segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Metáfora da Rendição

Estrelas se acendem em sequência,
Iluminando o negror do céu sem lua,
Todas as vezes que minha mente pensa
Que naquele momento minha boca é sua.

E o meu corpo aquecido se umedece
Como pétalas orvalhadas na madrugada
Que enfim se mostram. E rejuvenesce
Nas manhãs se abrindo em flor, sua amada.

Como é difícil conceber a minha vida
Sem a certeza de encontrar o seu olhar,
Farol que me protege das tormentas.
Eu que aprendi a me lançar em alto mar...

E então movida pela saudade que castiga,
Sem que exista ainda uma outra forma de chegar,
Peço perdão e rogo a os deuses com essa missiva:
Volte pra mim, meu coração é seu lugar.


Este post faz parte da blogagem coletiva de agosto do Duelos Literários: Cartas de Amor.

domingo, 30 de agosto de 2009

Virtude e Beleza

Ter virtude pode honrar alguém, mas abrir portas para o sucesso, somente se entrar junto a beleza.

sábado, 29 de agosto de 2009

Liberdade

Toda abelha quer ser livre.
Claro que sabe o que é bom.
Sair da colmeia e ter seu arbítrio,
Fazer o mel no seu próprio tom.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Verdade - Clarice Lispector

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Rendição - Clarice Lispector

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Carta de Eliane Sinhasique para Renato Aragão, o Didi

Quinta, 23 de julho de 2008.
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Querido Didi:

Há alguns meses você vem me escrevendo pedindo uma doação mensal para enfrentar alguns problemas que comprometem o presente e o futuro de muitas crianças brasileiras. Eu não respondi aos seus apelos (apesar de ter gostado do lápis e das etiquetas com meu nome para colar nas correspondências)... Achei que as cartas não deveriam ser endereçadas a mim.

Agora, novamente, você me escreve preocupado por eu não ter atendido as suas solicitações. Diante de sua insistência, me senti na obrigação de parar tudo e te escrever uma resposta.

Não foi por “algum” motivo que não fiz a doação em dinheiro solicitada por você. São vários os motivos que me levam a não participar de sua campanha altruísta (se eu quisesse poderia escrever umas dez páginas sobre esses motivos).

Você diz, em sua última carta, que enquanto eu a estivesse lendo, uma criança estaria perdendo a chance de se desenvolver e aprender pela falta de investimentos em sua formação.

Didi, não tente me fazer sentir culpada. Essa jogada publicitária eu conheço muito bem. Esse tipo de texto apelativo pode funcionar com muitas pessoas mas, comigo não. Eu não sou Ministra da Educação, não ordeno e nem priorizo as despesas das escolas e nem posso obrigar o filho do vizinho a frequentar as salas de aula.

A minha parte eu já venho fazendo desde os 11 anos quando comecei a trabalhar na roça para ajudar meus pais no sustento da minha família. Trabalhei muito e, te garanto, trabalho não mata ninguém. Muito pelo contrário, faz bem! Estudei na escola da zona rural, fiz supletivo, estudei a distância e muito antes de ser jornalista e publicitária eu já era uma microempresária.

Didi, talvez você não tenha noção do quanto o Governo Federal tira do nosso suor para manter a saúde, a educação, a segurança e tudo o mais que o povo brasileiro precisa. Os impostos são muito altos! Sem falar dos impostos embutidos em cada alimento, em cada produto ou serviço que preciso comprar para o sustento e sobrevivência da minha família. Eu já pago pela educação duas vezes: pago pela educação na escola pública, através dos impostos, e na escola particular, mensalmente, porque a escola pública não atende com o ensino de qualidade que, acredito, meus dois filhos merecem.

Não acho louvável recorrer à sociedade para resolver um problema que nem deveria existir pelo volume de dinheiro arrecadado em nome da educação e de tantos outros problemas sociais. O que está acontecendo, meu caro Didi, é que os administradores dessa dinheirama toda não têm a educação como prioridade. Pois a educação tira a subserviência e esse fato, por si só, não interessa aos políticos no poder. Por isso o dinheiro está saindo pelo ralo, estão jogando fora ou aplicando muito mal.

