acabo sujando a aura de outras pessoas.
Sabemos, intuitivamente, que isto ocorre quando nos sentimos diferentes em contato com outra pessoa - seja para melhor ou pior -, entretanto, devemos estar atentos para o fato de que não só modificações internas, mas também externas, ambientais, irão nos atingir e que esta influência não se restringe aos seres vivos, ocorrendo, também, a partir de seres inanimados.
O interessante, no que se refere a este conhecimento, é entender que, já que esta rede de influências existe e é permanente, podemos usá-la de forma positiva para agir intencionalmente, através da concentração do nosso pensamento, para melhorar qualquer aspecto da realidade.
Hoje, comprovadamente, podemos usar as curas a distância, nos valendo, inclusive, do poder curativo da oração. E isto é científico na concepção quântica do universo.

Valor

Mais vale quem faz
Que tantos indecisos
Sem realizar

Haikai

Pandeiro quente
Na roda de samba,
Só pra quem é bamba!

Dúvida

Loura e burra
Será redundância?
Ah... deixa pra lá...

José de Alencar

Senhora - José de Alencar

Autor interessante. José de Alencar com a inesquecível Senhora, que muito me ensinou sobre a arte de ser adequada. Depois aprendi a contrariar isto tudo.

Morte: Única Certeza

Barco vai e vem...
Hoje chego, amanhã morro
E Caronte vem.

Incerteza

Plantei certezas
Deu o inusitado
Nada é certo

Tolice?

Pareço bobo,
Mas esperteza é do
Tolo defesa.

Coerência

Tranquilidade:
Expectativas reais
Sucesso certo.

Caleidoscópio

Refletem tudo
Seus olhos assanhados
Caleidoscópio

Arder no Fogo Purifica

Humanidade
Arde! Busca insana...
Fogo purifica.

Isto Também Passará

Sentir dor ou não
É irrelevante, pois
Também passará.

domingo, 15 de março de 2009

Insanidade

Valha-me, meu Deus!
Proteja-me dos loucos!
Eles vão me pegar!

Fisiognomonia

Nariz pontudo
Marca vontade forte
Busco um assim

1984

1984 - George Orwell

Livro fantástico! Muito bom você ter lembrado dele! Quando eu li fiquei fascinada. Diga-se, de passagem, que o li bem antes de 1984.

Leveza

O elefante
Lembra-nos segurança,
Contudo dança.

O Cortiço

O Cortiço - Aluísio Azevedo

Um livro enriquecedor. O Cortiço me mostrou, pela primeira vez, o que era menstruação antes que acontecesse comigo. Muito legal! Este livro é fantástico! À vera!

Terapia do Riso

Risada mostra
Alma liberta, feliz.
Rir pode curar.

Augusto dos Anjos e seus “Versos Íntimos”

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Aconteceu no Ônibus

Escrevo este texto para os leitores que residem no Rio de Janeiro e utilizam transportes coletivos, com a finalidade de juntarem-se a mim para reclamarmos das indignidades ocorridas diariamente nesta cidade envolvendo os transportes coletivos e também com a intenção de levarmos nossas reivindicações às autoridades competentes.
Hoje dois ônibus chocaram-se de frente, em Benfica, com mais de 20 feridos e um nó no trânsito logo cedo que persistiu por horas, causando prejuízos para inúmeras pessoas. Por que ocorrem estes acidentes? O que determina que um ônibus lotado trafegue na contramão numa via de grande fluxo? Com certeza, a certeza da impunidade. Mas a causa primordial é a ganância por parte das empresas e a corrupção que permite que a fiscalização não ocorra e os passageiros não tenham qualquer direito, exceto o de pagarem as passagens.
Todos os dias aqueles que andam de ônibus são desrespeitados e colocados em situações de risco de vida, e freqüentemente são lesados com doenças em seus corpos quando motoristas que são pressionados pelas empresas para cumprirem horários absurdos ainda submetem os passageiros à sua direção perigosa, ignorando que no seu carro estão idosos, grávidas, doentes, crianças e mesmo bebês. A isto se soma a irresponsabilidade das empresas em colocar na rua carros em péssimo estado de conservação, com problemas nos freios, amortecedores, eixos de roda etc. E, diga-se de passagem, estes mesmos ônibus que só trafegam por milagre, andam quase sempre lotados.
Os microônibus aumentaram os problemas com o desconforto provocado pela superlotação e pelo risco decorrente do absurdo do motorista acumular a função de cobrador enquanto dirige no trânsito caótico.
E o que dizer sobre a prática freqüentíssima do motorista arrancar e fechar a porta quando o passageiro ainda está descendo, machucando o mesmo com o choque da porta ou causando queda na rua, muitas vezes fatal por traumatismo cranioencefálico? A porta de saída na parte de trás do coletivo que favorece apenas as empresas, na tentativa de coibir as caronas, só serviu para aumentar os riscos para os passageiros, em decorrência do fluxo de pessoas contrário ao sentido do deslocamento do veículo, com maior esforço para elas e frequentes danos musculoarticulares; além disso há falta de visibilidade, pelo motorista, quando o passageiro desce; sem contar que agora as caronas são de moradores de rua doentes, drogados, alcoolizados e sujos, colocando em risco os usuários do transporte.
Recomeçaram as aulas na cidade e aqueles que já trafegavam em ônibus cheios, de pé nos horários de maior fluxo, agora são obrigados a entrar em coletivos sempre lotados, já que as empresas fingem ignorar que há estudantes voltando às aulas. Ignoram porque isto aumenta seus lucros, já que a gratuidade para os estudantes é paga às empresas que, nem por isso, aumentam o número de veículos na rua. E o que resta aos passageiros senão tentarem romper as barreiras intransponíveis representadas pelas mochilas dos estudantes nos corredores dos ônibus? Azar o nosso que precisamos dos transportes coletivos? Então por que estimular as pessoas a deixarem seus carros em casa para melhorar o trânsito? Isto é piada.
E o que argumentar quando os passageiros com horário para trabalho ou escola são ignorados por motoristas que não param os ônibus para eles, mesmo que estejam vazios, já que estão apostando corrida com os colegas? Por vezes perdem-se três ou quatro ônibus que passam pelo ponto sem parar mesmo que seja para mais de três passageiros (diga-se, de passagem, não estão pedindo carona). E se trata-se de idoso ou de estudante, aí é que vai mofar mesmo! Quando trafegam próximos à APAE, então, aí mesmo é que não param no ponto. O que é isto? Direitos humanos? Respeito à diferença? Só se for na novela das oito.

