quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O Olhar Atento da Maturidade

Recordar é recolher nas vivências do passado, lindas flores perfumadas compondo um ramalhete que vai enfeitar sua mesa da sala enquanto você, de frente para a janela, observa, atentamente, os acontecimentos que formam o belo jardim que viceja no seu presente.


Este post faz parte da blogagem coletiva de dezembro do Duelos Literários: Recordações.

Recordações

Há momentos em que o passado
Invade de tal forma a vida da gente...
Parece que as lembranças transbordam
Qual a água de cabeça de enchente
Vêm aos borbotões e nem pedem passagem
E então provocam tão vívidas emoções
Porque são perfeitas as imagens
Trazidas pela mente aos nossos corações
Imagens do que foi vivido
Num tempo triste ou feliz
O que importa é que o espírito
É sacudido até a raiz
E quando existe a saudade
Lembrar-se de tudo é outra vez viver
Tanto que dá gosto cismar à tarde
E essa melancolia só nos dá prazer
E então desfilam variadas vivências
Coisas que pensávamos nunca recordar
E quanto mais distante no tempo a ocorrência
Mais detalhes e clareza vamos encontrar
Às vezes é possível ao fechar os olhos
Ter tudo daquilo uma outra vez
Imagens, sons, perfumes, o mesmo abalo
Que quase acreditamos que o mundo se refez
E a recordação alimenta a alma
Refresca o sentimento, tem grande poder
Relembrar ajuda, traz de volta a calma
Quando a saudade é tanta que nos impede de viver
Na verdade pra emoção o tempo não vale
É coisa que escapa de tempo ou lugar
O coração da gente é um mundo à parte
Render-se a este fato é questão de pensar...


Este post faz parte da blogagem coletiva de dezembro do Duelos Literários: Recordações.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A Propósito do Superdiagnóstico

Especialmente os médicos devem se acautelar ao procurar alguma coisa.
Afinal, sempre acabamos encontrando aquilo que buscamos com avidez.
Ainda que possa somente existir em nossa mente habitualmente perscrutadora e obsessiva.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Joan Baez

A gente não pode escolher como vai morrer. Nem quando. Só se pode decidir como se vai viver.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Norman Cousins

O que aprendi é que a tragédia da vida não é morte, mas o que vai morrendo dentro de nós, enquanto vivemos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Vazio

A casa agora completamente vazia.
Reina o absoluto silêncio
Naquela moradia antes tão ruidosa.
Foram-se os móveis, os enfeites, as flores.
Os tapetes foram levados deixando nu o chão.
Não mais esvoaçam as cortinas.
Não há música nem vozes humanas.
E este silêncio berra nos meus ouvidos a dor.
A dor de um tempo perdido,
Tempo que não volta mais.
Dias e dias felizes
Com fatos importantes ou coisas banais.
A morte levou o pai, a avó e a mãe também.
Dissolveu-se a família e os anjos disseram amém.
Ficou somente a lembrança de tudo.
O coração abarrotado de recordações,
Tão cheio que inunda de pranto
As faces que contemplam a nova visão
Daquela que abrigou três lindas gerações,
Que viu crescer os filhos e netos.
E hoje, quando se foram para sempre,
É apenas uma casa vazia, repleta de emoções.
O silêncio traduz a perda, ficou no lugar das canções
Que se ouviam por ali naqueles temos bons.
Hoje, só o amor nos permite enxergar o que havia lá,
Já que, pros olhos da alma, não há tempo nem lugar.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Perigo e Redenção

Quando o poder se instala
Em mentes insanas ou mesquinhas,
Tudo é posto a perder,
É jardim tomado por ervas daninhas...

Que prazer pode existir
Em ver tudo desmoronar
E ainda, com gosto, contribuir
Para a saúde de todos deteriorar?

Como pode um diretor de hospital
Comportar-se como comandante de tropa?
Será que o infeliz nem desconfia
Que agindo assim vira motivo de troça?

Enquanto isso, nós, os funcionários,
Mentes criativas e livres, vamos aguardar,
Tentando não naufragar nesses mares temerários,
Certos de que, como tudo na vida, ele também passará.

Virá logo um dia claro,
A paz e a alegria vão retornar.
Porque, nessa dança da vida,
Depois de ir ao fundo, a ordem é de novo se elevar...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Parabéns ao Duelos

Hoje é dia de festa...
Dia de comemorar
Faz um ano que o Duelos
Chegou aqui pra arrasar

Começou com pouca gente
Amigos que gostavam de escrever
Shintoni tomou a frente
E trabalha duro pra este blog manter

E o povo foi chegando
Convidados, curiosos e simpatizantes
Uns passaram e foram embora
A maioria virou amante

É um grupo heterogêneo
Tem de tudo neste lugar
O que nos une não é efêmero
Tenho certeza: jamais passará

É o gosto de expressar
O que vai na mente e no coração
Ainda que de forma singular
Mas todos juntos na mesma intenção

De expor suas ideias
Extravasar o sentimento, aliviar a indignação
De tecer belas peças com letrinhas
Compartilhar, divertir ou apenas criar porque é muito bom.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Aquele Livro

Tantos livros foram importantes para mim que se tento destacar alguns me perco totalmente. É exatamente como ocorre com músicas. Passei a minha vida inteira cantando enquanto fazia outras coisas. Sempre tive ótima memória e aprendia as letras das canções com muita facilidade. Como as tarefas que eu fazia, tanto em casa quanto no trabalho me permitiam ficar sozinha por horas, eu aproveitava para cantar enquanto trabalhava. Cantava LP’s e depois CD’s inteiros sem me confundir com as letras. Mas hoje, se quero escolher músicas pra cantar, elas somem da minha mente. E acontece o mesmo com os livros que li, desde os seis anos, quando aprendi essa maravilhosa habilidade. Foram tantos que eu encontrei durante a minha vida! Tantos livros me marcaram, me modificaram, me esclareceram, me fizeram companhia, me desafiaram, me revoltaram com suas tramas verídicas, me encantaram, me seduziram, me permitiram descobertas e viagens incomparáveis.
Entretanto, quando desejo falar especialmente sobre algum deles, não consigo. Ou porque destacar algum é impossível ou porque são tantos igualmente significativos que ficaria escrevendo por muito tempo sobre eles e, nesse período, minha companheira inseparável tem sido a preguiça.
Descubro então que aquele livro para mim agora, é exatamente o que estou para ler, aquele que acaba de entrar no meu universo, que vai trazer o novo, que me acompanhará por um tempo, que representa a expectativa, mas ao mesmo tempo o momento presente.
Cada livro carrega em si um mundo de possibilidades. E o seu valor singular é ditado por uma série de características perceptíveis ou misteriosamente guardadas para serem desvendadas por cada leitor em especial no momento certo. E é exatamente isso que vai permitir que ele sobreviva para sempre (ou não) no escaninho da memória de cada de nós.
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Este post faz parte da blogagem coletiva de novembro do Duelos Literários: Aquele Livro...

Aquele Livro

Eu era adolescente e, nessa época, pegava para ler todo livro que aparecesse por perto. Na minha casa, não eram muitos. Mas havia uma oferta razoável. Foi quando surgiu “O Cortiço”, que eu devorei em poucas horas.
Até então, tudo que eu lera tinha uma atmosfera de sonho e encantamento. Figuras românticas passeavam por cenários deslumbrantes com personalidades idealizadas e, por isso mesmo, inverossímeis.
Então, ao começar a ler “O Cortiço”, tive um choque! Tudo era tão real, eu parecia conhecer aquelas personagens de carne e osso, com as suas vivências possíveis, seus dias tão perfeitamente dimensionados numa realidade tão próxima. E, a despeito da crueza da narrativa, havia a beleza da profundidade do olhar do autor. A identificação dos leitores com os sentimentos das personagens e suas experiências era certa.
Este livro me marcou profundamente e destaco como a passagem mais interessante, aquela que descreve a primeira menstruação da personagem Pombinha. Não é possível deixar de sentir o que ela vive, quase experimentando a nível corporal cada uma das imagens sugeridas. É pura sensação!
Eu me apaixonei por esse livro que para mim é o melhor representante do Realismo.
Quem ainda não leu, está perdendo uma experiência indescritível.
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Este post faz parte da blogagem coletiva de novembro do Duelos Literários: Aquele Livro...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sobre a Ilusão do Poder

Por que deveria sentir-me responsável pelo sopro de alguns quando ninguém ouve meus estertores?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Diagnóstico e Visão do Terapeuta

Fazer diagnósticos pode não ser tão simples quanto parece à primeira vista.
Quanto maior o conhecimento do profissional, maior a sua insatisfação no que se refere ao entendimento do que ocorre realmente com aquele que sofre e procura os seus serviços.
O dever do médico é aliviar o sofrimento, não resta a menor dúvida. Mas, a máxima de Hipócrates: “Primo non nocere”, pode ser interpretada sob diferentes ângulos, inclusive mostrar-se falha ao deixar de compreender o quadro na sua totalidade de expressão e significado.
Considerando que toda doença, quer se manifeste no plano físico ou psicológico, é resultante de um conflito, uma desarmonia no ser, é preciso atentar para as principais causas da doença, que se sobrepõem geralmente num mesmo quadro.
Além disso, deve-se observar que a doença não pode ser vista como inimiga, devendo, portanto, ser simplesmente reprimida e sim compreendida e superada pela expansão da consciência, através do entendimento das suas mensagens e sinalização do caminho a ser seguido na meta da evolução.
De maneira geral existem três principais causas de doença, do ponto de vista esotérico:

Causas cármicas (individual e coletivo): advindas de resquícios de vidas passadas, trazidas como sequelas ou fragilidades no corpo físico ou padrões psicológicos.
Causas psicológicas: advindas de acontecimentos da vida atual, presentes ou passados.
Causas evolutivas: pela necessidade de purificação, quando ocorre transferência de energia de um centro inferior para outro superior.

O objetivo do homem é expressar a sua verdadeira natureza que é espiritual, passando de um plano de expressão animal para o espiritual, ou seja, sutilizar-se. E nessa meta é auxiliado pela ocorrência de doenças e a forma como se relaciona com elas.
Como somos seres espirituais, estamos ligados a uma Mônada, existindo a Supra-consciência (o Si) que sabe exatamente o caminho que determinado homem deve seguir no seu plano de evolução naquela encarnação. Entretanto, nascemos sem total consciência de quem somos e, ao longo de nossa existência, vamos tendo oportunidades de ampliar a nossa consciência e sair do estado de satisfação dos desejos, movidos pelo sentido do prazer, para o estado do despertar da consciência, quando nos direcionamos para a meta que nos propomos antes de encarnar, cumprindo a nossa missão. Entretanto, se manifestamos e temos consciência somente do nosso limitado ego, vivendo apenas a auto-afirmação, não evoluiremos. É necessário primeiro se auto-afirmar para depois ir além, através da outra fase que é a expressão da individualidade, ouvindo o que nos diz a nossa Alma, entrando em contato com o Eu Superior que faz com que ampliemos os nossos objetivos, buscando a auto-realização, entendendo que agora, a simples afirmação do eu inferior (a personalidade) passou a ser um obstáculo à evolução. Essa fase é a do despertar do Si, a Supra-consciência, quando deve dominar a nossa natureza espiritual, com a auto-realização. Mas, para que isso ocorra, o homem deverá superar a desarmonia e os conflitos que aparecem decorrentes da transmutação de energias, à medida que cada chakra vai sendo energizado até a iluminação (salto quântico).

