segunda-feira, 6 de julho de 2009

Nos Trilhos da Esperança

Lá vai o trem todo dia,
Carrega vidas que insistem em viver...
Leva ao trabalho que rende tão pouco,
Leva quem procura trabalho pra fazer.
Trem descendo, trem subindo,
Trem repleto de sofreguidão.
Trem teimoso e o desalento
Estampado em cada estação.
São mulheres, maltrapilhos, meninos pedindo pão.
Homens fortes, ignorantes; outros com alguma instrução.
Muitos sonham olhando a paisagem...
Outros deixam escorrer só indignação
Por esta vida de desencantos na lida
Sem oportunidade de um futuro são.
Vagões apinhados descem nas manhãs.
Outros entupidos de gente, à noite sobem.
No vaivém de vidas sofridas, exauridas,
Que, contudo, ainda com fios de esperança tecem.
Tecem projetos, se seguram nos vagões.
Tecem memórias, guardam suas tristezas e desilusões.
Tecem a história de vidas de superação.
Tecem a certeza de que dias melhores virão.