Para você ter uma idéia, na minha cidade, cada alimentação de um presidiário custa para os cofres públicos R$ 3,82 (três reais e oitenta e dois centavos) enquanto que a merenda de uma criança na escola pública custa R$ 0,20 (vinte centavos)! O governo precisa rever suas prioridades, você não concorda? Você pode ajudar a mudar isso! Não acha? Você diz em sua carta que não dá para aceitar que um brasileiro se torne adulto sem compreender um texto simples ou conseguir fazer uma conta matemática. Concordo com você. É por isso que sua carta não deveria ser endereçada à minha pessoa. Deveria se endereçada ao Presidente da República. Ele é “o cara”. Ele tem a chave do cofre e a vontade política para aplicar os recursos. Eu e mais milhares de pessoas só colocamos o dinheiro lá para que ele faça o que for necessário para melhorar a qualidade de vida das pessoas do país, sem nenhum tipo de distinção ou discriminação. Mas, infelizmente, não é o que acontece...

No último parágrafo da sua carta, mais uma vez, você joga a responsabilidade para cima de mim dizendo que as crianças precisam da “minha” doação, que a “minha” doação faz toda a diferença. Lamento discordar de você, Didi. Com o valor da doação mínima, de R$ 15,00, eu posso comprar 12 quilos de arroz para alimentar minha família por um mês ou posso comprar pão para o café da manhã por 10 dias. Didi, você pode até me chamar de muquirana, não me importo, mas R$ 15,00 eu não vou doar. Minha doação mensal já é muito grande. Se você não sabe, eu faço doações mensais de 27,5% de tudo o que ganho. Isso significa que o governo leva mais de um terço de tudo que eu recebo e posso te garantir que essa grana, se ficasse comigo, seria muito melhor aplicada na qualidade de vida da minha família.

Você sabia que para pagar os impostos eu tenho que dizer não para quase tudo que meus filhos querem ou precisam? Meu filho de 12 anos quer praticar tênis e eu não posso pagar as aulas que são caras demais para nosso padrão de vida. Você acha isso justo? Acredito que não. Você é um homem de bom senso e saberá entender os meus motivos para não colaborar com sua campanha pela educação brasileira.

Outra coisa, Didi, mande uma carta para o Presidente pedindo para ele selecionar melhor os ministros e professores das escolas públicas. Só escolher quem, de fato, tem vocação para ser ministro e para o ensino. Melhorar os salários desses profissionais também funciona para que eles tomem gosto pela profissão e vistam, de fato, a camisa da educação. Peça para ele também fazer escolas de horário integral, escolas em que as crianças possam, além de ler, escrever e fazer contas possa desenvolver dons artísticos, esportivos e habilidades profissionais. Dinheiro para isso tem sim! Diga para ele priorizar a educação e utilizar melhor os recursos.

Bem, você assina suas cartas com o pomposo título de Embaixador Especial do Unicef para Crianças Brasileiras e eu vou me despedindo assinando...
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Eliane Sinhasique - Mantenedora Principal dos Dois Filhos que Pari.
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P.S. - Não me mande outra carta pedindo dinheiro. Se você mandar, serei obrigada a ser mal-educada: vou rasgá-la antes de abrir.

P.S.2 - Aos otários que doaram para o Criança Esperança. Fiquem sabendo que as organizações Globo entregam todo o dinheiro arrecadado à UNICEF e recebem um recibo do valor para dedução do seu imposto de renda. Para vocês a Rede Globo anuncia: essa doação não poderá ser deduzida do seu imposto de renda, porque é ela quem o faz.

P.S.3 - E O DINHEIRO DA CPMF QUE PAGAMOS DURANTE 11(ONZE) ANOS? MELHOROU ALGUMA COISA NA EDUCAÇÃO E NA SAÚDE DURANTE ESSES ANOS? BRASILEIROS PATRIOTAS (e feitos de idiotas), DIVULGUEM ESSA REVOLTA...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Defeitos - Clarice Lispector

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Minha Alma - Clarice Lispector

Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.

domingo, 23 de agosto de 2009

Corvos

Eles são corvos
Representantes do mal, ajudantes de bruxas
Seres ignóbeis, camuflados em suas capas pretas
Espreitam e sarcásticos arquitetam
Inéditas formas de corroer as almas do bem.

Eles são corvos
Trazem em si uma peçonha negra
Que se alastra ofensiva minando as energias
Fazem com que nada funcione e tenha nexo
E dispõem e comandam: que paradoxo!