Diante de um paciente, é necessário fazermos o diagnóstico tradicional com a anamnese convencional, o exame clínico e a propedêutica necessária, incluindo todas as medidas diagnósticas mais sofisticadas e modernas para cada caso.
Entretanto, é preciso sempre ir além, buscando o significado profundo da doença, a mensagem que ela encerra para integrá-la na vida daquele paciente, permitindo que ele possa evoluir e, assim, não precisar mais daquela doença, caminhando rumo à verdadeira cura e não fazendo simplesmente a supressão de sintomas que é o que se faz mais comumente.
Para isso, há que se ter conhecimentos esotéricos que possibilitem o entendimento daquele quadro de um ponto de vista espiritual.
A abordagem será então de forma heterodoxa, com homeopatia, acupuntura, astrologia, numerologia, radiestesia, terapia de regressão às vidas passadas e outras ciências esotéricas. Ou então o próprio paciente buscará, através do auto-conhecimento, completar o trabalho do médico.
Somente com esse entendimento mais abrangente do adoecer, poderemos ajudar o paciente a buscar a cura verdadeira, identificando inclusive se aquela doença representa na verdade, um momento de sua vida em que ele está sendo chamado a evoluir, com ou sem consciência e em que está havendo transferência de energias de um chakra inferior para um superior, o que está provocando aquela desarmonia (doença).
Ainda, nos casos em que a origem é psicológica, a compreensão da natureza da pessoa utilizando mapas astrológicos, numerológicos ou quaisquer outras formas de avaliação mais profunda serão de grande utilidade no atendimento.
Por outro lado, a identificação de padrões comportamentais que se originaram em vidas passadas e que são responsáveis por patologias presentes na vida atual, assim como marcas presentes no corpo astral, decorrentes de sequelas de doenças ou acidentes de outras vidas e que foram trazidas para esta encarnação são indispensáveis para a solução de casos de difícil diagnóstico e tratamento.
Ou seja, quanto mais sabemos, mais devemos buscar, aprofundando não só o diagnóstico, mas também ampliando a nossa forma de atuação na cura. E, acima de tudo, admitindo que ninguém tem todas as respostas, que sempre há o que aprender para compreender mais e que julgar e emitir opiniões sobre o que não se estudou, por simples preconceito e intolerância é o maior empecilho ao desenvolvimento científico.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Consciência

Estou só nesta masmorra.
Tudo é cinza, frio e sem vida.
Não encontro nada que me toque.
Minha emoção está congelada.
Espero o fluir das horas até a libertação.
Meu corpo cheio de vida reage e sofre.
Impossível negar a vida, unicamente porque assim deve ser.
Tento, desesperadamente, escapar dessa opressão.
Meus ouvidos tapam e zunem para não ouvir.
Meu corpo se arma e não permite a circulação de energia.
Preciso me proteger de mim mesma.
É necessário paralisar as reações.
Nesse momento, elas me são prejudiciais.
Devo boiar no lago como folha seca caída.
Levada pela brisa, eu vou certamente para um lugar melhor.
Prevejo as mudanças.
Nessa manhã, enquanto vinha para a prisão,
Soprava um vento de transformação.
Estou amparada pelos seres de luz.

Não posso me identificar com a escória.
Macieiras só podem oferecer maçãs...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Sensatez

Sou sozinha, sou sensata.
Todos sabem: sou feliz.
É que estou apaixonada por mim mesma.
Do engodo do amor escapei por um triz.

domingo, 22 de novembro de 2009

Perdidamente apaixonada

Vale das sombras,
Poço sem fundo,
Manto negro protetor.
Serão misérias, recortes de vida
Ou momentos plenos de terror?

Mas se olhados bem de perto,
Refletem simplesmente o tal do amor.

sábado, 21 de novembro de 2009

Lua

Noite enluarada de amor infindo,
Casais rodopiam em olhares imantados,
Corações aflitos palpitam descompassados,
Pensamentos fugidios se esvaem de mentes sonhadoras.
Tudo se move em câmera lenta nessa atmosfera insana
Onde o sentimento domina e põe tudo a perder.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Aconteceu

Balanço vazio.
No parque, as pedras refletem o sol.
A tristeza espreita cada coração que por ali passa.
Entre a algazarra e o silêncio, a poça de sangue seca.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Natureza

Tudo que nos cerca é dotado de vida. Amar a natureza é sentir-se parte dela não admitindo jamais a auto-agressão.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Cura

Curar é entrar em sintonia com aquele que sofre, compreendendo-o, decifrando os sinais e integrando as mensagens de sua doença para que possa continuar evoluindo, entretanto, estando apto a dispensar a dor.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Cristais

Cristais são explosões de amor. São presentes da natureza; cores e formas que mantém perfeita harmonia e beleza incomparável, onde vivem os gnomos, seres encantados que nos ajudam e velam por nós.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Certeza

Atenta, aguardo os sinais.
Em minha direção surgem indícios
De novos tempos, outras descobertas.
Sigo tranquila em direção ao meu destino.

domingo, 15 de novembro de 2009

Maya

Sorriso gratuito de todos
Olhares voltados em sua direção
Reino encantado, paraíso. Será logro?
Tudo acontece com perfeição...
Engana-se o bobo. Não vê que tudo é pura ilusão.
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Este post faz parte da blogagem coletiva de outubro do Duelos Literários: Sorte.

sábado, 14 de novembro de 2009

Falência

Quem espera só
Pela sorte na vida
Fica falido.
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Este post faz parte da blogagem coletiva de outubro do Duelos Literários: Sorte.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sorte

Sorte é corte
Um pinote se contar
Só com a sorte
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Este post faz parte da blogagem coletiva de outubro do Duelos Literários: Sorte.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Saudade

Hoje me recordo com saudade da sua presença entre nós, com seu jeito simples de quem adorava a companhia de pessoas, a boa conversa familiar, as risadas, as brincadeiras, a falta de compromisso. O seu modo de criança encantava a todos. Desde quando apareceu na família, foi amada como se nos conhecêssemos desde sempre. A sua simpatia trazia felicidade para nós e por isso você era bem-vinda todas as tardes. Quando nos trouxe de presente sua filhinha Cássia, aí mesmo é que se tornou mais querida de todos nós. Você guardava para si a gravidade da vida e só compartilhava a leveza, a brincadeira, os sorrisos, mesmo quando seria mais indicado e benéfico para você dividir as dores com os que a compreendiam.
Mas o inesperado aconteceu e a perdemos depois de muita dor e tristeza. Entretanto, existiu sempre a certeza de que os desígnios de Deus devem ser aceitos de forma incondicional, já que há alguma razão de ser para todos eles, mesmo que não compreendamos.
Seu aniversário seria hoje e estaríamos comemorando com você, saboreando todas as comidas gostosas que tanto lhe agradavam no meio de muita algazarra. É muito legal imaginar isto.
Encontrei com a Cássia na academia, de bochechas vermelhinhas e com a sua cara e seu jeito.
É bom constatar que aqueles que amamos estarão para sempre perto de nós. E assim, nunca esqueceremos de você e de tudo que compartilhamos nessa vida. Que onde estiver, esteja em paz.

sábado, 7 de novembro de 2009

Gentileza

Tantas oportunidades de sorrir
Perdem-se em gestos truculentos
Quando seria tão simples iluminar cada momento

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Fantasia

Cantando alegremente
Levo meus dias a bailar
Pra que pensar em problemas
Se posso viver a sonhar

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ilusão

Madrugada enluarada
É sonho para os amantes
Embora iluminada, só veem o que os encanta

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Jornada

Pés que não se cansam de andar
Desenham a rota que leva ao infinito
E jamais retornarão sem histórias pra contar

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Sofreguidão

Sofreguidão demais
É recurso inútil daqueles
Que adoram chamar a atenção

O Que é Sorte

A maioria de nós entende a sorte como facilidade. É quando parece que as portas se abrem imediatamente e ainda estendem um tapete vermelho à nossa passagem. É quando tudo flui sem contratempos e recebemos algo que vai bem além das nossas expectativas. Sorte é ser agraciado com berço de ouro, é ganhar um prêmio polpudo na loteria, é encontrar um grande amor e permanecer com ele pelo resto da vida sendo feliz. Ser sortudo é sempre encontrar uma vaga quando quer estacionar; ver a fila no banco, de repente, correr rápido só porque você chegou; trocar de fila no supermercado e não acontecer nenhum problema na caixa e, ainda por cima, algumas pessoas desistirem de esperar e você se adiantar. Ter sorte é arriscar nos negócios e sempre lucrar; é ter palpites certeiros para os jogos de azar; é caminhar pela rua e, ocasionalmente, encontrar uma nota graúda. É comprar uma rifa já sabendo que irá buscar o prêmio. É só receber cheques que têm fundo e encontrar pela frente pessoas honestas que trabalhem muito bem pra você e ainda entreguem os trabalhos antes do prazo previsto. E eu poderia ficar descrevendo o que é ter sorte de uma maneira superficial o dia inteiro. Mas, será que isto existe mesmo? Já que tudo é relativo, o que pode ser considerado benesse para alguns, é desprezado por outros. E acredito que haja um equilíbrio inerente aos fatos que se desenrolam em nossa vida, desde que tenhamos a visão do todo e acesso às ocorrências de vidas passadas. Além disso, não podemos ficar presos a um só ponto de vista. Assim vejamos que se facilidade fosse sorte realmente, o que dizer daqueles que fazem das dificuldades o estímulo para crescerem e se aperfeiçoarem na vida? Se a vida é experiência, aprendizado, a evolução será mais encontrada naqueles que ganham da vida questões para serem trabalhadas e ultrapassadas.
Acho que na verdade, sorte é ter consciência plena de si e dos outros para aproveitar bem as oportunidades de desenvolvimento que receber ao longo da vida.
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Este post faz parte da blogagem coletiva de outubro do Duelos Literários: Sorte.

domingo, 1 de novembro de 2009

Não Mais Sob os Auspícios de Saturno

Cresci ouvindo minha mãe dizer ao meu pai que não deveria fazer apostas em jogos nunca, já que ele já havia ganho na loteria no dia em que a conheceu.
Ele era mineiro e sonhava com um grande prêmio para poder dar à família de oito filhos, melhores condições de vida, com o conforto que minha mãe, uma pessoa ambiciosa, almejava.
E entre essas duas polaridades, o sonhador romântico e a empreendedora ambiciosa, eu formei a minha personalidade que congrega esses dois aspectos.
Nunca esperei pela sorte, por facilidades, tinha por certo que era preciso lutar muito para conseguir o que queria, que nada viria de mão beijada. E achava mesmo que tudo que era conquistado com esforço tinha mais valor. O sacrifício então, era o ápice e eu me dilacerava pela vida buscando desafios, aceitando pesos que não eram meus, incapaz de dizer não.
Com o tempo, aprendi a exercitar a outra polaridade. Hoje, a vida tornou-se mais leve porque passei a esperar dela mais facilidade. Eu creio firmemente no poder do pensamento, no desejo, na lei da atração, em que a vida que levamos é plasmada pelos pensamentos bem direcionados.
Ainda me empenho, mas sem sofreguidão. Ainda aceito demandas que não são minhas pela compaixão, mas aprendi a dizer não e nos tempos atuais, esse aprendizado é elementar.
Cresci e já não me defendo tanto. Aspiro à inocência da infância para me largar na vida amparada pela lucidez e pela fé.
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Este post faz parte da blogagem coletiva de outubro do Duelos Literários: Sorte.