Saudade Boa

Saudade chega,
Presença volta pra mim.
Bom ter saudade...

Tao

Claridade sai,
Rompe escuridão e
Tudo recria.

Um Livro Interessante...

Dona Flor e Seus Dois Maridos - Jorge Amado

Um livro interessante: Dona Flor e Seus Dois Maridos. Li na adolescência, e trouxe uma nova realidade para minha vida, abriu minha mente para aceitar a realidade como é, sem preconceitos, achei tudo perfeitamente natural.

José Régio entoa o “Cântico Negro”

“Vem por aqui” — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: “vem por aqui!”
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: “vem por aqui!”?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

Autor Inesquecível...

Os Cavalinhos de Platiplanto - José J. Veiga

Autor inesquecível: José J. Veiga, em Os Cavalinhos de Platiplanto. O seu realismo mágico encanta e comove. Muito bom!

Fernando Pessoa, “Eros e Psique”

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

Um Livro Imperdível e Outros...

Assassinato no Expresso Oriente - Agatha Christie
Cai o Pano - Agatha Christie
O Assassinato de Roger Ackroyd - Agatha Christie
O Caso dos Dez Negrinhos - Agatha Christie
Os Cinco Porquinhos - Agatha Christie
Os Elefantes Não Esquecem - Agatha Christie

Livro imperdível: O Caso dos Dez Negrinhos, de Agatha Christie. Suspense do início ao fim. Li numa noite. Gostei também de Os Elefantes Não Esquecem, O Assassinato de Roger Ackroyd, Assassinato no Expresso Oriente, Cai o Pano e Os Cinco Porquinhos.

É Dia de Sol

Acordem! Remexam suas ideias! Saiam! Vejam gente! Está sol. Há energia para ser distribuída a todos. Olhem-se nos olhos! Cumprimentem-se. Sejam gentis uns com os outros. Tenham calma. Ajam com cortesia. Descubram seus corpos, a pele deve respirar. Soltem as crianças! Elas precisam correr. Livres! Aqueçam seus corações. Abracem-se. E cantem, cantem muito. Os pássaros já enfeitam a manhã com sua música desde cedo. Caminhem pela praia ou brinquem nas praças. Levem os cachorros a passear. Saiam para fazer pequenas compras para o café da manhã. Observem as pessoas que passarem por vocês. Sorriam para elas se cruzarem os olhares. Procurem sentir na pele a brisa e o calor do sol. Conversem com quem está perto. E não se esqueçam de brincar com seus filhos. Conversem com a família. Deem férias aos problemas cotidianos. É domingo. Descansem. Soltem-se. Amem-se. Vivam!

A Fila Anda

Lamento doido...
Melhor você ter ido,
Vem outro melhor.

Armadilha

Até quando caminharás pela vida distraído?
Rogas ao Criador que de tudo te proteja.
Manténs, acaso, os olhos abertos a observar
A estrada por onde andas e tudo nos arredores?
Duvidas que em todos os momentos o único farol
Iluminando cada escolha é tua própria mente?
Libertaste tua alma para te acompanhar na trajetória
Hoje, já podendo ir à frente de ti quando enfrentas os dissabores?
A consciência de que és ser de luz te protegerá em qualquer circunstância.

Sempre Há Solução

Janelas abrem
Quando portas se fecham
Sempre sairás

Você

Pensando em você agora
Minha alma baila solta por aí.
Percorro lugares de cores variadas...
Sempre é primavera sentir-se amada.
Há mansidão e estabilidade
E, no fundo, algo me diz
Que, na realidade, é você minha raiz.

Palpita o coração que se assanha,
Diante de você, quietude é façanha;
O pensamento oscila buscando
O contato perdido há tanto...
E sempre vem você de novo
Trazendo este amor... e eu me comovo...

Transformar

Tudo parece não se mover,
Respiras com grande dificuldade.
Abatido, quando te levantas
Não encontra motivação para começar o dia.
Sofres por várias frustrações.
Felicidade te abandonou há muito.
Organiza teu pensamento,
Relaciona as causas do teu mal-estar e
Modifica tua visão já cristalizada pelo tempo.
A atitude de abrir-se às possibilidades
Resgatará tua capacidade de romper a estagnação.

Todo Psiquiatra é Louco Também

Acaba doido...
Quem trata maluco é
Demente também.

Animais em Festa

Noite de festa na floresta:
Animais convivendo harmoniosamente,
Todos integrados às árvores e rochas,
Usufruindo as maravilhas do universo,
Reunidos, felizes, cada um em seu lugar
Esperando a hora certa para cada coisa.
Zune zangão, zoa abelhinha!
Aí vem o homem! Acabou a festinha!...

Deixa Eu Reclamar Pra Não Pirar!

Para o mundo! Para! Para que eu quero descer! Sei que isto já foi dito milhões de vezes antes, mas agora eu tô falando: para! Não aguento mais! Não quero continuar. Estou saturada! É muita doideira, muita confusão, tanta insensatez... É horror demais, que não acaba, que está em todo canto! É só incoerência! É abuso, é descaso! É gente comendo gente, pisando gente, matando gente! É cegueira demais, é muito fingimento, é cinismo! É terror! É terror do teu lado! E fome? Cada vez tá mais perto. E feiúra e sujeira? Também. É arrastão. Estão me arrastando pra desgraça e pra imundície. Para! Já falei: para! Não tô brincando não. Desisto. Não quero lutar mais. Não vou mais tentar fazer mudar isto não. Nada desse papo que o mundo é expressão de todos nós. Não acredito mais. Ou melhor: admito. Admito que perdi. Tô me retirando, na paz... Tô saindo de cena. Cansei. Tô quase surtando. Tá por pouco. Sinto que esta onda já tá me pegando e agora ou fujo ou fico de vez. Tô indo, entregando os pontos, saindo de fininho pra ninguém tentar me convencer a ficar. De verdade. Tô sabendo o que estou fazendo. Me deixa ir. Eu quero. Eu sei. Pulei.

