“Se queremos progredir, não devemos repetir a História, mas sim fazermos uma História nova.”
Gandhi
domingo, 8 de março de 2009
Esplendor dos chakras 2002
Eu te amo, régia claridade diante da qual me inclino em adoração, em desejo, em espera de teu movimento para mim e de teu sentimento para comigo. Curvo-me sem erguer os olhos, apenas sentindo fortemente tua presença e em êxtase por imaginar que teu olhar possa voltar-se em minha direção e me perceber. Eu te amo como um vassalo que é só obediência e fidelidade. Eu te amo como uma igual que se impõe pela sedução e altivez. Eu te amo como a criança deseja o colo seguro. Eu te amo como a sabedoria leva a infância pela mão. Eu te amo como a curiosidade observa o novo. Eu te amo sem opção, e se assim não fosse, por ela seria. Eu te amo porque vivo e enquanto viver te preciso. Eu te amo de muitas formas, com todas as minhas formas, profunda e intensamente. Eu te amo porque apenas existo dentro desse amor. Eu te amo por teus olhos, lábios, voz, cabelos, rosto, pelos gestos todos, por teu corpo e como me recebe e se doa, pelas inquietações, dúvidas, certezas, pelos temores infantis, teimosia cega, explicações falseadas, pela ansiedade exógena e tensão congênita, pela busca irrefreável e lacunas exigentes, por tua linda sensibilidade que permeia tudo aquilo que és. Eu te amo simplesmente porque minha alma só conhece a plenitude por ter encontrado a tua.
Noite carmim 2002
Eu te possuo.
Nas noites, nas tardes, nos dias de espera.
Eu te busco louca, rápida, faminta, voluntariosa, possessiva.
Onde estiver, te trago.
Enlaço, enrosco, envolvo, domino, aprisiono.
Com carícias brandas, definitivas e certeiras te curvo ao meu desejo, e eu ao teu. Te beijos apaixonados, revoltados, inconformados, em lágrimas silenciosas às vezes.
Teu rio incessante vem até mim, colorindo-me de angústia e ânsia represada.
Teu corpo clama libertação, explodir um arco-íris de sensações talvez insuportáveis.
E eu te instigo, provoco, sem descanso, perfumando tua pele com o aroma de meu prazer teu, o mais profundo, incansável, infinito prazer, ainda sem tua presença.
Minha língua te prova sob as roupas, te enlouquecendo a vontade, turvando a visão, confundindo os sentidos, nublando o pensamento.
Eu te exausto sem cansar, sem pesar, sem pressa, te exausto de querer e cada vez mais querer.
Sem ter.
Nas noites, nas tardes, nos dias de espera.
Eu te busco louca, rápida, faminta, voluntariosa, possessiva.
Onde estiver, te trago.
Enlaço, enrosco, envolvo, domino, aprisiono.
Com carícias brandas, definitivas e certeiras te curvo ao meu desejo, e eu ao teu. Te beijos apaixonados, revoltados, inconformados, em lágrimas silenciosas às vezes.
Teu rio incessante vem até mim, colorindo-me de angústia e ânsia represada.
Teu corpo clama libertação, explodir um arco-íris de sensações talvez insuportáveis.
E eu te instigo, provoco, sem descanso, perfumando tua pele com o aroma de meu prazer teu, o mais profundo, incansável, infinito prazer, ainda sem tua presença.
Minha língua te prova sob as roupas, te enlouquecendo a vontade, turvando a visão, confundindo os sentidos, nublando o pensamento.
Eu te exausto sem cansar, sem pesar, sem pressa, te exausto de querer e cada vez mais querer.
Sem ter.
Fuga 2002
Não, você não mora em meu coração. Jamais esteve lá, a não ser quando o cruzou para alcançar seu lugar em mim, aquele que se situa mais dentro e profundamente. Sem consciência você o atravessou, fechando a porta sem cuidado, já que existia apenas para você, e se instalou em um onde que eu mesma desconhecia. E foi nesse lugar que sempre busquei você, porque lá pulsava a dor insuportável, o lamento interminável de um amor que se sobrepunha a todas as sensações e acontecimentos. E foi nesse lugar que sempre chorei baixinho, abraçada a você, que também doloria minha ausência. Nesse lugar guardei todas as lembranças, todas as impressões, todas as belezas desse tempo em que desejei você comigo. É nesse lugar que nos encontramos hoje ainda, um lugar que só existe em nossos sonhos e desejo, porque nele estamos sempre, sem partidas, sem distanciamentos, sem beijos de despedida, sem saudade, sem necessidade de acalentar a ausência com as lembranças. Tanto sofro, meu amor, uma saudade infinda que se renova e expande em sua própria dor. É como um veneno escuro que se infiltra em tudo o que sou e me enrijece prisioneira de uma masmorra gélida e silenciosa de angústia envolta no pavor que teme a eternidade. Assim me sinto hoje, assim me sinto sem você, sempre.
Escamotear sempre
Por que será que a melhor forma de lidar com a falência das instituições é escamotear?
