quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O Olhar Atento da Maturidade

Recordar é recolher nas vivências do passado, lindas flores perfumadas compondo um ramalhete que vai enfeitar sua mesa da sala enquanto você, de frente para a janela, observa, atentamente, os acontecimentos que formam o belo jardim que viceja no seu presente.


Este post faz parte da blogagem coletiva de dezembro do Duelos Literários: Recordações.

Recordações

Há momentos em que o passado
Invade de tal forma a vida da gente...
Parece que as lembranças transbordam
Qual a água de cabeça de enchente
Vêm aos borbotões e nem pedem passagem
E então provocam tão vívidas emoções
Porque são perfeitas as imagens
Trazidas pela mente aos nossos corações
Imagens do que foi vivido
Num tempo triste ou feliz
O que importa é que o espírito
É sacudido até a raiz
E quando existe a saudade
Lembrar-se de tudo é outra vez viver
Tanto que dá gosto cismar à tarde
E essa melancolia só nos dá prazer
E então desfilam variadas vivências
Coisas que pensávamos nunca recordar
E quanto mais distante no tempo a ocorrência
Mais detalhes e clareza vamos encontrar
Às vezes é possível ao fechar os olhos
Ter tudo daquilo uma outra vez
Imagens, sons, perfumes, o mesmo abalo
Que quase acreditamos que o mundo se refez
E a recordação alimenta a alma
Refresca o sentimento, tem grande poder
Relembrar ajuda, traz de volta a calma
Quando a saudade é tanta que nos impede de viver
Na verdade pra emoção o tempo não vale
É coisa que escapa de tempo ou lugar
O coração da gente é um mundo à parte
Render-se a este fato é questão de pensar...


Este post faz parte da blogagem coletiva de dezembro do Duelos Literários: Recordações.