Encontro com a Alma

Hoje saí pelo mundo e me esqueci de dizer aonde ia. Sei que sabia aonde devia ir, mas meus passos agora não eram guiados por mim. O que fazer se vou aonde não me levam minhas pernas, e sim uma sensação de ter que ir? Não resisto, mas me sinto perdendo o controle. Tento cada vez mais me soltar e me deixar levar. Às vezes o perfume das flores e o cheiro da umidade em muros de pedras me dizem que já fui dali, que foi um lugar importante para mim e há, agora, ainda o que resgatar. Outras vezes me sinto perdida e penso estar dando voltas, sem rumo. Na vida busco um leme, tempero os dias com trabalho. Fujo talvez de mim mesma. Resisto a esta força que tenta me levar e quanto mais tento, mais me falta energia, mais solta me faço e mais perto fico da minha verdade.
Mas que verdade será esta que a mim não se apresenta, que me dá angústia de buscá-la?
Que verdade é esta que é o prazer da existência, o fim em si mesmo, o objetivo maior?
Por que caminhar cega, trôpega, angustiada?
Por que não romper esta teia que me impede de enxergar bem vivo todo o caminho que eu escolhi um dia e, por isso mesmo, é o mais belo para mim?

Nostalgia

Tão longe o amor...
Longe... Mostra-me o mar:
É lá que o amor está,
No ilimitado, no azul do mar.

Profundidade, saudade...
Vaivém das ondas...
O amor é o mar.

Amar é se afogar, perder-se,
Deixar-se levar nas ondas
E só então se encontrar.

Mas teu amor me devorou...
Na areia só a espuma vejo voltar,
Ultrapassou meus limites...
E ainda é doce morrer no mar.

Covardia

Perna bamba é
Fraqueza e paúra.
Seja homem, sô!

A Guerra Continua...

Tudo continua desmoronando...
Religião encobre a real motivação.
É certo que embates jamais deixarão de existir.
Ganância econômica é a causa da guerra.
Urge que as mentes iluminadas se posicionem.
Amai-vos uns aos outros deve vencer.

Violência Gera Violência

Matar homem mau
Nada vai adiantar
Um outro virá.

Bom ressuscitar
Na mente do homem o
Bem pra só amar.

Pegadas de Gato

Atuar no que está a caminho. O futuro é possibilidade. Buscar o caminho do meio.
A tentação para mudanças nos cerca por todos os lados. A vida pede que nos transformemos.
Não há como estagnar, marcar passo, mas é preciso seguir o fluxo. Não exigir que nós ou os outros façam grandes viradas. Dizer que agora estou completamente diferente, que sou outra pessoa, é enganação e, citando Renato Russo, “mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira”.
Hoje fixei meu olhar no chão e encontrei patinhas de gato marcadas no piso de cimento. Fiz logo a analogia. Quando saltou, o gatinho tocou o cimento ainda molhado. Estava ainda em processo para virar um piso forte, resistente. Naquele momento ainda era mole, moldável, ainda permitia sobre ele a ação do (in)externo: o gato, com seu peso, sua atitude, o molde de sua pata. Marcou definitivamente a presença naquele solo. A marca do gato no piso, documentando de forma nada indelével aquele instante, dando a sua contribuição, se incorporando ao solo antes liso, sem graça, agora cheio de vida. A partir de agora, aqueles que passam e dão conta daquelas marcas, as pegadas do gato, identificam toda a cena e podem mesmo fantasiar sobre o acontecimento, pintando o gato, o piso, o dia e o mundo ao redor com suas próprias cores.
Transformar é agir, antes que a situação já esteja totalmente definida. Antes que tenhamos secado para sempre. Enquanto houver movimento, vida - já que o equilíbrio, a estagnação é a própria morte -, podemos ser mais do que somos e dar colorido às nossas vidas, ainda que tenhamos quase a certeza de que já não dá mais para ser diferente em determinados aspectos. Ninguém está totalmente cristalizado. Nunca diga: meu tempo já passou.

Sambar é Pra Todos

O samba no pé
Dispensa sangue negro
Alegria, não.

Fantasma

Figura tão luminosa
Alcançada pelo olhar
Numinoso que se expressa
Transformando meu pensar.
Ameniza meus pesares
Sustentando a convicção:
Morte realmente não existe
A lei é reencarnação.

Sotaque

Sotaque leve
É fala compassada
Toque musical

Rir é Curativo

Festa-sorriso:
Fantasie seu rosto
De esperança.

Pra Mudar de Verdade, Não Seja Radical: Vá aos Poucos

Mudança real
Vem com pequenos passos
Sem atropelar

Mudar rápido
Pode levar ao tombo
Seja prudente

Quem começa já
Chega logo à meta
É bem esperto

Terror Nosso de Cada Dia

No Rio de Janeiro
Já não dá para viver.
Vou trabalhar. Eu volto?
Certeza não posso ter.

E dentro de um coletivo
Que sempre lotado está
Eu posso ser metralhado
Ou rezar pra me salvar.

Sendo assim nunca se sabe
Se vai ter provocação
De algum desavisado...
E começar a confusão.

Agora então, no verão,
E perto do carnaval
O desequilíbrio se instala
Sobretudo na geral.

Há que se ter cuidado
E anjo da guarda de plantão:
O desvario anda solto
E acaba em arrastão.

É tanta selvageria
Presente aqui e acolá
Que está me dando agonia
Sair pra qualquer lugar.

A bandidagem está solta,
Impune ditando a lei
E o povo, já tão sofrido,
Nunca consegue ter vez.

Conviver com o perigo
Tão amiúde não faz mal?
Abre o olho, meu amigo,
Um dia pode ser fatal.

Haikai Gastronômico

Cachorro-quente
De vez em quando vai bem.
Todo dia, é fria!