sábado, 31 de outubro de 2009

Hábitos de Leitura

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Encaro um livro como um mundo de possibilidades. É como se fosse um portal que me permitisse ter acesso a outros mundos, a realidades ainda não desvendadas. Há um mistério a ser descerrado ao abri-lo e ler suas páginas. É como se penetrássemos em universos paralelos. Sinto-me mesmo desdobrada se a leitura de um livro é cativante para mim. O universo retratado pelo autor se mistura à minha realidade e passo a carregar comigo, enquanto não terminar de lê-lo, aquele outro mundo. Então imagino os personagens, teço contextos, traço situações em que podem estar envolvidos, sinto a emoção que sentem e mergulho de cabeça nas suas histórias. Até que a leitura chegue ao fim.
Se o livro for muito bom, eu ainda gosto de demorar mais do que de costume, para que não acabe logo, como se fosse um doce maravilhoso que a gente fica com pena de comer até o fim e aí belisca e guarda para depois. Mas se ele for excepcional, mesmo que eu chegue ao final, ele não se desgarra, fica impregnado no meu ser, acho que embola nas minhas entranhas e passa a fazer parte de mim. Assim, desde que comecei a ler carrego comigo personagens que de tão vívidas são quase subpersonalidades hoje. E, em geral, não escolho os livros para ler, eles me elegem para conhecê-los e é interessante que já adquiri muitos livros que só fui ler anos mais tarde. E é incrível como eles se abrem para mim no momento mais propício, exatamente quando eu deveria ter aquela informação ou ser inspirada para ter determinado insight. É que os livros para mim são entidades, como os elfos e as fadas, têm uma comunicação direta, telepática com os humanos mais sensíveis e assim estabelecem esses contatos de outras esferas.
Penso que quem se apaixona por livros nunca está só, porque haverá este canal fascinante de comunicação. E é difícil entregar-se aos livros quando se está bem acompanhado, a não ser que sejam iguais neste aspecto. Eu tenho o hábito de ler e comentar o que é mais interessante com meu amor, embora quase sempre seja desnecessário, como se em outro plano a leitura fosse feita ao mesmo tempo.
Hoje, com a internet, podemos ler muitas coisas na tela e os blogs de literatura estão cada vez mais interessantes. Entretanto, o velho livro de papel, com capa dura, ricamente encadernado ou a brochura que o torna mais leve são insubstituíveis para mim. O contato direto com ele estreita os laços e fortalece a relação. Sou possessiva, só os empresto para raríssimos eleitos e gosto de dar outros exemplares dos que mais me marcam para quem amo. Também aprecio guardá-los arrumados nas estantes, numa ordem que só eu entendo, mas que faz todo sentido e tenho imenso prazer de poder olhar para eles sempre. Acho que são como os cristais que devem ficar expostos e não guardados em caixas ou em armários fechados.
Quando compro ou ganho um livro, sempre leio a capa, a contracapa, as orelhas e para alguns me dirijo logo às últimas páginas antes de começar a lê-lo. É como se quisesse consultar uma cigana ou cartomante para ler meu futuro, não sei. O fato é que livros, na minha opinião, são especiais e aqueles que o escrevem, quando verdadeiramente imbuídos do seu papel, são seres excepcionais e iluminados.


Este post faz parte da blogagem coletiva de outubro do blog Vou de Coletivo!:
Hábitos de Leitura.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Criatividade

Nuvens em movimento
Formam desenhos tão nítidos
Quanto mais criativa a mente de quem vê

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Amizade

Amigos inesquecíveis
São aqueles que, em nome da amizade,
Discordam e nos repreendem pela má conduta

terça-feira, 27 de outubro de 2009

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

domingo, 25 de outubro de 2009

Sobre a Ofensiva da Polícia nas Comunidades do Rio de Janeiro

É insustentável para a população que mora em comunidades do Rio de Janeiro, a situação que agora se apresenta: um clima de terror inviabilizando o cotidiano de quem lá reside, diuturnamente.
É óbvio que nenhuma outra administração enfrentou o problema da criminalidade com tamanha coragem e persistência quase obsessiva.
É evidente que quem mora em comunidades gostaria de se ver livre dos traficantes que lá infernizam as suas vidas.
É notório que não se resolve o problema das drogas e da criminalidade ligada ao tráfico apenas com a repressão e prisão dos bandidos sem as medidas que resolvam os problemas sociais gravíssimos por trás disso.
Ninguém ignora que o trabalho da polícia, deixando-se de lado a corrupção de alguns profissionais, é importantíssimo, desgastante, altamente estressante e exige um desprendimento e vocação enormes.
Claro que os bons profissionais merecem todo o nosso apoio e louvor pela proteção que nos concedem.
Mas o que assistimos na última semana foi um descaso total com a vida, transformando o bairro da Penha numa praça de guerra, com um tiroteio próximo a uma unidade de saúde, ignorando completamente a presença de pessoas comuns nas ruas, incluindo idosos, crianças e doentes.
É triste saber que situação parecida vem afetando tantas outras comunidades desde o ocorrido na invasão do Morro dos Macacos e a derrubada do helicóptero, matando os policiais.
O que é isso? É a banalização completa da morte? É a ode ao ódio?

O corpo da polícia quer encontrar os bandidos audaciosos que mataram seus companheiros.
Policial não é pago pra morrer.
Os bandidos devem ser presos.

Mas isso que vem ocorrendo me parece mais brincadeira de bandido e mocinho das crianças: uma vergonha para o Rio de Janeiro.

Isso tem que parar!!!!!!!!!!!!
O enfrentamento da criminalidade pela polícia, feito desta forma mabembe, só está ceifando vidas inocentes.
Onde estão as entidades que cuidam dos direitos humanos???????????????

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Feliz Aniversário, Adilson!

Ele ocupa o lugar do irmão mais velho em nossa família, não por sua opção, mas por força das contingências e por possuir os dons necessários para exercer esse papel que sempre desempenhou com responsabilidade e dedicação.
Aos quinze anos, ainda usando calças curtas, foi subitamente promovido a arrimo de família, em virtude do casamento inesperado do irmão que era de fato o primogênito. Amedrontado, ouviu de nossa mãe a sentença de que na semana seguinte, iria trabalhar como boy na Phillips do Brasil e passaria a estudar à noite. Para cristalizar esse momento solene, foi levado às lojas Ducal onde lhe compraram um terno e um par de sapatos pretos.
Assim, o menino franzino e medroso passou a enfrentar os trens cheios, onde era colocado para dentro, todas as manhãs, empurrado pela multidão que embarcava. E pode conhecer o centro da cidade nas andanças durante o expediente. Entretanto, permaneceu como boy por pouquíssimo tempo, sendo sua promoção motivada pela inteligência, responsabilidade e presteza n
a execução das tarefas que lhe eram atribuídas e também porque não ficava bem um boy trabalhando de terno. Essa postura de responsabilidade, orgulho e altivez, todos nós herdamos da mãe que, repetidamente nos estimulava dizendo: “É pra frente que se anda”.
Evidentemente que a Phillips foi seu único emprego, onde se aposentou após 35 anos de trabalho, atingindo o cargo máximo a que poderiam almejar aqueles que só contavam com competência, retidão de caráter e dedicação.
Sempre cuidou dos irmãos mais novos e mais velhos que ele, sete ao todo. Esteve ao lado da nossa mãe em todos os seus empreendimentos, já que nosso pai não compartilhava da mesma ambição e capacidade de lidar com a realidade, um pisciano típico, por natureza, contemplativo.
Mesmo com seu casamento, um tanto ou quanto tardio, continuou a ocupar-se de nossa família, sobretudo naquilo que se referisse à parte administrativa e legal. Foi, por todos esses anos, o burocrata de plantão e desempenhou funções de advogado sem nunca ter-se graduado nesta carreira, com competência e brilhantismo.
Nas questões ligadas à saúde, ele não se empenha, posto que é seu ponto fraco lidar com a doença. Deixa isso para as suas irmãs. Mas, quando se trata de cuidar dos óbitos da família, inventários, compras de bens e imóveis, sempre podemos contar com a sua prestimosa ajuda.
Ele sempre tem a palavra certa, a atitude coerente, a conduta irrepreensível e a ação protetora, nos momentos mais delicados de nossas vidas.
No fundo, ainda é o mesmo menino que pegava os doces de Cosme e Damião para organizar e dividir com os irmãos; que vendia as pipas que fazia e não soltava, para aumentar o orçamento familiar; que começou a trabalhar cedo e aprendeu com a vida que o mundo era ameaçador e que era preciso estar sempre alerta para não ser atingido. Com a maturidade, adquiriu a segurança que a competência e o progresso alcançado lhe trouxeram na expressão do seu dom natural para vendas.
Depois da morte de nossa mãe, que era seu grande exemplo e representava para todos nós a segurança e proteção, ele pode iniciar uma nova fase de sua vida.
Agora está sendo convidado a relaxar, soltar as amarras, dispensar defesas que hoje, mais o impedem que protegem e inaugurar um novo tempo.
Neste momento, ele já pode viver seus dias com mais calma e tranquilidade, dedicando-se mais a si mesmo, fazendo o que gosta de fazer, sem cobranças, sem expectativas, apenas saboreando os acontecimentos, expressando suas habilidades e exercendo suas funções de irmão mais velho, no que toca à proteção, orientação e esclarecimento. E podendo estar mais livre para se dedicar à esposa e ao filho, para os seus passeios, os contatos com os amigos ou simplesmente para ouvir o canto dos seus pássaros, uma de suas paixões.
Hoje é seu aniversário, quando completa 67 anos. E você merece de todos nós, seus irmãos, o reconhecimento de tudo que representa em nossas vidas e o agradecimento sincero por tudo que fez e continua a fazer por nós.
Um grande abraço, com todo o meu afeto, carinho e agradecimento. Beijos e um feliz aniversário.

sábado, 17 de outubro de 2009

Haikais

Sortudo só cai
Ao buscar pernas fortes
Treinadas antes

Pois pra quem tudo
É fácil fibra não há
Nem pode resistir.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Liberdade

O chão perdeu a firmeza. Tudo balança. Fico meio tonta. O peito oprimido revela o medo. Quero escapar, de dias de limitação, das amarras, da incoerência e de observar a hegemonia do absurdo. Vejo o mal avançar e destruir, impedir e desagregar. Nada posso fazer. Ele tenta me engolfar e eu tento me libertar. Poderia me liberar sozinha, mas não quero deixar para trás aquilo que valorizo. O meu conflito é esse. O meu ego é uma série de capas que foram sendo colocadas e que me isolam de mim mesma, que me impedem, limitam, trazem um peso desnecessário. Se eu abro mão de tudo isso, de tudo que sou, que fui até hoje, que construí, do que há em torno, do que acredito, da ordem que pensei existir, imediatamente sou leve, sou livre, sou solta. Sou inocente outra vez e apenas sigo. Observando e sendo o que sou de verdade, incólume ao que me cerca.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A Juventude e a Queda das Instituições