Os corvos são negros
Negros como a noite da alma
Dos que, infelizmente, povoam o mesmo espaço
Enquanto clamam aos céus compaixão:
Que lhes cortem os pescoços duros e impiedosos.

sábado, 22 de agosto de 2009

Versos de Orgulho - Florbela Espanca

O mundo quer-me mal porque ninguém
Tem asas como eu tenho! Porque Deus
Me fez nascer Princesa entre plebeus
Numa torre de orgulho e de desdém!

Porque o meu Reino fica para Além!
Porque trago no olhar os vastos céus,
E os oiros e os clarões são todos meus !
Porque Eu sou Eu e porque Eu sou Alguém !

O mundo! O que é o mundo, ó meu Amor?!
O jardim dos meus versos todo em flor,
A seara dos teus beijos, pão bendito,

Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços…
São os teus braços dentro dos meus braços:
Via Láctea fechando o Infinito!...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A Felicidade e o Sofrimento

A felicidade disse para o sofrimento: quando é que você vai embora para que eu possa finalmente chegar?
Ele deu um passo para trás entre espantado e incrédulo e respondeu que somente gostaria de lembrar-lhe que nada é para sempre.
Mas parece que logo ela, a felicidade, era incapaz de compreender que para estar bem por toda a eternidade basta poder sentir-se feliz enquanto se é capaz de superar o sofrimento.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Conto de Fadas - Florbela Espanca

Eu trago-te nas mãos o esquecimento
Das horas más que tens vivido, Amor!
E para as tuas chagas o ungüento
Com que sarei a minha própria dor.

Os meus gestos são ondas de Sorrento…
Trago no nome as letras de uma flor…
Foi dos meus olhos garços que um pintor
Tirou a luz para pintar o vento…

Dou-te o que tenho: o astro que dormita,
O manto dos crepúsculos da tarde,
O sol que é d’oiro, a onda que palpita.

Dou-te comigo o mundo que Deus fez!
- Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A Princesa do conto: “Era uma vez…”

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Curvando-me

Parece inútil a espera
Sei que não é
É que devo aprender a aceitar
Resguardar-me da devastação que o orgulho provoca
Devo curvar-me ainda uma vez
Rir do que me tornei e parecia não ser capaz de atingir
Em meio à estranheza
É que me reconheço ainda mais
A inutilidade só existe para os que não enxergam
Permito-me a expansão por mais que as paredes se espessem
Garanto a minha elevação apesar daquilo que me oprime
Tento buscar sentido no que me parece desprovido de qualquer finalidade

Estou acima porque vivo em espírito.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A Um Moribundo - Florbela Espanca

Não tenhas medo, não! Tranquilamente,
Como adormece a noite pelo Outono,
Fecha os teus olhos, simples, docemente,
Como, à tarde, uma pomba que tem sono…

A cabeça reclina levemente
E os braços deixa-os ir ao abandono,
Como tombam, arfando, ao sol poente,
As asas de uma pomba que tem sono…

O que há depois? Depois?… O azul dos céus?
Um outro mundo? O eterno nada? Deus?
Um abismo? Um castigo? Uma guarida?

Que importa? Que te importa, ó moribundo?
– Seja o que for, será melhor que o mundo!
Tudo será melhor do que esta vida!…

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Corpos da Alma

Corpos da Alma - Chris Griscom

Fala da dimensão espiritual e de como é urgente termos esta consciência de que somos espíritos em uma experiência material. Assegura que, como espíritos, estamos todos ligados. E, dessa forma, pensamentos e sentimentos de uns se entrelaçam com os de outros, desde que haja alguma sintonia.
Mostra que o corpo é a morada da alma que pode se comunicar além do mundo físico.
Apresenta a possibilidade de experienciar vidas passadas através da observação e focalização em partes do corpo físico e sua simbologia.
Propõe que façamos uma expansão de nossa consciência podendo abrir as portas para a dimensão espiritual, contribuindo para a entrada do planeta na oitava superior.
Excelente leitura. Recomendo da mesma autora: “O tempo é uma ilusão”, “Êxtase: a chave da dimensão espiritual”, “A fusão do feminino”, “Ego sem medo” e “Corpo sem idade”.

domingo, 16 de agosto de 2009

Da Minha Janela - Florbela Espanca

Mar alto! Ondas quebradas e vencidas
Num soluçar aflito, murmurado...
Voo de gaivotas, leve, imaculado,
Como neves nos píncaros nascidas!