O Livro que Nunca Esqueci...

O Palácio Flutuante - Frances Parkinson Keyes

Um livro que nunca esqueci foi ‘O Palácio Flutuante’, que li na minha adolescência. Um lindo romance contando a saga de uma família com todas as desgraças e recomeços, inclusive com a magnífica descrição de um grande incêndio que me marcou muito. É uma história de superação.

Janela

Já é tempo de buscar novas saídas.
A mente é nossa aliada nessa atitude.
Não podemos estagnar jamais.
Eterna é a ânsia do homem pelo conhecimento.
Louvemos a curiosidade e a atração pelo mistério.
Admitamos que nunca teremos certeza sobre algo.

Criatividade

Cismar quieto…
A criatividade
Logo desperta.

Solidez

Segurança-clã
Transmite-se mesmo a
Minifamília.

Amor

Amo-te tanto...
Habitas meu coração.
Sou luz para ti.

Paciência Ganha a Guerra

Quero imitar
Formiga paciente:
Vitoriosa.

Camuflagem

Camaleão é
Quem tanto se mistura...
Nem sabe quem é.

O Livro que Me Fez Feliz

Felicidade Clandestina - Clarice Lispector

Um livro que li há muitos anos e me fez bastante feliz, foi Felicidade Clandestina, de minha adorada Clarice Lispector. No conto homônimo, a menina encarna a fascinação pela leitura e é mantida refém de outra que se delicia com o poder que consegue ter sobre ela por causa da promessa de emprestar-lhe um livro bem grosso.

Meu Amigo Mamoeiro

Lembrei-me que em minha casa havia uma mangueira e um mamoeiro que me pertencia, com quem eu conversava quase diariamente e, anos mais tarde, vi na televisão algo parecido quando transformaram em novela o Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos. Foi legal relembrar isto agora.

O Tempo Voa...

Se tempo voa,
Imaginação também.
Marque seu tempo.

Haikai inspirado na montagem
O Tempo Voa!!!

Pense Antes de Agir

O pensamento
Organiza a ação
Ao agir, pense.

Saudade

Era uma árvore copada que ocupava quase a extensão de duas casas da rua. Vivia num terreno enorme de esquina e, pela posição em que se encontrava, o solo quase nunca incidia sobre ela. Talvez isso mesmo é que lhe conferisse aquele ar misterioso. As outras árvores, no mesmo terreno, situavam-se bem distante dela. Mostrava-se majestosa, de tronco muito largo e galhos que se ramificavam indo bem longe. Suas folhas agora eram verde-escuro, completamente desenvolvidas, o que permitia garantir uma sombra imensa ao sol que, por isto mesmo, só apresentava pequenos arbustos. Era uma linda mangueira que, por sua singularidade, puxou imediatamente minha atenção enquanto passava por ela dentro de um ônibus. A partir deste momento, ela, grandiosa, passou a ocupar minha mente que não tinha lugar para outro pensamento que não fosse relacionado ao que ela me inspirava.
Quem não possui uma mangueira especial na história de sua infância?
E lá estava eu, de volta às brincadeiras no quintal de casa com os irmãos, onde adorava brincar de enterrar tesouros entre suas raízes. E era outra vez a bruxa que cozinhava ervas no fogãozinho (presente de uma prima), no qual ateei fogo uma vez, tendo ficado com o esmaltado amarelinho ao invés de branco. E agora me balançava solta e livre, empurrada por meu pai que era sempre chamado pra dar impulso ao balanço que ficava pendurado no galho mais forte de sua copa, onde sonhava sonhos de menina e me arrepiava quando, depois de um empurrão mais forte, quase conseguia dar a volta no trajeto de lá pra cá. Ouvia os pássaros que cantavam nos seus galhos todas as manhãs, que ainda hoje me trazem saudade do meu pai, que os imitava dizendo: bem-te-vi, bem-te-vi... E podia, ainda agora, sentir nos cabelos o vento forte e ouvir o som amedrontador naquela tarde de ventania em que fui encorajada por minha mãe a ir pegar as mangas que rolavam no chão depois de sacudidas do pé. Quanta saudade! Do pai, da mãe, dos irmãos!
Mas, sobretudo, da criança que mora ainda em mim e que é livre, confiante, sensível, adora novidades, embora ainda guarde alguns medos.

P.S. - Acabei de reler o texto e descobri o motivo daquela árvore ter me chamado tanto a atenção: aquela mangueira, com todos os seus atributos, representa tudo que era minha mãe.

A Escolha de Sofia

Liberdade ou
Casar com lua de mel:
Escolha cruel!

Aflição

Aflição é meu sentimento. É um fervilhar sem motivo. Tudo está bem. Há equilíbrio lá fora. Mas dentro de mim há reboliço. Será meu estado natural estar sempre buscando, querendo o desequilíbrio para criar alguma coisa? Serei mesmo quase esquizofrênica? Talvez sim. O fato é que acordo todos os dias com uma ânsia não sei do quê. Penso que me voltar para dentro é o caminho, mas sou tragada pelos apelos de fora. Mergulho sem parcimônia no fluxo da vida cotidiana com a maior facilidade. Preciso de um acontecimento que mude o rumo dos meus passos. Até quando? Por que naturalmente não procuro a mim? Por que eu não me volto para a essência e fluo neste mar de certeza e completude que é o interior de cada um? Tenho tanto apreço por este mundo de contradições, me regozijo com ínfimas belezas enquanto meu ser real se contorce em desespero na espera por mim.
Quero aprender de uma vez o caminho. Quero ser livre de todas estas amarras que me trazem cativa de um destino limitado, sem cor. Sei que posso, que estou perto, sinto que tateio no escuro quando devia saltar no abismo. Que a escuridão é o que dá a maior segurança, que o desconhecido é o berço dos que reclamam a infinita paz. Sei de tudo, mas não sou ainda o que sei. Um dia vou me saber. Então a aflição irá passar.
Descansarei na quietude dos que não esperam, não anseiam, não se abalam, não sofrem, não querem porque já têm, não buscam simplesmente porque apenas são.

Ponto de vista

O mundo é mau?
Depende do olhar ver
Bela paisagem...