Acho que existem, na atualidade, três tipos principais de jovens: os reprimidos e politicamente corretos, os indignados com comportamentos desviantes e os alienados que não se envolvem.
E como lidar com esses jovens que não encontram modelos externos, posto que o núcleo familiar tantas vezes não serve como referência e assistem impotentes à falência das instituições com o país contando com homens públicos tão corruptos, antiéticos e alucinados?
Como dar limites aos jovens, se aqueles encarregados de fazê-lo, sejam pais, familiares, professores ou representante do poder público, cada vez mais frequentemente não possuem qualidades mínimas para isto?
E a nossa juventude, sejam os sonhadores alienados, os revoltados ou os submissos, não estarão de qualquer forma desenvolvendo plenamente seus potenciais, o que garantiria uma evolução no âmbito nacional. E a consequência inevitável é a manutenção no Terceiro Mundo.
Aqueles que têm a sorte de contar com modelos adequados no núcleo familiar se beneficiam. Mas, como resgatar os outros?
Penso que, quando nos voltando para fora, o que encontramos nos frustra completamente, uma saída talvez seja mergulhar em si mesmo, aprofundar-se e buscar o contato com o espírito.
Algumas vezes isto se dá pela ocorrência de algo trágico na vida, o que nos obriga a instintivamente “saltar da panela quente”, funcionando como catalisador do processo.
Entretanto, podemos tentar fazer isto de forma diligente. Cultivar a solidão, se acalmar e simplesmente observar a realidade com algum distanciamento pode ser o primeiro passo.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Para Manter o Equilíbrio

Procuro um norte que me oriente e conduza.
Como fazer para não desequilibrar com tantas investidas?
A confusão que reina em torno amedronta.
O caos parece lançar suas ramificações para nos englobar.
É preciso manter-se a calma e ser sereno.
É necessário deixar-se guiar pela luz.
Não há que se ter medo das trevas,
Mas os cavaleiros das trevas avançam implacáveis...
Só não atingirão àqueles que os ignorarem.
A energia do amor fortalece e defende.
Faz-se necessário alinhar com as esferas superiores.
Muitas coisas estão em desalinho e cederão.
Aqueles que estiverem em alerta entenderão.
Não se pode deixar nublar pela poeira circundante.
Tudo está escuro, abafado e cheira a enxofre.
Entretanto, voltando-se para dentro o homem encontra a paz.
A sua porção divina, sua luz brilha no seu interior.
Sua força é inimaginável quando se alinha com a luz.
Nada é capaz de atingi-lo nesse estado de consciência.
Saindo da relação espaço-temporal, nosso Ser liberta-se.
É urgente experimentar-se nesse estado de ser,
Soltar as amarras, mergulhar sem reservas no Todo,
Acreditar e reconhecer sua verdadeira natureza.
A invencibilidade vem da consciência do Ser espiritual.
Essa consciência traz o equilíbrio, a paz e conduz à Eternidade.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

As Três Crianças

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Cada um de nós, inevitavelmente, estará, ao longo de sua existência, em contato com três tipos de criança. E se ignorar uma delas, não conseguirá sentir-se pleno. É um engano imaginar que somos diferentes nesse aspecto pelo fato de termos filhos ou não, de nossa condição econômica ou psicológica.
Essas crianças precisam ser alimentadas, indiscriminadamente, por cada um de nós.
Se temos ou não temos filhos, não importa. Se optamos por não tê-los ou se não pudemos gerá-los, se adotamos alguma criança ou não concordamos em fazê-lo, de alguma forma teremos crianças por perto na família, de amigos, de vizinhos, no trabalho ou mesmo em alguma instituição à qual podemos nos filiar. Essas são crianças diretamente ligadas a nós, de quem podemos saber os nomes e detalhes da vida. Elas precisam do nosso cuidado, orientação, do nosso olhar e da nossa atitude.
O segundo tipo são aquelas crianças ligadas a nós de forma indireta. Não conhecemos suas identidades nem muitas coisas da sua história, mas as vemos jogadas pelas ruas, com fome, prostituídas, vítimas das drogas, dos abusos ou esquecidas em orfanatos esperando, indefinidamente, por adoção. Também são crianças fotografadas e filmadas em outras terras, protagonizando documentários sobre os horrores da miséria, da guerra, das desigualdades sociais, espalhadas pelo mundo. Elas necessitam do mínimo que pudermos fazer por elas, através do nosso trabalho, da nossa denúncia, indignação, nossas ações cívicas ou globalizadas.
E a terceira categoria de crianças existe dentro de cada um de nós. Elas precisam, urgentemente, do nosso resgate, por meio do reconhecimento de que existem, dos cuidados que devem ser a elas dirigidos para que desenterremos sua história, as recuperemos e permitamos que ganhem vida outra vez. E assim, através de cada um de nós renascido e renovado, possam ser responsáveis pela melhora desse mundo e evolução da humanidade.
Desejo que neste dia das crianças, todos nós possamos ter a oportunidade de refletir e nos deixarmos acercar por essas três espécies de criança, nem que seja só através da imaginação e sermos capazes de dirigir a elas um sorriso grandioso de acolhimento.

domingo, 11 de outubro de 2009

Ampliação de Consciência

Quando meu olhar escapa de mim, existe uma chance de acalmar minha aflição. É que por paradoxal que possa parecer, o que me aflige no que observo, nada mais é do que um reflexo de mim naquilo que me cerca. Assim, para que a miséria, a fome, a degradação da condição humana, a dor, a doença, o desequilíbrio, o caos e tudo que me provoca incômodo, não tenham mais esse efeito devastador, é necessário me colocar como mero observador, alcançar o caráter balsâmico do distanciamento. É preciso discernir bem, através da vivência e da conscientização o real sentido do egoísmo, da compaixão, da indiferença e da capacidade de observar mantendo-se distanciado (misturando-se, mas guardando a individualidade e integrando-se ao todo com a consciência de que tudo tem um sentido e segue seu curso na roda da existência).

sábado, 10 de outubro de 2009

O que tiver de ser será

O que tiver de ser será.
Inútil resistir e espernear. Faça a sua parte.
Só o que puder e estiver ao seu alcance.
Onde é que isso vai dar?
Aí já é outro lance...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Conselho

Se tiver que aceitar imposições, faça o que puder e estiver ao seu alcance, antes de chegar onde, certamente, deseja aquele que as provocou.
Entretanto, atente para determinadas situações em que melhor seria, para não desperdiçar energia, ceder prontamente.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Leonard Wolf e o Ofício do Artista

Não pinte abstrato antes de saber desenhar a figura. Você só poderá quebrar a forma com sucesso se a tiver dominado. A estrutura é a base, depois poderá brincar com ela ou afastar-se dela ao mesmo tempo. Tem de conhecer seu ofício: na pintura ou na escrita.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Rio 2016


Lá se vai o tempo em que eu tinha a preocupação de ser politicamente correta. Agora, que já passei dos 50, fico muitíssimo feliz em emitir minha opinião, por mais esdrúxula que pareça. E fico rindo por dentro, se minha verdade irreverente (já que ando quase sempre na contramão) choca os mais comportados, ainda que muitos deles talvez, no fundo, compartilhem das minhas ideias.
Assim, deixem-me confessar que depois da votação em Copenhagen, gritei a plenos pulmões: VIVA O BRASIL! BRASIL! BRASIL! BRASIL! Não que eu tenha qualquer interesse em esportes. Não mexo um músculo por nada, a não ser que tenha alguma utilidade outra que definir o corpinho, competir ou vibrar na torcida por qualquer competição. E, com toda esta preguiça, pra manter a saúde uso outras formas de exercitar o corpo e a mente.
Na verdade, não estou nem aí para futebol, Olimpíadas, Pan-Americanos, Copa do Mundo e correlatos. Mas gritei Brasil mesmo. E não foi por orgulho de ser brasileira, já que me considero cidadã do mundo e o que acontece por aqui, tirando a natureza e o coração das pessoas de bem, não motiva isso. Foi por pura esperança.
É que sou uma trabalhadora HONESTA e assim, depois de estar quase me aposentando, ainda preciso andar de ônibus. Daí, que se fizerem um décimo do que estão prometendo para o setor de transportes, quem sabe as coisas melhorem e eu não vou precisar mais ficar escrevendo aqui no blog aqueles textos carregados de indignação e revolta conclamando as pessoas (que, aliás, não aderiram ao meu movimento) a chamarem a atenção das autoridades no sentido de darem à população do Rio condições mais humanas de ir e vir.
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domingo, 4 de outubro de 2009

Leonard Wolf e o Escrever

Há milhões de pessoas talentosas que querem “escrever”. A principal diferença entre elas e os escritores verdadeiros não é talento; é que os verdadeiros escritores se sentam todos os dias e põem palavras no papel. Não há como revisar uma página em branco. Continue tentando, você vai conseguir.

sábado, 3 de outubro de 2009

Henry Thoreau e o Olhar

O mesmo sol que matura meus feijões ilumina imediatamente um sistema de terras como a nossa... Esta não era a luz em que os cultivei. As estrelas são os vértices de triângulos maravilhosos! Que seres distantes e diferentes nas várias mansões do universo estão contemplando a mesma coisa no mesmo momento! A natureza e a vida humana são tantas quantas as nossas diversas constituições... Poderia existir milagre maior para nós do que olhar através dos olhos dos outros por um momento?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Nosocômio, Hospício ou Será um Circo?

Chegando cedo para trabalhar, num tradicional hospital militar que, há alguns anos, mais parece um quartel, surpreendo-me a observar algo que é muito evidente para quem se dispuser a enxergar.
Passo pela portaria pequena, onde há pelo menos cinco militares de prontidão, dois deles apenas para tomar conta dos funcionários que chegam para trabalhar. A julgar pelas suas aparências, estão sempre de mau-humor e com um jeito ameaçador (também, o que poderíamos esperar de quem já acorda para fazer um trabalho tão relevante e criativo desses?). Mais adiante, vejo perfilada outra legião de militares, homens e mulheres que dispensam pelo menos trinta minutos preciosos dos seus dias para saudar de forma histérica o diretor quando chega, faça sol ou chuva. Todos eles igualmente tensos, com caras de poucos amigos e vejo que um deles, de patente mais alta, fica destacado, próximo ao ponto onde irá estacionar o carro que traz a ilustre figura do militar comandante. Este então, traz na fisionomia todo o peso e humilhação da tarefa diária a que deve se submeter por imposição da hierarquia.
Sigo estupefata, rindo por dentro de pensar que quanto menor a substância, maior a empáfia, quando percebo que existe ainda um outro militar ao lado de um cone, que permanece por horas a fio, de pé, apenas para impedir que carros que não pertençam à cúpula da direção atravessem. Este mostra sinais evidentes de cansaço e desalento, já a esta hora da manhã.
E enquanto os dirigentes dessa casa se importam somente com detalhes de limpeza e apresentação das fachadas e tratam como cachorros ou bandidos os seus funcionários, para encobrir as falhas de administração gritantes, calamitosas, que trazem um risco cada vez maior para os seus usuários que imaginam ter um bom plano de saúde, nada melhora para aqueles que são lúcidos, bons profissionais, têm responsabilidade e ética. E, por incrível que possa parecer, é sempre capaz de piorar com a evasão crescente de profissionais, sucateamento de equipamentos e deficiência de materiais de consumo básicos.
E cresce o número de óbitos a cada dia, enquanto nas reuniões a cúpula alardeia falsamente, que este hospital só tem qualidades e padrão classe A no atendimento.
Finalmente, encontro com uma figura sorridente, cheia de disposição, carregando mangueiras, pás, ancinhos e uma foice apoiada com o pescoço, que me cumprimenta efusivamente e segue com entusiasmo para trabalhar de verdade, já que os jardins desse lugar constituem a única beleza e espelham a ordem da natureza. Os demais funcionários continuam, tristemente, encenando as suas farsas cotidianas, uma vez que é difícil coadunar compaixão, espírito científico e ética com hierarquia.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Tudo Passa

Quanta coisa abandonamos pelo caminho!...
Sonhos, crenças, amigos, ideais...
O tempo traga, sem percebermos,
Tudo a que não nos ligamos mais.

