Deixo pegadas de sangue na trilha do tempo.
De início sou dor a dilacerar,
Depois um simples lamento.
Justifico a eterna presença do que feneceu.
Pois consolo na perda do amor que morreu.
Teço com os fios das lembranças,
A manta quente que agasalha,
Nos graves momentos de dor
Em que a falta do amor estraçalha
Trazendo o medo da mudança.
Às vezes sou o único remédio
Da relação que já virou tédio,
Porque contra mim não cabe argumento.
É melhor se render,
Quem comanda é o tempo.
Tantas vezes único consolo na terceira idade,
Ainda que isso pareça, da Vida, maldade.
Sou filha da perda e irmã do amor.
Gerada, inevitavelmente, por ela,
Dele, na distância, sou o elo mantenedor.
Atinjo pessoas de qualquer idade,
Pra mim não há limites se é amor de verdade.
Com os fios do tempo teço rede de proteção
Que minora o efeito de cair na realidade
De quem perdeu a razão de sua felicidade.
Sou o mata-borrão pro estrago
Das tintas da morte na tela da vida.
Cicatrizo, se é profunda a ferida,
Inevitável consequência
De uma paixão plenamente vivida.
CESURA PARA CENSURA - por - KBÇAPOETA
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Pode ser meu eu,
Na luz do que sou,
desvelando ser,
revelando ter
Imaginação?
Posso ter meu eu,
Na sombra que fui,
Confessado ser,
Privado de ter
Imagi...