Meu Livro Inesquecível...

Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres - Clarice Lispector

Sem palavras.

Aquele Beijo

Teu beijo de novo...
Aquele mesmo beijo
Que me tirava o chão.
Teu beijo de volta...
O mesmo estremecer,
E a cabeça atordoada.
Teu beijo me acende,
Faz querer morar no fundo dos teus olhos.
E aqui estou eu, sentindo a vida
Outra vez colorida.
Teu beijo foi injeção de adrenalina,
Tirou meu sono, deixou-me pronta para a briga
Do coração que quer ficar
Com a alma que se eleva em direção ao paraíso.

Teu beijo foi como antes:
Tirou-me de mim
E por um instante fui tudo.
E foi o bastante para saber
O quanto ainda somos amantes.

Lya Luft

As Parceiras - Lya Luft
Perdas e Ganhos - Lya Luft
Ponto Cego - Lya Luft
Rio do Meio - Lya Luft


Gosto de Lya Luft porque sua escrita é densa e toca em pontos cruciantes que ocorrem na vida de todos nós com uma visão surpreendente. O primeiro que li foi As Parceiras e acabei lendo todos os outros, mas os que mais gostei foram Perdas e Ganhos, Ponto Cego e Rio do Meio. Recomendo.

Não Soltem Balões

Cai, cai o balão,
Incendeia prédios.
Solta não, cara!

Mãe Terra: a ação do campo energético da Terra sobre os seres vivos

Mãe Terra: a ação do campo energético da Terra sobre os seres vivos - Mellie Uyldert

Este livro extraordinário chama atenção para o fato hoje incontestável de ver a Terra como um organismo vivo que sente e reage.
Mostra que como corpo vivo a Terra recebe e emite energia, que há locais onde o entroncamento de linhas de força gera radiação que produz um acréscimo de energia que pode ser sentida e medida.
Lembra que os animais reagem a estes campos energéticos naturalmente.
Registra que se verificou que locais sagrados foram construídos, no passado, exatamente sobre estes pontos de força.
A pesquisa feita pela autora mostra, ainda, a relação destas fontes de energia com a presença de monumentos, pedras colocadas sobre pedras, cavernas... e como este conhecimento do passado pode ser usado para beneficiar os seres vivos, trazendo-lhes fontes naturais de energia.
Assinala, ainda, os princípios de Feng-shui e deixa claro que, se o homem enxergar os padrões energéticos de todos os seres vivos e inanimados e da própria Terra, sabendo respeitá-los, só terá benefícios. Caso contrário, a Terra reagirá cada vez mais com terremotos, maremotos e outras catástrofes naturais, como bem mostram as alterações climáticas tão frequentes hoje.

Apenas Juntando Letrinhas

Se por falta de tereré
Hoje não escrevo nadinha
Dou meu jeito, não perco a linha
Escrevo qualquer coisinha
Sigo meu trem de letrinhas
Escrevendo, indo em frente
Alegrando tanta gente

Cantigas

Para mim são canções que vão além...
Além do tempo, das pessoas, dos significados.
Talvez morem no astral
E, por isso mesmo, falem ao coração da gente
E atravessem gerações.

Tédio

Tédio é morte:
Sossego da mesmice
De nada tentar.

Manhã

A passarada
Cantarola de manhã.
Bem-te-vi, te vi.

Transição para o Despertar

Se hoje passeia meu olhar
Sem muito interesse pelo que vê,
É que agora busca mais...
Sem desejo, experimento o Ser.

E se algumas vezes eu duvido
E penso que deprimida estou,
Vem a alma paciente e me explica
O tanto ingênua que ainda sou.

Pois que viver alucinadamente,
Envolvendo-se em muitas opções,
Nada tem de muito equilibrado,
Serve apenas para criar tensões.

Chega um dia em que a maturidade vem
E de repente temos um clarão...
O que parecia nossa própria natureza
Era só uma completa ilusão.

Pois quando o olhar se volta para dentro
Só encontra calma e perfeição.
Não existe um mínimo desejo,
É puro êxtase: a real expansão.

Mas eu me encontro antes da chegada
E tantas vezes reluto em aceitar.
Eu me debato, entristeço, desanimo,
Penso que agora começo a definhar.

Nada disso: há que termos confiança
Que é nos momentos desta transição
Que precisamos contar com a criança
Que ainda mora no nosso coração.

Será ela que irá nos socorrer,
Deixar-nos soltos, leves, sem temer,
Enquanto aguarda, sorrindo,
Calma no seu canto
O despertar da alma plena,
O êxtase, o seu alvorecer.

Medo

Noite fechada,
Tudo soa estranho.
Ai! Dá um medo!

Despedida

Partida certa...
Devo então aprender
A curar dores

Mãe

Esperança lã
Que aquece corações
É amor de mãe

Ó, Dúvida Cruel!

Luz fugidia:
Alma do outro mundo?
Estrela guia?

sábado, 14 de março de 2009

Come Direito, Garoto!

Prove legumes!
Comida plástica não!
Provoca câncer!!!

Roda de Vida

Cantiga de roda já saiu de moda
Contudo, na roda, persiste em voga
Tanta coisa jocosa
Porque roda é roda,
Roda e só roda.

Uma Só Voz

- Espírito cor-de-rosa, não vás!
Por que agora deixas meu corpo?
Que há de mim sem ti?
Que posso eu sem tua animação?
Estou inerte se de ti dependo.
Nada sou quando te afastas em definitivo.

- És apenas matéria, ó infeliz!
És, a um só tempo, tudo e nada.
Não vês que é breve tua existência
E que somente me serves de morada?
E que é para assim mesmo ser:
Quando me solto de ti,
Torno a ser livre outra vez.
E tu retornas a pó. E só.