Sol! Ave a tombar, asas já feridas,
Batendo ainda num arfar pausado...
Ó meu doce poente torturado
Rezo-te em mim, chorando, mãos erguidas!

Meu verso de Samain cheio de graça,
Inda não és clarão já és luar
Um branco lilás que se desfaça!

Amor! Teu coração trago-o no peito...
Pulsa dentro de mim como este mar
Num beijo eterno, assim, nunca desfeito!...

sábado, 15 de agosto de 2009

Incompetência: Regra ou Exceção?

Estou assustada com o que venho observando há alguns anos: a hegemonia da incompetência. E o que é mais grave é que ela é vista como natural. O incompetente de hoje se apresenta de cara lavada, nem tem o cuidado de disfarçar. Aliás, nem é preciso, porque como ultimamente o despreparo grassa, ele certamente estará protegido entre iguais.
Com todos os prejuízos advindos dessa situação para aqueles que trabalham, estudam e se apresentam na vida de forma satisfatória, com o mínimo da competência necessária para atuarem no setor em que exercem suas atividades, é importante que se chame atenção para este fenômeno que domina nosso país.
Em vários locais podemos identificar esta espécie de mal com certa facilidade, seja nas escolas, empresas privadas, estabelecimentos públicos (aí então é facílimo) etc. E o que dizer quando as empresas terceirizam seus serviços e acabamos recebendo em nossas casas pessoas quase completamente despreparadas para executar serviços oferecidos pelo contratado, mas que só têm prática numa ínfima parte do mecanismo. E o que vemos é um atendimento de péssima qualidade, com defeitos freqüentes, já que a base não é consertada, resolvendo o técnico apenas o defeito do momento. E se as visitas se sucedem, a cada vez com um funcionário diferente, se perguntamos a algum deles o que está acontecendo com aquele sistema, ele descaradamente nos fala que não faz a menor idéia, que fez a parte dele e sobre o resto não tem responsabilidade. Como é possível conviver com isto? E como as pessoas que trabalham em empresas assim (como as de telefonia e informática) conseguem exercer suas atividades dessa forma, tão compartimentada e aleatória? É o retrato da incompetência e nenhum deles se espanta se é questionado (e até se irrita com isso) e não quer mesmo ter a consciência daquilo em que se transformou o seu trabalho.
É fato incontestável que hoje, muita gente se habilita a prestar determinado serviço sem possuir as condições mínimas para tal, sem preparo técnico, intelectual ou prático. Como confiar nos serviços contratados? É evidente que qualquer profissional deve ter seu serviço avaliado e, se deixa a desejar, deve ser substituído. Mas, o que é grave em determinadas áreas é que não há escolha. Contam-se nos dedos os profissionais competentes.
Na minha área, infelizmente, o que se vê é a mesma situação. Os serviços de saúde prometem, mas na realidade, por trás dos bastidores, acontecem barbaridades. Sempre houve isso, é certo. Só que agora a freqüência está calamitosa. E o pior é que se em determinado local há pessoas criteriosas, responsáveis, de boa formação profissional, essas é que agora são discriminadas, como se estivessem fora da realidade. O trabalho porco, o ir levando, o descompromisso virou a regra. É claro que há exceções, mas são a cada dia mais raras.
Entretanto, não podemos desanimar, porque o ponto crítico já chegou, já estamos no fundo do poço. Então, agora só resta subir. Aguardemos, pois, a reviravolta, esperançosos.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sofrimento e Felicidade

Se lhe parece que a felicidade vai demorar muito a chegar, pense que o sofrimento não ficará para a eternidade. O universo espera somente que você dê o primeiro passo.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O Falar

Quando abrir a boca para falar tenha em mente três imagens: flecha, arco e alvo.
Pensando sobre essas coisas, vemos que palavras lançadas ao vento sem objetivo nobre, são oportunidade perdida, são como flecha lançada que jamais volta, e antes que sejam ditas, pense bem, já que o pensamento bem elaborado é o arco que lança a flecha.
Assim mesmo, se a flecha estiver envenenada, isto é, for uma palavra feia, se não expressar um pensamento bem orientado, ficará perdida.