Só fica para sempre (se é que isso existe)
O que passou a fazer parte de nós,
Aquilo que regamos com a água bendita do amor,
Que olhamos, e lembramos, se estamos sós.

Abandonamos o que aos poucos em nós perde o viço
E somos deixados por quem se desinteressou...
Mas há coisas que acabam dando sumiço,
Mesmo se delas cuidamos com amor.

É que cada coisa na vida tem seu tempo
E há o tempo certo de cada coisa nos deixar.
Melhor seguir praticando o desapego,
Viver o momento inteiramente, ser capaz de abandonar.

Ousar seguir prendendo-se a nada,
Voar mais alto, se preciso for,
Pois os únicos laços, nesta longa estrada,
Que jamais se rompem, são os do Amor...
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Este post faz parte da blogagem coletiva de setembro do Duelos Literários: Abandono.

Abandonada

Sozinha entre iguais desconhecidos
E abandonada pela sensatez
Disfarço e ando solta. Faz sentido?
Incrível essa minha desfaçatez!

Pareço pensar como todo mundo
Ninguém imagina o que em minha mente vai
Se pudessem lê-la nesse segundo
Veriam, claramente, a causa dos meus ais.

É que meu universo é tão sombrio
Que parece para nada haver esperança
Eu me debato sempre nesse caudaloso rio
Enquanto aguardo (paradoxo) a bonança.

E vou tocando os dias sempre iguais
Fazendo só o que deve ser feito
Sem cor, sem brilho, só fatos banais...
Pois que o problema é o olhar que não endireito.

Chamem de depressão ou de falta de graça
Não importa o nome que se dê
O fato é que não consigo escapar da trapaça
Que o mundo fez comigo ou eu mesma fui capaz de fazer.

É isso mesmo, vejo claramente agora
Não é Deus nem o mundo, sou eu que me abandono
E pra poder dar uma reviravolta nessa hora
Ao invés de me vitimizar, só tendo comigo o definitivo confronto.
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Este post faz parte da blogagem coletiva de setembro do Duelos Literários: Abandono.

Abandono

Como o patinho feio que sendo cisne entre os patos, sem saber quem realmente era, sentia-se diferente e era quase sempre rechaçado pelos falsos iguais, eu vivi antes de encontrar você.
Mas, quando nos olhamos pela primeira vez e o impacto do encontro de almas iguais se fez sentir e foi com o tempo se manifestando e trazendo para nós duas a tranquilidade de saber que era possível sermos e nos expressarmos exatamente como éramos, tudo mudou e abriram-se portas para nós. Seguimos depois por caminhos diferentes. Entretanto, sabermos que cisnes existiam acalmou nosso coração que, apesar de participar de outras histórias, sempre bateu com a esperança do reencontro e, finalmente, a paz. E assim se deu num dia inesquecível em que foi possível explodir o amor verdadeiro e, desde então, entrelaçamos nossas almas e deslizamos suavemente no lago azul chumbo da vida, sendo o que somos, felizes, irradiando a luz de oitavas superiores. E o que parecia abandono, a sensação de estar perdido como um extraterrestre, mostrou-se reconhecimento e êxtase.
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Este post faz parte da blogagem coletiva de setembro do Duelos Literários: Abandono.

Abandono

Quantas de nós se abandonam
E já nem sabem ao menos quem são.
Deixaram pelo caminho perdidos
Crenças, sonhos, amores, vocação.
E foram sendo levadas
Pelo que era esperado delas.
Seguiam com a manada
Cegas, sem vontade, acuadas.

Hoje são encarquilhadas na mente.
E no coração em pedaços, sangram.
Viraram frangalhos, robôs dementes.
Enterraram fundo a natureza selvagem, o âmago.

É preciso tentar voltar a ser.
Descobrir quem somos na realidade.
Não há mesmo o que temer
Em se mostrar na sua verdade.
E isso é revitalizante para o corpo:
Voltar a ser animado pela alma liberta.
E, sem amarras, quebrando as defesas, inverter o jogo.
Brincar, fluir, soltar a voz, deixar as janelas abertas.

A mulher selvagem não segue regras simplesmente.
Espontânea e solta, olha para o abjeto com coragem.
Vive o amor, o sexo, solta o espírito, é coerente.
Expressa sua verdadeira natureza, não importa a imagem.
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Este post faz parte da blogagem coletiva de setembro do Duelos Literários: Abandono.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Não sei como acontece e porque,
Às vezes, tudo se complica e escurece.
E desanda, empelota e apodrece,
Deixando marcas difíceis de esquecer.

E o que mais causa espécie é o absurdo
De não se encontrar o responsável,
Embora pareça que somente o imponderável,
Responde por esses ossos duros de roer...

A convivência pode ser algo extenuante,
Se não se atenta para o óbvio a aprender:
Que na relação com seu amante, na verdade,
Você se encontra cara a cara é com você.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sentindo o Inesperado

Meu grande amigo, desde que fiquei sabendo do que está acontecendo com você, só tenho um pensamento: que esteja agora sendo chamado a desenvolver um trabalho mais refinado em outras frentes de assistência, em outras esferas.
Pensei em como me sentiria se estivesse no seu lugar, tentando ter essa vivência. E então, me vi muito triste. Não por receio do que viria depois, mas em virtude da falta de opção na concordância em ir e pela tão súbita convocação.
Refleti e imagino que o tempo irá lhe trazer a compreensão e a calma para viver esse momento tão importante de sua vida. É que já está pronto e precisam de você atuando de forma diferente.
A sua essência, de tanto brilho, compassiva e evoluída, nada teme, lamenta ou fraqueja. É só alinhar-se com ela.
O trabalho que vem desenvolvendo por tantos anos em nosso hospital, tão diferenciado, competente e humanizado, marcou profundamente a vida de todos que um dia foram tratados por você e cada uma dessas pessoas, reflete o sentimento de Amor em sua direção. Existe, nesse momento, um entrelaçamento de auras e sendo assim, você não está sozinho, pode ter certeza.
Estarei a seu lado em pensamento e, se puder ser útil em qualquer circunstância durante esse processo, é só chamar que estarei perto.

E tudo que foi durante sua vida, impresso em nossos corações.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Viver de Luz

Viver de Luz: a fonte de alimento para o novo milênio - Jasmuheen

Na verdade, a base da experiência da autora é a conscientização de que ela é um ser de luz numa vivência material, exatamente como cada um de nós. E, como consequência desse processo, é possível prescindir do alimento material como sustento para a vida.
Então, o livro vai muito além de apresentar e discutir o processo de vinte e um dias para passar a viver de luz. O foco não está em comer ou não comer, nem no que se come e sim trabalhar com o sistema de crenças, realizando um processo de iniciação espiritual, em que se passa a viver em outro nível de vibração energética.
Mostra como integrar os corpos físico, emocional, mental e espiritual para gozar saúde e como a saúde de cada um de nós depende daquilo em que acreditamos, exatamente uma derivação de como a nossa realidade é moldada por nossos pensamentos e nossas crenças.
Fala dos processos de cura, imortalidade, regeneração celular a partir da conexão com nossa divindade interior (o Eu presença) e esclarece que esta realidade de sermos seres ilimitados é a nossa perspectiva para breve. E que há, entre nós, cada vez um maior número de pioneiros que servirão de exemplo, os trabalhadores da luz.
Chama a atenção dos médicos ocidentais para que compreendam que a fonte de energia para o corpo não provém somente do alimento material, mas também da luz solar que alimenta nosso sistema galáctico e do prana que absorvemos na respiração e pela pele. E demonstra que, uma vez que estejamos sintonizados perfeitamente com nossa porção divina, o prana poderá ser nossa única fonte de energia.
Esclarece ainda que é um processo inteiramente pessoal, em que a escolha e a responsabilidade são unicamente daquele que se propõe a fazê-lo e que se sustenta no grau de conexão que estabelece com a sua luz interior, sendo possível, em determinado momento, para uns e não para outros. Também fala que a passagem para viver de luz deve ser progressiva, de acordo com a natureza de cada ser, deixando de comer carne, depois só consumindo alimentos crus, depois só líquidos, até chegar a viver só de prana. E tudo isso interligado com o desenvolvimento espiritual através de meditação e prévio fortalecimento do corpo físico com saúde, condição muscular perfeita e estabilização do peso corporal, além de estabilização emocional e correção de pensamentos (reprogramação mental e reformulação de imagens). Inclusive relata que muitas pessoas que passaram pelo processo dos vinte e um dias com sucesso, experimentando a conscientização de sua natureza espiritual, depois voltaram a ter uma alimentação normal (embora mais cuidadosa), muitas vezes por questões de ordem social.
Enfim, é um excelente livro que nos fala do poder ilimitado da conscientização de nossa natureza espiritual com todos os seus efeitos benéficos, principalmente de aflorar a clarividência, a clariaudiência, trazer leveza para o corpo e a necessidade de menos horas de sono. E sinaliza que, com esse processo, haja a possibilidade de resolver a fome mundial.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Tempo de Esperar

Tormento de uma espera infindável...
Ruminação, na mente, de inesgotáveis pensamentos.
Atalho que mais parece acréscimo no itinerário.
Norte não existe, é melhor soltar-se ao vento.
Sina triste que acompanha as mudanças.
Irritação por já não ser mais e ainda não ser o novo.
Cata-vento que só gira e na velocidade que deve ter,
Anunciando um outro tempo que ainda não chegou.
O melhor é relaxar, deixar acontecer. É doce a espera para quem confiou...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Bem Viva

Voou bem alto perdendo-se no Todo,
Desapegou-se, enfim, da limitação material,
Diluiu-se em rósea atmosfera,
Iluminou-se envolta em amor incondicional
E para sempre integrou-se à eternidade.

Deixou-nos numa tarde que se fez cinzenta,
Embora lá fora o pôr-do-sol fosse belo,
Corações sangrando pela sua ausência,
Desnorteados, tristes, seguimos quebrado o elo
E até hoje a saudade em nós sobrevive.

Mas quem tanto amou nesta vida,
Decerto deve estar muito bem...
O tempo ajuda a cicatrizar as feridas
E abrir o coração deixando entrar luz outra vez.

Então seguimos guardando as lembranças
Cada vez mais vivas, liberadas da dor,
Agradecendo por tê-la na dança da vida
E dedicando a você infinito amor.

domingo, 20 de setembro de 2009

Luz da Esperança

Atravessa a luz rasgando as dores...
Luzindo e desfazendo o negror da noite.
Voando, os pássaros anunciam novo dia,
Ornando o céu com os rabiscos de asas em movimento.
Rodopiam com a brisa suas penas que se soltam e
Atapetam o solo as folhas que caíram na tarde anterior.
Desfez-se o véu da fria madrugada em gotículas de orvalho...
Aparecem os primeiros raios de sol e nos corações, novos amores.

sábado, 19 de setembro de 2009

Fernando Pessoa e suas Certezas

De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que estamos sempre começando, a certeza de que vamos continuar, e a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar; portanto, devemos fazer a interrupção, um novo caminho; da queda, um passo de dança; do medo, uma escada; do sonho, uma ponte; da procura, um encontro.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Intuição

Se existe uma meta a alcançar, a hesitação não passa de um atraso desnecessário numa bifurcação do caminho. Neste caso, a solução chega se chamamos a intuição na hora de escolher uma direção.