Já repararam que atualmente a resposta às dificuldades várias tem sido cada vez mais distrair os interessados com reclamações (não que não sejam justas), reinvidicações, comissões, reuniões e toda sorte de embromações, com o único objetivo de nada resolver, continuar “empurrando com a barriga” e manter seu empreguinho mesmo em tempos de crise?
Pior é que, na verdade, a única crise que ainda não existiu, o que está na base de qualquer crise de última hora, foi a crise de consciência.
Assim é que, em todas as repartições públicas: nas escolas, hospitais, postos de saúde, delegacias etc., aqueles que lá trabalham sabem muito bem quais são os problemas e as diretrizes que têm que ser traçadas para resolvê-los de forma definitiva ou, ao menos, torná-los menores. Mas, na impossibilidade de contarem com os recursos e as decisões negligenciados pelas autoridades (in)competentes nos vários segmentos, há muito tempo e sentindo-se muitas vezes impotentes e já saturados por tentativas frustradas repetidamente ao longo dos anos, passaram, em alguns casos, a assumir os mesmos comportamentos de camuflagem quando, ao invés de se colocarem nas linhas de frente, com os recursos disponíveis (inclusive a sua pessoa e energia) para prestarem os serviços à população (exceto quando for de todo impossível garantir uma atuação digna dentro de sua área de atuação) perdem um tempo precioso em reuniões, formação de comissões, discussões intermináveis que apenas garantem que a incompetência continue se arrastando disfarçada, com os prejuízos dos usuários e a manutenção dos cargos e ganhos destes servidores.
Já repararam que atualmente a resposta às dificuldades várias tem sido cada vez mais distrair os interessados com reclamações (não que não sejam justas), reinvidicações, comissões, reuniões e toda sorte de embromações, com o único objetivo de nada resolver, continuar “empurrando com a barriga” e manter seu empreguinho mesmo em tempos de crise?
Pior é que, na verdade, a única crise que ainda não existiu, o que está na base de qualquer crise de última hora, foi a crise de consciência.
Assim é que, em todas as repartições públicas: nas escolas, hospitais, postos de saúde, delegacias etc., aqueles que lá trabalham sabem muito bem quais são os problemas e as diretrizes que têm que ser traçadas para resolvê-los de forma definitiva ou, ao menos, torná-los menores. Mas, na impossibilidade de contarem com os recursos e as decisões negligenciados pelas autoridades (in)competentes nos vários segmentos, há muito tempo e sentindo-se muitas vezes impotentes e já saturados por tentativas frustradas repetidamente ao longo dos anos, passaram, em alguns casos, a assumir os mesmos comportamentos de camuflagem quando, ao invés de se colocarem nas linhas de frente, com os recursos disponíveis (inclusive a sua pessoa e energia) para prestarem os serviços à população (exceto quando for de todo impossível garantir uma atuação digna dentro de sua área de atuação) perdem um tempo precioso em reuniões, formação de comissões, discussões intermináveis que apenas garantem que a incompetência continue se arrastando disfarçada, com os prejuízos dos usuários e a manutenção dos cargos e ganhos destes servidores.
Comida
Feijão tropeiro, arroz de carreteiro,
Salada crua, berinjela refogada,
Carne ensopada, suflê, macarronada,
Camarão na moranga, frango à parmegiana,
Rosbife, mocotó, ensopado de jiló.
Tem pra todo gosto, pode ficar melhor.
Cozinha variada, mão cheia na receita,
Famosa, elaborada, é a dieta brasileira.
É simples, tradicional, carregada ou regional,
Se o povo é sensual, a comida não faz mal.
Salada crua, berinjela refogada,
Carne ensopada, suflê, macarronada,
Camarão na moranga, frango à parmegiana,
Rosbife, mocotó, ensopado de jiló.
Tem pra todo gosto, pode ficar melhor.
Cozinha variada, mão cheia na receita,
Famosa, elaborada, é a dieta brasileira.
É simples, tradicional, carregada ou regional,
Se o povo é sensual, a comida não faz mal.
Fome
Mas o que fazer
Se o que sobra do banquete
Daria pra conter
A fome desta gente
Que remexe o lixão
Em busca de alimento
Enquanto tantos desperdiçam?
Nem ouvem seu lamento...
Se o que sobra do banquete
Daria pra conter
A fome desta gente
Que remexe o lixão
Em busca de alimento
Enquanto tantos desperdiçam?
Nem ouvem seu lamento...
Distorção
No campo da emoção,
O confuso sentimento é pura traição.
É tanto sofrimento nublando a razão,
Vai cedendo aos apelos...
A moda é imposição.
E assim conflitos com a mãe,
Tão frequentes hoje em dia
Podem acabar em anorexia e bulimia,
Pervertendo o simples pão de cada dia
Na amarga e cruel agonia da guria.
O confuso sentimento é pura traição.
É tanto sofrimento nublando a razão,
Vai cedendo aos apelos...
A moda é imposição.
E assim conflitos com a mãe,
Tão frequentes hoje em dia
Podem acabar em anorexia e bulimia,
Pervertendo o simples pão de cada dia
Na amarga e cruel agonia da guria.
Assinar:
Postagens (Atom)