domingo, 31 de março de 2013

Feliz Páscoa

Chega a Páscoa e, nos dias que a antecedem, encontro, pela rua, muitas crianças com seus rostinhos rosados, depois de tantas brincadeiras, vestidas de coelhos, com aquelas grandes orelhas e bigodes pintados na cara.
E o que fazem os coelhos da Páscoa, além de esconderem os ovos para a satisfação das crianças, cuja missão, a partir daí, será procurá-los e a recompensa, descobrir os mistérios escondidos em cada um e poder desfrutar da sua doçura, enquanto sujam de chocolate os mesmos rostos antes mascarados de coelhos.
Penso então que, a cada ano, a Páscoa simboliza a oportunidade do renascimento de cada um de nós, o que não deixa de ser a possibilidade de estarmos abertos à transformação. Se a vida é o palco onde se desenrola a nossa evolução, esse período nos aproxima do objetivo maior de nossas vidas.
Mas, o que será que nos impede de renascer, de mudar, de nos tornarmos melhores para nós mesmos e, conseqüentemente para os outros?
Quando se trata de analogia, nada é por acaso nos contos, lendas, mitos através dos tempos. Por que então, o animal que simboliza a Páscoa é o coelho? Há muitas explicações, a principal relacionada à grande fertilidade desses animais. Entretanto, na mitologia dos índios norte-americanos, o coelho representa o medo.
Encontro dessa forma, a resposta para a dificuldade que muitos de nós apresentam no caminho da transformação. É o medo que nos restringe e, às vezes até nos impede, sobretudo o medo do novo, daquilo que ainda não experimentamos.
E, como nada permanece para sempre, o segredo da felicidade está em aceitar as possibilidades contidas em cada momento que a Vida nos oferece e fazer a melhor escolha possível em cada situação.
Aí, eu embarco no fluxo dessa história e desejo que cada um de nós busque no fundo de si mesmo, qual o tipo de medo (aquela sua dimensão relacionada ao coelho) que o está impedindo de se abrir para algo novo, um novo tempo, o renascimento de algum aspecto da sua vida, seja no terreno pessoal, de relacionamento ou no campo espiritual e tente lidar com ele de frente e conseguir ultrapassá-lo.
Travestidos de coelhos, lidando com cada medo que escondeu um ovo importante no curso de nossa vida, metaforicamente poderemos experimentar a alegria de voltarmos ser crianças inocentes que, avidamente, procuram os ovos escondidos pelos coelhos e podem assim se deliciar com a descoberta do que o ovo contém e se lambuzar com a sua doçura.
Afinal, a vida pode ser doce para quem supera os seus medos e ousa ir, em busca dos seus desejos.

Feliz Páscoa!

domingo, 10 de março de 2013

Hermógenes

Maré sobe. Maré desce.
O barquinho ancorado flutua levinho, sereno, e nem se dá conta de que a maré sobe, de que a maré desce.
O barquinho é equânime.
Nisto, é meu mestre.
Preciso aprender.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Hermógenes

O sábio não maldiz desiludir-se, pois sua segurança nunca se fundamenta em confortáveis engodos.

sábado, 2 de março de 2013

Hermógenes

Se continuares a te lastimar, protestando, e com pena de ti mesmo, a cruz te parecerá cada vez mais pesada.
Não a arrastes. Para teus lamentos.
Corajoso, firme, levanta-a, e põe-na decisivamente às costas e verás que vais senti-la muito leve.
Cruz arrastada pesa muito mais.