Meu Presente dos Céus

Doce presença a guiar nossas vidas.
Esteio macio onde sempre nos apoiamos.
Inesgotável energia, bem usada em prol da família.
Rosto luminoso irradiando luz em nossa casa.
Eixo que harmonizou todos que se acercavam dela.
Palavras certas sempre proferidas nos momentos de dificuldades.
Ouvidos atentos para nossos problemas em todas as horas.
Amor incondicional espalhado por nossos caminhos.
Alimento espiritual disfarçado em receitas inesquecíveis.
Olhar inquieto buscando sempre novos horizontes.
Estímulo que nos fazia alcançar nossa força quando fraquejávamos.
Otimismo diante da vida mesmo nos trechos mais puxados do caminho.
Coragem e decisão que conduziam todo o clã.
Espírito empreendedor representado por suas obras memoráveis.
Compassividade como sua religião atuando através do trabalho.
Responsabilidade e envolvimento total na vida da família.
Presente dos céus para nós, você, minha mãe, que hoje completaria 88 anos,
Deixou para nós saudade e tudo que foi durante sua vida.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Perda

Se você perde algo, isto não representa nada. Se uma vela é apagada, outra chama se acende, inevitavelmente.

Dormir Aqui e Amanhecer em Outro Lugar

Tudo aconteceu de repente, sem que eu tivesse tempo de me acostumar. Ontem eu vivia feliz com a minha família. Hoje acordei e a realidade era outra. Tudo se perdeu. Nem harmonia familiar, nem carreira, trabalho, sonhos, nem tampouco a saúde. Sou outro homem. Acordei com a sensação de estar em outro lugar. Um lugar lúgubre, sem amor, sem esperança. Tudo em que eu acreditava desmoronou. E, tão subitamente, que me encontro ainda tentando afastar os escombros e respirar um pouco o ar que é ainda possível sorver. Uma nuvem de fumaça encobre a paisagem e não me permite enxergar um palmo a distância, apesar de ter sido suficientemente forte para me desenterrar e ver um fio de luz. Sei que ainda há muito a fazer, dificuldades a enfrentar, emoções a deixar de lado até que possa me reerguer outra vez e buscar um caminho. Mas, nesse momento, fraquejo de novo e deixo a cabeça pender vertendo as lágrimas que me permitem lavar o rosto sujo e trazer um pouco de frescor à face e alívio ao coração, agora de pedra. Vou sobreviver, eu sei. Vou caminhar, embora trôpego e sair deste lugar inóspito onde acordei para a vida depois da noite inesquecível em que você me abandonou.


Este post faz parte da blogagem coletiva de setembro do blog Vou de Coletivo!: Dormir Aqui e Amanhecer em Outro Lugar.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Angústia

Busco uma solução para a angústia que me toma
Quando penso sobre a Vida que aos homens abandona,
Que caminham cegos, tropeçando, sem tentarem entender
O porquê dos acontecimentos, o que devem compreender...

Seguem cometendo injúrias, conspurcando o próprio ser,
Parecendo não notarem que fazem por merecer
Quando logo ali adiante, esbarram numa conduta igual
De outro semelhante insano, fazendo sua vida banal.

Então vem a vontade de imaginar como seria
Dormir nesse lugar e acordar num lugar de fantasia,
Onde fosse a consciência que ditasse o padrão
De comportamento do homem, em cada importante ação.

Entenderiam, finalmente, que não existe lugar
Para seres egoístas que só pensam em lucrar.
Já que somos todos iguais e estamos ligados em rede,
Compaixão seria a regra e não só matar a própria sede.

E os homens de poder teriam a retidão de administrar
O dinheiro da nação com respeito e inteligência,
Cuidando e provendo a todos com o que é básico dar:
Educação e trabalho, o resto o povo alcança com diligência.

Não custa sonhar com um lugar assim, tudo parte da imaginação.
Cada um enxergando no outro um semelhante, é pedir demais?
Sentindo-se parte da natureza, integrado a ela e por ela responsável,
O homem expressaria assim o Amor e meu peito não apertaria mais...


Este post faz parte da blogagem coletiva de setembro do blog Vou de Coletivo!: Dormir Aqui e Amanhecer em Outro Lugar.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Feliz Aniversário, Antônio Carlos

Quando você nasceu, já mostrou como seria. Quase não deu tempo para sua mãe chegar à maternidade. Você tinha pressa e não esperou, foi nascendo sem dar muito trabalho e logo mostrou seu rostinho bem talhado e rosadinho para nós. Era uma criança linda, com os traços da sua mãe e o jeito do seu pai. Levado demais, fazia a festa para os seus tios e tias que adoravam você. E era o queridinho da vovó que tinha o mesmo signo natal. Seu avô gostava de pegar você no colo, sempre apaixonado por crianças.
Adolesceu e ficou mais quieto. Logo sua personalidade se manifestou, mistura da mãe e do pai com pitadas de avós e tios. E, perto deles que tanto ama, passou a observar, calar e refletir sobre si mesmo e a vida.
Aprendeu com a vida, refinou seu olhar. As experiências lhe ensinaram e permitiram que mostrasse características marcantes de sua personalidade, bem cedo.
Independência, autodomínio, retidão de caráter, responsabilidade, intuição forte, teimosia, decisão, perseverança se misturaram a um espírito sensível, protetor, amoroso, dócil e inteligente. Experiência e trabalho são fundamentais para você.
E assim segue pela vida, guiado somente pelo que dita sua consciência, a força de sua mente, parecendo não aceitar as opiniões alheias. Mas, no fundo, você reflete, filtra, intui e segue fazendo seu próprio caminho.
Que sua estrada seja segura, florida, rica de experiências e o conduza para o que desejar e for melhor para você, sempre.
Parabéns de sua madrinha que o admira, ama e muito se orgulha de você. Beijos.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Nossas Ações

Quando outra chama se acende numa vela previamente apagada, constatamos que nada se perde no efeito final se retornamos com a mesma ação anterior.

domingo, 13 de setembro de 2009

sábado, 12 de setembro de 2009

Medo do Futuro

O que chamamos medo do futuro não passa de simples hesitação, quando existe mudança de caminho antes de atingir a meta.

Varal

No amplo quintal da casa, balançam ao vento roupas coloridas pregadas ao varal. E quem fica perto sente no rosto os respingos da água que são lançados pelas peças que ainda deixam escorrer a água do enxágüe no chão depois de lavadas, umedecendo a grama que fica então mais verdinha. É coisa bonita de se ver.
Lavar roupas nas casas do interior ou nas zonas mais pobres da cidade é um prazer ainda hoje. Não existe o som monótono e barulhento das máquinas de lavar. O que se ouve são as vozes das mulheres entoando as suas cantigas de saudade e nostalgia pelo estímulo do contato com a água, enquanto ensaboam e esfregam as roupas nas beiras dos rios ou nos tanques das casas. São roupas que elas conhecem, das quais tratam com um desvelo especial. É uma reunião de mulheres onde a conversa corre solta ou são mães e filhas que desnudam as almas enquanto lidam com os afazeres domésticos. É um espaço pleno de aprendizados transmitidos oralmente. As roupas são lavadas em água abundante e colocadas para quarar, ficando mais claras, absorvendo a energia do sol. No pátio aberto, depois de enxaguadas, são espremidas deixando um pouco de umidade ainda. E quando sacudidas molham o chão e as moças que irão pendurá-las e sempre trazem os pregadores presos aos vestidos como broches.
É um ritual de liberdade. É um trabalho de renovação: lavar, retirar a sujeira, enxaguar, receber a energia do sol, secar ao vento, exibir as cores, deixar que dancem, alegremente, balançando presas ao varal. E depois de já secas vão ser recolhidas e encostadas aos peitos das mulheres, pertinho do coração delas, incorporando um quantum de emoção e afeto, tornando mais vivos e abençoados os que irão usá-las depois.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Espera

Estou à deriva. Pensamentos invadem a minha mente e não se fixam. Não há obsessão que, pelo menos, direciona. Há um céu escuro e o mar bravio que joga a embarcação para onde quer. Não há bússola, não há farol, somente imensidão e vazio.
Quero ficar quieta, como quando temos medo de altura e ao atravessarmos uma ponte e nos darmos conta da altitude, nos abaixamos de cócoras no meio do seu trajeto e não há quem consiga nos arrastar dali. O encolhimento e a inércia parecem nos colocar a salvo. Mas, na verdade, é a morte prematura não experienciar o perigo.
Sei o que vem a caminho. Sei o que terei de enfrentar e a angústia da espera faz o fantasma ainda mais aterrorizante. Queria poder abreviar os dias e transpor essa dificuldade que toma grandes proporções por causa da expectativa.
Enquanto aguardo, parece que não consigo fazer nada direito. Os dias parecem nublados, o sol não consegue penetrar na minha alma, nem vem a chuva incessante para lavar de pranto as minhas dores e saudade. Estou alheia à vida. E afasto de minha mente o meu objeto de saudade. É como se relutasse em aceitar a dor da perda definitiva, pois que ultrapassado o tempo do luto, instala-se a ausência definitiva onde as lembranças rareiam e é como se a pessoa amada não mais nos acompanhasse no cotidiano, mesmo em recordação. É isso o que temo, é o que rejeito em aceitar e é o que será marcado com a exumação do corpo de minha mãe, quando se completar o terceiro ano de sua morte. Então terei que olhar para os seus ossos, os restos dos cabelos (que tantas vezes eu penteei e afaguei ao longo da minha vida), a ausência de carne, o reencontro com os despojos e também com a bonequinha que levou nas mãos quando partiu para a eternidade e que tem um significado simbólico tão importante para a família.
E ao olhar a morte de perto, o fim, bem diferente da simples saída do sopro do corpo que cedeu à doença, será impossível deixar de aceitar que ela se foi definitivamente como o ego que me acompanhou nessa vida e que tanto amei e agora é, paradoxalmente, só um espírito.
E assim, para quem a ama, sobreviverá como consciência apenas e lembranças.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Comunicação com os Espíritos

Comunicação com os Espíritos - Linda Georgian

Este livro é interessante porque relata a experiência de pessoas com capacidades mediúnicas e pessoas comuns que tiveram contatos com pessoas que já tinham morrido. O seu objetivo é dar conforto àqueles que perderam entes queridos, afirmando que a vida continua após a morte, só que em outra dimensão. Nos esclarece sobre formas que podemos desenvolver para alcançar a comunicação com os mortos, através de observação e preparação de nossos corpos físico e emocional, a fim de ser possível ultrapassar as barreiras dos nossos cinco sentidos. Mostra ainda como entender a alma em uma dimensão cultural, filosófica e científica. Descreve como outras culturas encaram a morte e como diferentes religiões lidam com ela Demonstra ainda como os xamãs através do contato com ancestrais mortos promovem a cura de doentes. É uma leitura interessante.

domingo, 6 de setembro de 2009

Natureza

Colmeia me lembra ursos.
Doçura almejada e roubada, é certo.
E as abelhas furiosas com seus abusos...
É bom fugir antes que cheguem perto!!!

Estou Lendo...