Reclamação (In)Fundada

Não me esqueças é o que te peço...
Que me odeies e fales mal de mim,
Que me rogues as piores pragas,
Que atormentes meus dias com más ações e pensamentos
Ou faças intrigas junto aos poderosos dos quais dependo,
Que enxovalhes até a minha memória depois que partas,
Tudo isto suporto e até te dou alguma razão.
E admito ter errado contigo
E sei que não tens pendor para conformação e perdão fácil.
Aceito que busques até a vingança,
Que não justifiques meus atos do passado,
Que não engulas as explicações minhas.
Sei que não compreendes minha natureza liberta
E que tomas por irresponsável minha conduta
E que de tal modo, compaixão tua por mim não há de haver.
Porém, ainda me consola conhecer tão bem tua personalidade
E identificar coerência em quase tudo que parte de ti.

Apenas não encaixa
E jamais poderei deixar de reagir e sofrer por uma única coisa:
A tua indiferença.

Certeza

Uma coisa é certa: existe vida em outros planetas, mas a maioria de nós julga que somos os únicos no mundo a viver sob esta forma rara, como pessoas. Entretanto não há apenas esta possibilidade: muitos outros seres bizarros habitam alhures.

Sabedoria

Espreita o tormento num canto da vida.
Defendo-me tentando não o enxergar,
Porém, que fazer se o destino matreiro
Joga-me de encontro ao exato canto?

Medo de Criança

Saci-pererê
Pula numa perna só
Vai pegar você

Amor

Esplendor de luz
Manifesta seus azuis
No amor que dá

Haikai

Néctar da vida
Fazer o que se gosta
Só energia

Haikai

Aqui não chove
Se eu quero me molhar
Só imaginar

Haikai

Esperança, fé
Palavras. Só palavras?
Ou vivências?

Olhando o Caos

Trabalho no centro da cidade do Rio de Janeiro. É início da tarde e começa a chover. Chove e chove e a paisagem fica cada vez mais esbranquiçada. A chuva aumenta e enquanto trabalho imagino que a volta para casa será difícil. As pessoas começam a sair mais cedo, mas logo toca o celular e é uma delas avisando para não sairmos ainda, já que está tudo alagado nas ruas próximas ao hospital. Lembro-me que há alguns anos fiquei sem poder voltar para casa até depois das 22 horas por causa de uma chuva forte.
Chega a hora de sair, pego minha bolsa, desço e, qual não é minha surpresa, quando, apesar da chuva já ter diminuído, encontro a saída dos fundos alagada e não posso passar. Então vou para frente do hospital e o cenário é o mesmo, porém com um volume menor de água. Olho o tempo, reflito por um instante e decido que vou embora assim mesmo. Corro pela água para pegar o ônibus que faz ponto final na esquina e que só vai até Vila Isabel.
A chuva volta a cair forte, o ônibus parte e logo à frente a rua está mais cheia e para contornar o Moinho Fluminense encontra grande dificuldade e quase entra água no motor e para. Mas segue adiante parando para outras pessoas subirem e no meio do alagado uma senhora tropeça, caindo na água, fazendo com que vários passageiros se levantem para acudi-la. Então segue até a Presidente Vargas, arrastando-se num grande engarrafamento. Penso em descer e pegar outro ônibus que me levaria até meu destino, o Méier, mas é impossível descer porque chove muito e prefiro então seguir até o ponto final. Mas no final da Presidente Vargas o trânsito fica parado no viaduto e depois de muito tempo conseguimos chegar à Praça da Bandeira onde encontramos tudo retido. Todas as pistas estão repletas de carros, ônibus e caminhões debaixo de uma chuva incessante e nós, do alto das janelas dos coletivos, podemos assistir à rua enchendo e motos passando com dificuldade. Só elas conseguem seguir, mas em pouco tempo retornam porque não puderam passar. Tudo parado. Tudo cheio de água. A água vai subindo dos dois lados, em todas as pistas que já não se individualizam. É um mar onde os carros não navegam (ainda).
Os passageiros do ônibus começam a ficar impacientes. Querem que o motorista siga se aparece alguma brecha de algum carro que volta na contramão. Mas ele insiste que não dá pra passar e vamos ficando ali mesmo. Um homem nervoso anda pra lá e pra cá, fuma dentro do ônibus e diz que vai sair porque as águas estão subindo. Fico calma. Apenas observo em torno.
As pessoas nos carros estão nervosas, a situação é pior para elas. Na pista do canto, próxima à Escola de Circo, alguns carros já estão com água acima das rodas. Algumas pessoas saem dos carros para ajudar outros motoristas a manobrarem para tentar voltar de ré.
Passageiros dos ônibus descem para escapar a pé no meio da enchente, pingando na chuva e com água até quase os joelhos. Dá medo pensar em sair daqui, em ter que sair e enfrentar bueiros abertos e outros perigos. Penso que saí do trabalho às 16 horas e são quase 18 e está tudo parado e as águas subindo.
O passageiro nervoso está mais nervoso e pede ao motorista que tente passar pelo aguaceiro para escapar em direção à rua Mariz e Barros. Ele responde que não dá pra passar. As pessoas se impacientam mais. Alguns descem no meio da água. Senhoras reclamam dizendo que ele não arrisca porque é inexperiente, se fosse motorista mais velho passaria pelo alagado. Ele se mantém calmo e diz que quando as águas baixarem passará em segurança. Mas logo um ônibus da mesma empresa que está à nossa frente tenta e consegue. Levanta-se outro passageiro e pressiona o condutor a tentar sair dali porque a situação está piorando. Eu me mantenho calma e apenas observo as pessoas. Agora somos poucos dentro do ônibus.
Finalmente, o motorista - que estava já há alguns minutos jogando e mostrando fotos no celular ao trocador - resolve enfrentar o alagado e é aplaudido pelos passageiros. É bem difícil, mas conseguimos ultrapassar o trecho pior e saímos da Praça da Bandeira passando bem devagar pelas águas e encontrando, no trajeto, pessoas de mãos dadas no meio das águas, próximas aos pontos de ônibus, onde o chão agora está submerso, debaixo de chuva pesada, sem poderem sair dali, já que estão na parte central da rua, com volume grande de água em torno e mesmo assim com os rostos tranquilos por estarem unidos pelas mãos. Confesso que aquela cena me tocou.
Vejo outros homens de terno, encharcados, indo até carros com mulheres apavoradas nos pontos mais baixos da rua; carros que manobram por cima da divisão das pistas, tendo seus para-choques arrancados depois que o fundo do carro arrasta e eles têm que voltar. Muitos carros estão amassados por causa das manobras em ré na chuva e quase anoitecendo. Tudo isto foi possível observar enquanto atravessávamos o alagado, seguros dentro do ônibus.
Percebo, então, que na hora do caos as pessoas se irmanam. No meio da enchente se misturam empresários de terno com vendedores ambulantes, moradores de rua, mulheres que vão pegar o trem na estação de São Cristóvão, crianças no colo e até um cachorro. Meu coração fica apertado em imaginá-los tão vulneráveis, naquela hora, a tantos perigos. Mas bate mais forte porque constata que, em momentos em que se instala o caos, não existe distinção de espécie alguma. Somos todos um. Estamos todos no mesmo barco. Literalmente.