Madre Teresa

Madre Teresa: venha, seja minha luz - Brian Kolodiejchuk

Este livro foi escrito por um padre canadense que conviveu com ela por 20 anos até a sua morte em 1997 e foi o postulador dos processos de beatificação e canonização dela.
O relato é baseado em cartas escritas pela madre aos seus conselheiros espirituais, depoimentos de pessoas que conviveram com ela e várias citações feitas por ela durante a sua vida.
Descreve a fundação da ‘Missionárias da Caridade’ a partir de um ‘chamado’ recebido pela madre em que teve a inspiração de que Jesus lhe dizia ‘venha, seja minha luz’. Desde então dedicou-se a cuidar dos mais pobres dos pobres, primeiro em Calcutá e posteriormente espalhando pelo mundo todo as Casas onde as Irmãs fazem este exercício de compaixão junto aos pobres, levando alegria (reconhecendo Jesus em cada pobre sofredor que recebe seus cuidados) e amor.
Conta toda a trajetória de Madre Teresa, que dizia que se alguma vez viesse a ser santa, seria uma santa da escuridão, estando continuamente ausente do Céu, levando a luz para os que na Terra se encontrassem na escuridão.
Mas essa obra tem o valor especial de relatar o que Madre Teresa escondeu durante toda a sua vida pela grande reverência a Deus e ao Seu trabalho através dela. Conta a escuridão espiritual em que viveu mergulhada por tantos anos em que pôde experimentar o que sentem os mais pobres, entregando-se totalmente para ser usada por Deus, sendo ela própria a luz que era oferecida aos necessitados.
Com seu incansável trabalho, levando o amor de Jesus e a sua luz aos mais pobres dos pobres, deixou uma herança espiritual ao mundo e foi beatificada em 2003.É um livro extraordinário que demonstra que acima de qualquer religião, a linguagem de Madre Teresa é de puro amor, trazendo a consciência da presença do espírito em cada um de nós, o que torna possível um caminho rumo à perfeição.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O Falar

Quando pensarmos em proferir qualquer palavra, antes devemos observar três coisas:
- cada palavra dita é uma oportunidade;
- palavras são como flechas, uma vez lançadas jamais voltam;
- como flecha, palavra que não tem um alvo, um objetivo, fatalmente será perdida.

Poesia

A poesia acontece
Sempre que a alma se veste de festa
E os olhos saem a sorrir por aí

Então surge um não sei quê
Que contagia e assanha a mente
Fazendo fluírem as palavras sem cessar
É um estado mágico, tão diferente
Dá vontade de parar o tempo
Mergulhar no Ser e nunca mais voltar

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O Valor das Palavras

Em relação ao valor das palavras, três coisas devem ser observadas:
1. cada palavra dita é como uma flecha lançada;
2. deve haver um objetivo a ser alcançado, senão será uma oportunidade perdida;
3. uma vez lançadas, elas jamais voltam.

Abraço de Auras

Foi uma surpresa. Sem que eu esperasse, ela correu ao meu encontro, pediu meu colo e me abraçou. Perguntou antes à mãe quem eu era. E ela lhe disse: não se lembra dela?
Eu trabalho com a sua mãe e já nos encontramos uma vez, numa festa de aniversário quando ela era ainda um bebê e a última vez, há mais de um ano quando ela veio com a mãe ao hospital para uma consulta. Lembrou-se de mim, eu acho. E me abraçou, espontaneamente, com tanto carinho que me emocionou. No meu colo, ela me olhou nos olhos, agarrou-se no meu pescoço e encostou sua cabecinha no meu ombro. Ficamos assim um bom tempo e pude sentir a sua respiração e, mais que isso, a sua vibração.
Nunca eu recebi um abraço mais gostoso. Talvez por tratar-se de uma garotinha de três anos. É que eu adoro crianças e elas a mim.
Crianças são assim mesmo, uma delícia. Não fazem nada obrigadas. Deixam-se levar pela emoção. São só espontaneidade.
Não sei o que ela viu em mim. Fui à sua casa buscar uma encomenda. Nem entrei, nos encontramos no jardim, ela veio atrás da mãe e me viu. Talvez ela tenha seguido a sua alma que percebeu e encontrou ressonância na vibração da minha.
Foi isso mesmo: um encontro de auras. Maravilhoso! Inesquecível.