Mentes Perigosas, de Ana Beatriz Barbosa Silva.
Mulheres que Correm com Lobos, de Clarissa Pinkola Estés.

sábado, 5 de setembro de 2009

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Sobre o Amor

O amor só se realiza plenamente quando, após o deslumbramento inicial em que as expectativas são de receber o melhor, o belo, o delicado e o maravilhoso como únicas possibilidades, encaramos a realidade. Passada a correria na tentativa de se esconder (de si mesmo), podemos ser capazes de olhar a morte subjacente, enxergando e aceitando o que há de pior e, finalmente, fazendo renascer a carne, mas só depois de juntar os ossos num ser reconhecível e passível de ser amado.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Ratos

Eles estão jogados, caídos, subjugados, presos nas ruas, dormindo entre ratos, sonhando com a humanização possível(?).
Meninos perdidos, sujos, sem consciência, manchados com a nódoa das ruas, refletindo toda a sujeira e descaso dos que por eles passam sem os enxergar.
Arrasados, desfalecem sob o sol a pino do verão, em qualquer lugar, e só não irão morrer se forem despertados à força e levados por mãos compassivas, que ainda existem, para a sombra. Porque, no seu declínio de todas as horas, não reconhecem a luz, seu locus é lúgubre eternamente.
Esses meninos vão morrer e não deveriam, tão cedo! Famílias inteiras se desintegram e ocupam as ruas. Eles não se refugiam nas ruas mais desertas, ficam intencionalmente nas ruas principais. Mas não os enxergam! O que esperam da vida? Há vida para eles? O que lhes proporciona o crack? Que lacunas são preenchidas neles?
Será que no barato da droga, no êxtase tão efêmero onde se “integram”, onde naquele instante cada um deles é um com o todo, vale todo o resto do tempo, em que continuam excluídos, à margem, no lixo, dividindo com os ratos o espaço, imitando deles a respiração rápida e superficial que não faz parte da sua própria natureza e que advém do medo?
Eles são feitos ratos. São ratos que fedem, cinzentos, rápidos, fugidios, rechaçados, inspirando medo quando de fato só precisam de proteção.
E se são ratos por estarem assim, então porque os ratos que estão no poder não os veem? Por que não reconhecem sua mesma natureza de ratos, usurpadores do que não lhes pertence e direcionam recursos oriundos dos impostos arrancados covardemente dos trabalhadores para transformar essa triste realidade das ruas?
A quem pertencem esses meninos?
Só os compassivos se ocupam deles que, deslocados, continuam proliferando nas ruas, ameaçando quem passa com a barbárie por efeito das drogas e levando junto aqueles que ainda não se transmutaram em ratos também.
Quem será capaz de proteger-lhes de si mesmos?
Que programa social de verdade pretenderá modificar-lhes o destino realmente?
Não podem ser deixados à deriva simplesmente. Se assim for, arrastarão para o fundo aqueles que se julgam a salvo nos seus lares.
Urge que se faça alguma coisa para reverter essa situação absurda e desumana, senão por amor, ao menos por algo tão humano como o egoísmo, prevenindo o que está certo:
QUE PROLIFEREM CADA VEZ MAIS OS RATOS E TRAGAM A PESTE QUE DIZIMARÁ A TODOS – A PESTE NEGRA DA FALTA DE COMPAIXÃO.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Olhos Negros

Solidão dilacera meu corpo neste momento sem glórias. Tropeço pelo caminho feito de misérias em que sigo como única opção ao desfalecimento definitivo e morte.
Não encontro quem me apoie. Eu tenho que ser meu próprio esteio quando a sentença é olhar a morte cara a cara.
É uma iniciação. É mais uma depois de tantas e não me amedronto. Sei que posso olhar agora o que de mais horroroso se apresentar. Desconheço as máscaras que pretensos salvadores insistem em usar. Não as quero intuir também. É preciso lidar com as personas na forma que tiverem. E apenas ter o conhecimento de que são apenas máscaras.
Procuro na vida o conhecimento puro, aquele que provém da experiência. E devo vivenciar a dualidade de todas as coisas, por mais que isto me custe.
O que é mais difícil é ser subjugada e admitir, na caminhada, trechos que foram repudiados e rejeitados anteriormente e que, em dado momento, se constituem no aprendizado mais valioso. Afinal, faz-se necessário vencer a si mesmo antes de ser aceito como iniciado.
Procuro a natureza real das coisas e neste caso é preciso estar sozinho, ser absolutamente aberto no olhar e não ter medo de ver. Buscar ver, desvendar o que não se mostra, esclarecer o que é dissimulado. É isso o que eu desejo.
E no caminho da descoberta do que é real, imagino que sou apenas dois grandes olhos pretos e perscrutadores.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Metáfora da Rendição

Estrelas se acendem em sequência,
Iluminando o negror do céu sem lua,
Todas as vezes que minha mente pensa
Que naquele momento minha boca é sua.

E o meu corpo aquecido se umedece
Como pétalas orvalhadas na madrugada
Que enfim se mostram. E rejuvenesce
Nas manhãs se abrindo em flor, sua amada.

Como é difícil conceber a minha vida
Sem a certeza de encontrar o seu olhar,
Farol que me protege das tormentas.
Eu que aprendi a me lançar em alto mar...

E então movida pela saudade que castiga,
Sem que exista ainda uma outra forma de chegar,
Peço perdão e rogo a os deuses com essa missiva:
Volte pra mim, meu coração é seu lugar.


Este post faz parte da blogagem coletiva de agosto do Duelos Literários: Cartas de Amor.

domingo, 30 de agosto de 2009

Virtude e Beleza

Ter virtude pode honrar alguém, mas abrir portas para o sucesso, somente se entrar junto a beleza.

sábado, 29 de agosto de 2009

Liberdade

Toda abelha quer ser livre.
Claro que sabe o que é bom.
Sair da colmeia e ter seu arbítrio,
Fazer o mel no seu próprio tom.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Verdade - Clarice Lispector

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Rendição - Clarice Lispector

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Carta de Eliane Sinhasique para Renato Aragão, o Didi

Quinta, 23 de julho de 2008.
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Querido Didi:

Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado do lápis e das etiquetas com meu nome para colar nas correspondências)... Achei que as cartas não deveriam ser endereçadas a mim.

Agora, novamente, você me escreve preocupado por eu não ter atendido as suas solicitações. Diante de sua insistência, me senti na obrigação de parar tudo e te escrever uma resposta.

Não foi por “algum” motivo que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que me levam a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse poderia escrever umas dez páginas sobre esses motivos).

Você diz, em sua última carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em sua formação.

Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse tipo de texto apelativo pode funcionar com muitas pessoas mas, comigo não. Eu não sou Ministra da Educação, não ordeno e nem priorizo as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho a frequentar as salas de aula.

A minha parte eu já venho fazendo desde os 11 anos quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da minha família. Trabalhei muito e, te garanto, trabalho não mata ninguém. Muito pelo contrário, faz bem! Estudei na escola da zona rural, fiz supletivo, estudei a distância e muito antes de ser jornalista e publicitária eu já era uma microempresária.

Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. Os impostos são muito altos! Sem falar dos impostos embutidos em cada alimento, em cada produto ou serviço que preciso comprar para o sustento e sobrevivência da minha família. Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola particular, mensalmente, porque a escola pública não atende com o ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem.

Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais. O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os administradores dessa dinheirama toda não têm a educação como prioridade. Pois a educação tira a subserviência e esse fato, por si só, não interessa aos políticos no poder. Por isso o dinheiro está saindo pelo ralo, estão jogando fora ou aplicando muito mal.

Para você ter uma idéia, na minha cidade, cada alimentação de um presidiário custa para os cofres públicos R$ 3,82 (três reais e oitenta e dois centavos) enquanto que a merenda de uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos)! O governo precisa rever suas prioridades, você não concorda? Você pode ajudar a mudar isso! Não acha? Você diz em sua carta que não dá para aceitar que um brasileiro se torne adulto sem compreender um texto simples ou conseguir fazer uma conta matemática. Concordo com você. É por isso que sua carta não deveria ser endereçada à minha pessoa. Deveria se endereçada ao Presidente da República. Ele é “o cara”. Ele tem a chave do cofre e a vontade política para aplicar os recursos. Eu e mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro lá para que ele faça o que for necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas do país, sem nenhum tipo de distinção ou discriminação. Mas, infelizmente, não é o que acontece...

No último parágrafo da sua carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo que as crianças precisam da “minha” doação, que a “minha” doação faz toda a diferença. Lamento discordar de você, Didi. Com o valor da doação mínima, de R$ 15,00, eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família por um mês ou posso comprar pão para o café da manhã por 10 dias. Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. Minha doação mensal já é muito grande. Se você não sabe, eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que ganho. Isso significa que o governo leva mais de um terço de tudo que eu recebo e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família.

Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que dizer não para quase tudo que meus filhos querem ou precisam? Meu filho de 12 anos quer praticar tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras demais para nosso padrão de vida. Você acha isso justo? Acredito que não. Você é um homem de bom senso e saberá entender os meus motivos para não colaborar com sua campanha pela educação brasileira.

Outra coisa, Didi, mande uma carta para o Presidente pedindo para ele selecionar melhor os ministros e professores das escolas públicas. Só escolher quem, de fato, tem vocação para ser ministro e para o ensino. Melhorar os salários desses profissionais também funciona para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato, a camisa da educação. Peça para ele também fazer escolas de horário integral, escolas em que as crianças possam, além de ler, escrever e fazer contas possa desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso tem sim! Diga para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos.

Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial do Unicef para Crianças Brasileiras e eu vou me despedindo assinando...
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Eliane Sinhasique - Mantenedora Principal dos Dois Filhos que Pari.
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P.S. - Não me mande outra carta pedindo dinheiro. Se você mandar, serei obrigada a ser mal-educada: vou rasgá-la antes de abrir.

P.S.2 - Aos otários que doaram para o Criança Esperança. Fiquem sabendo que as organizações Globo entregam todo o dinheiro arrecadado à UNICEF e recebem um recibo do valor para dedução do seu imposto de renda. Para vocês a Rede Globo anuncia: essa doação não poderá ser deduzida do seu imposto de renda, porque é ela quem o faz.

P.S.3 - E O DINHEIRO DA CPMF QUE PAGAMOS DURANTE 11(ONZE) ANOS? MELHOROU ALGUMA COISA NA EDUCAÇÃO E NA SAÚDE DURANTE ESSES ANOS? BRASILEIROS PATRIOTAS (e feitos de idiotas), DIVULGUEM ESSA REVOLTA...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Defeitos - Clarice Lispector

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Minha Alma - Clarice Lispector

Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.

domingo, 23 de agosto de 2009

Corvos

Eles são corvos
Representantes do mal, ajudantes de bruxas
Seres ignóbeis, camuflados em suas capas pretas
Espreitam e sarcásticos arquitetam
Inéditas formas de corroer as almas do bem.

Eles são corvos
Trazem em si uma peçonha negra
Que se alastra ofensiva minando as energias
Fazem com que nada funcione e tenha nexo
E dispõem e comandam: que paradoxo!

Os corvos são negros
Negros como a noite da alma
Dos que, infelizmente, povoam o mesmo espaço
Enquanto clamam aos céus compaixão:
Que lhes cortem os pescoços duros e impiedosos.

sábado, 22 de agosto de 2009

Versos de Orgulho - Florbela Espanca

O mundo quer-me mal porque ninguém
Tem asas como eu tenho! Porque Deus
Me fez nascer Princesa entre plebeus
Numa torre de orgulho e de desdém!

Porque o meu Reino fica para Além!
Porque trago no olhar os vastos céus,
E os oiros e os clarões são todos meus !
Porque Eu sou Eu e porque Eu sou Alguém !