Homem Olhando a Claridade

...............

Homem Olhando a Claridade

Aquele exato instante em que ocorre a conexão com o divino e, por mais adversas que sejam as condições em que nos encontramos, conseguimos olhar do alto e enxergar a claridade. O lugar onde podemos nos lançar do abismo para o desconhecido, com total confiança. Pois sabemos que estaremos amparados nos braços do Pai. Isto representa a manifestação da fé.


Texto inspirado na pintura e na escultura
Homem Olhando a Claridade.

Haikai

Calor insano
A doideira do tempo
Vai pras pessoas

Haikai

Sol nasceu lindo,
Aquece meu coração:
Você vem vindo...

Haikai

Aqui não chove.
Terra seca, infértil:
Dá retirante.

Haikai

Sou diferente
Tudo é relativo
Vale o olhar

Haikai

Santo de casa
E o milagre não sai...
Busca na rua!

Haikai

Dúvida cruel
Nada a acrescentar
Só atitude

Haikai

Boneca que foi
Como tudo na vida
Sempre vai voltar

Despedida

Se um dia chegaste
E ficaste para sempre...
Como haver despedida
Pra quem mora dentro da gente?

Tragédia

Barranco cedeu
Barraco desmoronou
Criança morreu

Haikai

Sempre da lua
Emoção transbordante
Amor pra você

Em Gaza ou Alhures

Dor insana, cruel e desalmada,
Dor imposta, injusta e que, sempre deflagrada,
Afeta aqueles indefesos entre loucos desvairados
Que, em sua ira, matam e ferem
Tantos, mesmo sendo tão poucos,
E o mundo, de tantos que assistem
Impassíveis, deixando acontecer,
Por motivos impensáveis, tantos crimes
Que fazem qualquer sanidade enlouquecer...

Pois que usem o poder que possuem
Da lucidez, do amor e da compaixão
E influenciem, aos poucos, o Poder que hoje nada faz,
Para conter ignóbil situação
Que perdura por séculos e séculos...

Mas só compreende e pode aceitar
Aquele que apenas observa e confia,
Não tentando buscar a razão,
Pois, no Espírito, para tudo encontra a explicação.

Haikai

É lua cheia,
Transborda meu desejo:
Quero seu beijo.

Medo de Chuva

Chove bem forte. Há relâmpagos. Vejo tudo esbranquiçado quando olho pela janela. Estremeço a cada trovão. Fecho os olhos pra não enxergar a chuva, agora mais fina, que cai insistentemente.
Estou angustiada. Esta chuva que não pára me deixa assim: apavorada. Suo frio e quase desmaio. Penso nos que estão ao relento, nos que precisam sair e encontrarão dificuldades, e nos que moram em casas perigosas, em terrenos instáveis que podem deslizar a qualquer momento. Sinto na pele o frio do desamparo. Mas sei que são apenas justificativas para este incômodo.
Sei que este medo de chuva não é meu, atual. E sim da criança que fui e que ainda hoje fica tão vulnerável se a chuva não cessa.
Então saio de mim. Caminho até ela, que quase desfalece em um canto da casa e a seguro pelas mãozinhas frias, faço que se levante, a tomo nos braços e coloco no colo.
Aperto-a contra o meu peito protetor.
Agora respiro outra vez profundamente, neste corpo de adulta que não manifesta, porque já não sente medo de chuva.

Haikai

Desejo louco,
Castiga minha carne:
Sonhos de prazer.

Haikai

Triste fim do réu
Condenou a si mesmo
E não foi pro céu

Haikai

Gente que sonha
Sem logo realizar
Morre na praia

Haikai

Barata feia,
Cascuda e nojenta:
Sai! Vou te matar!

Haikai

Estou com fome
Não tenho o que comer
O azar é meu

Promessa

Minha lua cheia
Quase sempre tarda,
Mas nunca falha...

Relatividade

Quanto mais me distancio
Melhor eu posso enxergar
As pessoas como são
E até me admirar.

Se de perto o que vejo
É uma enorme confusão,
Se me afasto é uma dança
Com equilíbrio e vibração.

Há momentos, nesta vida,
Em que é melhor procurar
Sair fora, dar um tempo,
E só então se mostrar.

Epitáfio do Bombeiro

A vida criou uma peça,
Podem chorar por mim:
Depois de salvar gente à beça,
Eu é que tô nessa...
Triste e amargo fim...

Ventre da Grande Mãe

Tua força, meu sustento,
a seiva de onde extraio a força vital.
Teu eixo, meu amparo,
se desestabilizo.
Tuas emanações,
céu ilimitado para meus sonhos.
E teu solo, descanso da morte
Fértil.


Poesia inspirada na pintura
Ventre da Grande Mãe.

Abandono (Ana)

Sou uma estrela cadente
repousando, esquecida,
no fundo do mar.

Sem sentido,
sem trajeto.

Silente,
inerte,
vã.

Resposta

Na sua estrela cadente,
A forma me fez perceber
Que os versos se vão reduzindo
Até a estrela desaparecer.

Poesia inspirada em
Abandono de Ana.

Bolo Inglês

Bolo inglês, minhas amigas,
Não me desperta ufanismo,
O que me traz são vovós
E tantos outros saudosismos.