Estou Lendo...

Madre Teresa: venha, seja minha luz, de Brian Kolodiejchuk.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sobre a Eutanásia

Quando condenamos um médico que participa da ortotanásia, ou seja, que interrompe a vida mantida às custas de aparelhos, deixando que a morte se concretize quando naquele momento não resta nenhuma possibilidade de que a vida se mantenha sem os meios artificiais, o que demonstramos?
Eu me pergunto se o que leva a isto não é uma revolta e um desconsolo com o fato de mesmo o médico ser impotente diante da finitude da vida. E não estaríamos sendo românticos demais ao supormos que o médico sempre pode melhorar as condições de vida de alguém e salvar vidas? Nem sempre é assim. A doença e o sofrimento fazem parte do aprendizado da alma. E só quem vive a realidade dentro de um CTI pode avaliar o sofrimento de doentes terminais. Muitas vezes, os familiares vendo o paciente previamente preparado para a visita, não fazem idéia dos reveses que enfrenta em outros momentos e que só os médicos e a equipe de saúde testemunham. É justo que tenham a opção de terem seus sofrimentos cessados.
Não se pode decidir sobre o tempo de vida de ninguém. Só o numinoso tem esta resposta. E o médico que movido pela compaixão cria um carma com o paciente que ajuda a morrer devia ser respeitado, louvado e não condenado sumariamente.

domingo, 9 de agosto de 2009

Selo MasterBlog


Recebi o selo MasterBlog do Duelos Literários e agradeço a indicação.
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Tenho as seguintes características:
1. Apreço pela verdade.
2. Mania de observar as pessoas.
3. Busca constante de aprendizados.
4. Certeza de que só as mudanças enriquecem.
5. Usar as letras de forma terapêutica para mim e para os outros, sendo assim, muitas vezes meu remédio é amargo.
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Indico os seguintes blogs:
1. Duelos Literários
3. Adir Vieira - Quero que Você Leia
4. Jorge Queiroz da Silva - Fazendo Arte
5. Fatinha - Querido Brógui
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O recebimento do selo inclui as seguintes regras:
1. Postar o selo.
2. Colocar no seu post o nome do blog que te indicou ao prêmio.
3. Escrever uma mensagem de agradecimento ao blogueiro que te indicou.
4. Abaixo do selo descrever 5 características suas.
5. Indicar o prêmio a 5 ou mais blogs para receber o selo.

Pelo Dia dos Pais

Hoje é dia de recordar, de reavaliar, de agradecer pelo que antes não tinha compreensão para alcançar ainda e me foi dado com carinho sem que eu me desse conta.
E o que me vem à mente nesse momento é sua expressão serena, seus longos silêncios, seus olhos que tudo observavam sem que se percebesse, quando pareciam somente mirar o que estava longe.
Recordo-me das histórias que gostava de contar aos filhos, sempre à noite. Eram fatos acontecidos na fazenda em que nasceu e passou a infância e a juventude até vir de Passa-Quatro para o Rio de Janeiro e que, por terem as assombrações como tema principal, nos enchiam de medo. E ele adorava rir de nós que, assim desprotegidos, pedíamos a ele que nos fizesse companhia até que conseguíssemos, depois de tanto terror, pegar no sono.
Sua natureza contemplativa fazia com que preferisse a solidão e muitas vezes isso foi confundido com desatenção e distanciamento. Mas, na realidade, ele sempre esteve bem perto de todos nós, ainda que só tenhamos tido essa certeza quando nos deixou.

Existe um certo alvoroço hoje, dia em que se comemora o dia dos pais, e fico pensando que a mais justa e singela homenagem seria parar tudo e, com calma, olhar para eles podendo percebê-los em sua totalidade. Assim, poderiam ser descobertos em muitos aspectos ainda insuspeitados, antes que fosse tarde demais para amá-los plenamente.