O mundo! O que é o mundo, ó meu Amor?!
O jardim dos meus versos todo em flor,
A seara dos teus beijos, pão bendito,

Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços…
São os teus braços dentro dos meus braços:
Via Láctea fechando o Infinito!...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A Felicidade e o Sofrimento

A felicidade disse para o sofrimento: quando é que você vai embora para que eu possa finalmente chegar?
Ele deu um passo para trás entre espantado e incrédulo e respondeu que somente gostaria de lembrar-lhe que nada é para sempre.
Mas parece que logo ela, a felicidade, era incapaz de compreender que para estar bem por toda a eternidade basta poder sentir-se feliz enquanto se é capaz de superar o sofrimento.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Conto de Fadas - Florbela Espanca

Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o ungüento
Com que sarei a minha própria dor.

Os meus gestos são ondas de Sorrento…
Trago no nome as letras de uma flor…
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento…

Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é d’oiro, a onda que palpita.

Dou-te comigo o mundo que Deus fez!
- Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A Princesa do conto: “Era uma vez…”

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Curvando-me

Parece inútil a espera
Sei que não é
É que devo aprender a aceitar
Resguardar-me da devastação que o orgulho provoca
Devo curvar-me ainda uma vez
Rir do que me tornei e parecia não ser capaz de atingir
Em meio à estranheza
É que me reconheço ainda mais
A inutilidade só existe para os que não enxergam
Permito-me a expansão por mais que as paredes se espessem
Garanto a minha elevação apesar daquilo que me oprime
Tento buscar sentido no que me parece desprovido de qualquer finalidade

Estou acima porque vivo em espírito.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A Um Moribundo - Florbela Espanca

Não tenhas medo, não! Tranquilamente,
Como adormece a noite pelo Outono,
Fecha os teus olhos, simples, docemente,
Como, à tarde, uma pomba que tem sono…

A cabeça reclina levemente
E os braços deixa-os ir ao abandono,
Como tombam, arfando, ao sol poente,
As asas de uma pomba que tem sono…

O que há depois? Depois?… O azul dos céus?
Um outro mundo? O eterno nada? Deus?
Um abismo? Um castigo? Uma guarida?

Que importa? Que te importa, ó moribundo?
– Seja o que for, será melhor que o mundo!
Tudo será melhor do que esta vida!…

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Corpos da Alma

Corpos da Alma - Chris Griscom

Fala da dimensão espiritual e de como é urgente termos esta consciência de que somos espíritos em uma experiência material. Assegura que, como espíritos, estamos todos ligados. E, dessa forma, pensamentos e sentimentos de uns se entrelaçam com os de outros, desde que haja alguma sintonia.
Mostra que o corpo é a morada da alma que pode se comunicar além do mundo físico.
Apresenta a possibilidade de experienciar vidas passadas através da observação e focalização em partes do corpo físico e sua simbologia.
Propõe que façamos uma expansão de nossa consciência podendo abrir as portas para a dimensão espiritual, contribuindo para a entrada do planeta na oitava superior.
Excelente leitura. Recomendo da mesma autora: “O tempo é uma ilusão”, “Êxtase: a chave da dimensão espiritual”, “A fusão do feminino”, “Ego sem medo” e “Corpo sem idade”.

domingo, 16 de agosto de 2009

Da Minha Janela - Florbela Espanca

Mar alto! Ondas quebradas e vencidas
Num soluçar aflito, murmurado...
Voo de gaivotas, leve, imaculado,
Como neves nos píncaros nascidas!

Sol! Ave a tombar, asas já feridas,
Batendo ainda num arfar pausado...
Ó meu doce poente torturado
Rezo-te em mim, chorando, mãos erguidas!

Meu verso de Samain cheio de graça,
Inda não és clarão já és luar
Um branco lilás que se desfaça!

Amor! Teu coração trago-o no peito...
Pulsa dentro de mim como este mar
Num beijo eterno, assim, nunca desfeito!...

sábado, 15 de agosto de 2009

Incompetência: Regra ou Exceção?

Estou assustada com o que venho observando há alguns anos: a hegemonia da incompetência. E o que é mais grave é que ela é vista como natural. O incompetente de hoje se apresenta de cara lavada, nem tem o cuidado de disfarçar. Aliás, nem é preciso, porque como ultimamente o despreparo grassa, ele certamente estará protegido entre iguais.
Com todos os prejuízos advindos dessa situação para aqueles que trabalham, estudam e se apresentam na vida de forma satisfatória, com o mínimo da competência necessária para atuarem no setor em que exercem suas atividades, é importante que se chame atenção para este fenômeno que domina nosso país.
Em vários locais podemos identificar esta espécie de mal com certa facilidade, seja nas escolas, empresas privadas, estabelecimentos públicos (aí então é facílimo) etc. E o que dizer quando as empresas terceirizam seus serviços e acabamos recebendo em nossas casas pessoas quase completamente despreparadas para executar serviços oferecidos pelo contratado, mas que só têm prática numa ínfima parte do mecanismo. E o que vemos é um atendimento de péssima qualidade, com defeitos freqüentes, já que a base não é consertada, resolvendo o técnico apenas o defeito do momento. E se as visitas se sucedem, a cada vez com um funcionário diferente, se perguntamos a algum deles o que está acontecendo com aquele sistema, ele descaradamente nos fala que não faz a menor idéia, que fez a parte dele e sobre o resto não tem responsabilidade. Como é possível conviver com isto? E como as pessoas que trabalham em empresas assim (como as de telefonia e informática) conseguem exercer suas atividades dessa forma, tão compartimentada e aleatória? É o retrato da incompetência e nenhum deles se espanta se é questionado (e até se irrita com isso) e não quer mesmo ter a consciência daquilo em que se transformou o seu trabalho.
É fato incontestável que hoje, muita gente se habilita a prestar determinado serviço sem possuir as condições mínimas para tal, sem preparo técnico, intelectual ou prático. Como confiar nos serviços contratados? É evidente que qualquer profissional deve ter seu serviço avaliado e, se deixa a desejar, deve ser substituído. Mas, o que é grave em determinadas áreas é que não há escolha. Contam-se nos dedos os profissionais competentes.
Na minha área, infelizmente, o que se vê é a mesma situação. Os serviços de saúde prometem, mas na realidade, por trás dos bastidores, acontecem barbaridades. Sempre houve isso, é certo. Só que agora a freqüência está calamitosa. E o pior é que se em determinado local há pessoas criteriosas, responsáveis, de boa formação profissional, essas é que agora são discriminadas, como se estivessem fora da realidade. O trabalho porco, o ir levando, o descompromisso virou a regra. É claro que há exceções, mas são a cada dia mais raras.
Entretanto, não podemos desanimar, porque o ponto crítico já chegou, já estamos no fundo do poço. Então, agora só resta subir. Aguardemos, pois, a reviravolta, esperançosos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sofrimento e Felicidade

Se lhe parece que a felicidade vai demorar muito a chegar, pense que o sofrimento não ficará para a eternidade. O universo espera somente que você dê o primeiro passo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O Falar

Quando abrir a boca para falar tenha em mente três imagens: flecha, arco e alvo.
Pensando sobre essas coisas, vemos que palavras lançadas ao vento sem objetivo nobre, são oportunidade perdida, são como flecha lançada que jamais volta, e antes que sejam ditas, pense bem, já que o pensamento bem elaborado é o arco que lança a flecha.
Assim mesmo, se a flecha estiver envenenada, isto é, for uma palavra feia, se não expressar um pensamento bem orientado, ficará perdida.

Madre Teresa

Madre Teresa: venha, seja minha luz - Brian Kolodiejchuk

Este livro foi escrito por um padre canadense que conviveu com ela por 20 anos até a sua morte em 1997 e foi o postulador dos processos de beatificação e canonização dela.
O relato é baseado em cartas escritas pela madre aos seus conselheiros espirituais, depoimentos de pessoas que conviveram com ela e várias citações feitas por ela durante a sua vida.
Descreve a fundação da ‘Missionárias da Caridade’ a partir de um ‘chamado’ recebido pela madre em que teve a inspiração de que Jesus lhe dizia ‘venha, seja minha luz’. Desde então dedicou-se a cuidar dos mais pobres dos pobres, primeiro em Calcutá e posteriormente espalhando pelo mundo todo as Casas onde as Irmãs fazem este exercício de compaixão junto aos pobres, levando alegria (reconhecendo Jesus em cada pobre sofredor que recebe seus cuidados) e amor.
Conta toda a trajetória de Madre Teresa, que dizia que se alguma vez viesse a ser santa, seria uma santa da escuridão, estando continuamente ausente do Céu, levando a luz para os que na Terra se encontrassem na escuridão.
Mas essa obra tem o valor especial de relatar o que Madre Teresa escondeu durante toda a sua vida pela grande reverência a Deus e ao Seu trabalho através dela. Conta a escuridão espiritual em que viveu mergulhada por tantos anos em que pôde experimentar o que sentem os mais pobres, entregando-se totalmente para ser usada por Deus, sendo ela própria a luz que era oferecida aos necessitados.
Com seu incansável trabalho, levando o amor de Jesus e a sua luz aos mais pobres dos pobres, deixou uma herança espiritual ao mundo e foi beatificada em 2003.É um livro extraordinário que demonstra que acima de qualquer religião, a linguagem de Madre Teresa é de puro amor, trazendo a consciência da presença do espírito em cada um de nós, o que torna possível um caminho rumo à perfeição.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O Falar

Quando pensarmos em proferir qualquer palavra, antes devemos observar três coisas:
- cada palavra dita é uma oportunidade;
- palavras são como flechas, uma vez lançadas jamais voltam;
- como flecha, palavra que não tem um alvo, um objetivo, fatalmente será perdida.

Poesia

A poesia acontece
Sempre que a alma se veste de festa
E os olhos saem a sorrir por aí

Então surge um não sei quê
Que contagia e assanha a mente
Fazendo fluírem as palavras sem cessar
É um estado mágico, tão diferente
Dá vontade de parar o tempo
Mergulhar no Ser e nunca mais voltar

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O Valor das Palavras

Em relação ao valor das palavras, três coisas devem ser observadas:
1. cada palavra dita é como uma flecha lançada;
2. deve haver um objetivo a ser alcançado, senão será uma oportunidade perdida;
3. uma vez lançadas, elas jamais voltam.

Abraço de Auras

Foi uma surpresa. Sem que eu esperasse, ela correu ao meu encontro, pediu meu colo e me abraçou. Perguntou antes à mãe quem eu era. E ela lhe disse: não se lembra dela?
Eu trabalho com a sua mãe e já nos encontramos uma vez, numa festa de aniversário quando ela era ainda um bebê e a última vez, há mais de um ano quando ela veio com a mãe ao hospital para uma consulta. Lembrou-se de mim, eu acho. E me abraçou, espontaneamente, com tanto carinho que me emocionou. No meu colo, ela me olhou nos olhos, agarrou-se no meu pescoço e encostou sua cabecinha no meu ombro. Ficamos assim um bom tempo e pude sentir a sua respiração e, mais que isso, a sua vibração.
Nunca eu recebi um abraço mais gostoso. Talvez por tratar-se de uma garotinha de três anos. É que eu adoro crianças e elas a mim.
Crianças são assim mesmo, uma delícia. Não fazem nada obrigadas. Deixam-se levar pela emoção. São só espontaneidade.
Não sei o que ela viu em mim. Fui à sua casa buscar uma encomenda. Nem entrei, nos encontramos no jardim, ela veio atrás da mãe e me viu. Talvez ela tenha seguido a sua alma que percebeu e encontrou ressonância na vibração da minha.
Foi isso mesmo: um encontro de auras. Maravilhoso! Inesquecível.