E me vêm os cafés da tarde
Em volta de mesas fartas,
Crianças correndo por perto
Sempre em grande algazarra.

Minha mãe servindo a todos,
Conversando, contando histórias,
Trazendo o bolo quentinho...
Memória feliz de outrora.

Que ainda hoje me permite
Trazê-la e a avó também
Sempre nas tardes saudosas
Quando ofereço bolo inglês.

Cessar-fogo

Cessar-fogo. Cessa a guerra?
Decerto que não vai cessar,
Pois corre nas veias lodo:
Eles não vão cooperar.

Saudade

A saudade mais gostosa de se ter
é aquela que já amadureceu,
por isto é doce e preenche nossa vida,
filha-fruto da árvore copada que morreu.

Paixão

Olhando-te a cada dia,
Cismo, a pensar,
No bem que me fazes
Por simplesmente existir;
Em todas as delícias
Que me permites criar;
Como, tão harmoniosamente,
Limitas as doçuras que desejo,
Fazendo-as tão belas e delicadas.
No espaço da casa que mais amo,
És aquela que me atrai.

Por isso sempre repito
O que representas para mim...
Eu te amo de paixão,
Minha forma de pudim!

Cai, Cai, Haikai

(Paródia da música infantil “Cai, Cai, Balão”)


Cai, cai, haikai
Cai, cai, haikai
Aqui neste blogão

Não faz mal
Não faz mal
Se não é haikai

O que vale é a intenção

Teus Olhos

Teus olhos me vêem
Teus olhos me vêm sempre à mente
Teus olhos me guardam
Teus olhos não mentem
Teus olhos faróis
Me guiam silentes

Você, Minha Vida

Penso que sou como a espuma
Vindo a areia tocar...
Borbulhante brindando à vida,
Resultante de você, meu mar.

Amor

Amo-te escandalosamente
O que sinto por ti
Extravasa por meus poros
Um perfume doce
Que atrai libélulas diáfanas
E besouros inconvenientes
Eles buscam água e flor:
Você em mim.

Loucuras em Gaza

Caminha entre os destroços
Com expressão de terror.
Um clarão, estrondo forte,
Paredes que foram ao chão.
Perto dele a família morta.
Foge da insanidade que se diz libertadora.

Queria poder tirá-lo de lá para sempre
Mas quem, um dia, poderá
Arrancar-lhe da mente
As lembranças deste dia?

Lucidez

Ah, seu moço! Quer saber? Eu tenho vivido de lendas... Porque isso é bom, aquilo é ruim; pode isso, não pode aquilo; tenho que isto, tenho que aquilo outro. Tudo já pronto, sem possibilidades. Agora chega! Vou sair desta camisa de impedimentos e regras pra me encontrar: pela experiência.
Sei lá como eu sou! E posso saber, com tantas coisas que foram coladas em mim sem me perguntarem antes se tinham algo a ver comigo? Pois é: quem não se toca um dia para esta armadilha permanece amarrado, a existência inteira de pernas pro ar, balançando pra lá e pra cá ao sabor dos movimentos da Vida. Seria bom aproveitar: que de cabeça pra baixo o sangue circula melhor e pode iluminar a mente para a descoberta fatal: eu sou único, sem igual.
É, moço, cansei de balançar. Quero ser firme, ter direção certa: a dos meus próprios passos. E isto só posso saber andando. E, de preferência, sem outra companhia que não eu mesmo. Para poder me concentrar e perceber cada pedacinho do caminho: olhando as maravilhas, atento aos acidentes do terreno, aproveitando e seguindo os atalhos, apanhando chuva, me deixando levar pelos ventos, iluminado pela claridade do sol forte, andando a esmo nos momentos de neblina cerrada norteado apenas pela intuição, molhando meus pés descalços nas águas frias ou quentes, curando as feridas destes mesmos pés depois de finalmente fazer as escolhas certas, pegando a estrada que me levará para onde meu coração apontar.
Vou me descobrir. Ou, quem sabe, me construir outra vez, depois de me pôr abaixo diante do meu primeiro olhar lúcido desta encarnação.

Descompasso

Morro um pouco a cada dia,
Não abro mais a porta,
Não recebo ninguém, ninguém me recebe,
Não brigo mais, não participo,
Não caminho,
Apenas permaneço triste, desenergizado,
Em total estagnação.
Quero ajuda? De quem?
Não vislumbro o futuro...
Não quero mais lutar, nem esperar...
Há uma névoa que encobre meus olhos,
Sou quase um morto.

Não enxergo o quanto me engano,
Se tento ensaiar passos tímidos
Para onde não desejo de fato ir.
E nada acontece...
Não consigo. Tento?
Sou um perdedor.
Todos já sabem. Menos eu.
Não vou conseguir mesmo o que afirmo querer. Mentira.
Quero ou querem para minha vida?
Perdi para mim mesmo.
Sigo as escolhas que outros fizeram por mim e para mim.
Deixei de ser eu. Apenas hoje arco com a responsabilidade.
Nem sei agora quem sou.

Tenho lapsos, vivo o descompasso...

Mãe Destruidora

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Mãe Destruidora

A despeito do teu valor para os outros
não me serves como mãe
nem te quero perto,
posto que só me fazes mal
desde sempre,
antes mesmo de respirar.
Teus olhos não olham em minha direção
a não ser para ferir;
não encontro braços que me acolham;
muito menos mãos que acariciem;
teu colo magro não aconchega,
nem mesmo existe;
no peito não há seios que possam nutrir;
no local do coração só vejo um grande buraco.
Sei que me pariste,
porém teu ventre foi, é e será sempre oco,
como é tua existência
de mãe destruidora.


Poesia inspirada na escultura
Mãe Destruidora.

Epitáfio

Não chorem a minha ausência.
Só aceito lágrimas de alegria
Ao recordarem os bons momentos
Que vivemos juntos.

Epitáfio

O amor é o único elo rosado e indestrutível capaz de nos manter ligados a quem nos foi importante durante a vida.

Epitáfio

Não percam tempo lamentando o que não podem mais viver comigo.
Antes, se inspirem nas lembranças deixadas de tudo que lhes dediquei por amor durante a vida.