Mando Notícias

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Escrevo-te somente após tanto tempo, não porque só agora me lembre de ti. Antes, recordo-me por quantas vezes tive que, a força, segurar o ímpeto de enviar-te muitas outras cartas que te escrevia apenas em minha mente, dizendo do meu amor.
Não, não estive afastada de ti, embora seja o que decerto te pareça.
O que ocorre é que me debati até agora em dúvidas de como estarias e como ficarias após teres notícias do meu amor que permaneceu inalterado, melhor dizê-lo, crescendo exponencialmente com o passar dos dias de tua ausência.
Pensava em ti, como ainda penso em todos os momentos. Imaginava-te pensando em mim, certa do meu amor e eu com a certeza do teu. Mas, como ousar e enviar-te uma só palavra que poderia, se eu estivesse enganada, despertar em ti qualquer rejeição ao meu amor? Afinal, quem ama teima em oscilar entre dúvidas e certezas, mesmo sabendo que se há amor, ele é certo.
Entretanto, aquele que ama como eu amo, não suporta a rejeição que o faz, ante essa possibilidade, preferir a própria morte.
E assim, covarde diante da incerteza do que ainda nutres por mim em teu coração, me deixei ficar em silêncio...
Até este momento supremo em que a vontade de gritar-te, mesmo que só por mais uma vez que te amo ainda, foi maior que o meu temor pelo teu silêncio.
E somente tenho uma coisa a dizer-te: que ainda te amo e te quero de volta para viver esse nosso amor do qual estou certa de que não te esqueceste.
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Este post faz parte da blogagem coletiva de agosto do blog Vou de Coletivo!:
Uma Carta de Amor.
E da blogagem coletiva de agosto do Duelos Literários: Cartas de Amor.

sábado, 8 de agosto de 2009

Feliz Aniversário, Lilinha!

Ela é a irmã mais velha numa família de oito irmãos, o braço direito da mãe. Veio com o Destino 2 na Numerologia e, desde cedo, ficou ao lado da mãe cuidando dos irmãos mais e da casa.
Sempre foi diferente, já demonstrava isso na letra, que eu sempre achei linda, exatamente por ter um padrão individualíssimo. Quando criança, adorava rir e o irmão mais velho que ela, o brincalhão, era a sua principal motivação. De natureza delicada e refinada, gostaria de fazer tudo com calma e esmero. Mas a vida quis que ela desenvolvesse a capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo. Conservou a meticulosidade e, para ter eficiência, sofreu as consequências do estresse. Sempre trabalhou muito em casa e, logo cedo, na fábrica Klabin, onde seu trabalho perfeito logo conquistou os diretores que muito a prezavam.
É a minha madrinha e dela tenho as melhores recordações da infância. Usava todo o seu salário para ajudar nas despesas da casa e comprar o que fosse necessário para os irmãos e sobrinhos. Gostava de me comprar roupas na manufatura Rio, ligada à fábrica, que escolhia com todo o carinho e instinto maternal. Quando eu ainda era bebê, ela também me ninava cantando Balada Triste, revezando com minha mãe. Certamente que devo as duas, meu gosto por cantar. Trazia da biblioteca do trabalho, pesados volumes infanto-juvenis, de autores clássicos para eu ler nos fins-de-semana. Levava a mim e ao meu irmão mais novo às festas de Natal da fábrica, onde recebíamos belos presentes todos os anos.
Era ela quem ajudava a dar banho e arrumar os irmãos. Aprendeu muito cedo a ser mãe e, por natureza, gostava desse papel. Sempre foi muito carinhosa com os pequenos. Mas se irrita diante da pressa, da autoridade, de regras, ela que é leonina.
Quando fui fazer o vestibular, saiu comigo para me inscrever no cursinho e na faculdade, junto com minha mãe, era quem me aconselhava nos momentos mais difíceis. E foi graças a ela que eu não me desliguei já no último ano do curso, por ser totalmente contrária a procedimentos realizados a título de estudo científico em pacientes de hospitais universitários. Ela me alertou de que para poder fazer medicina do meu jeito, era preciso, antes, me formar e assim eu fui até o fim.
De inteligência brilhante, o seu sonho era estudar Medicina, mas as condições da família na sua época não permitiram e teve que encerrar os estudos no fim do colegial para ir trabalhar. Mesmo assim entrou para a Cultura Inglesa onde, estudando à noite, completou o longo curso.
Sempre adorou estudar e ler. Lia muito e também escrevia. Eu sempre adorei ler seus textos, de uma clareza impressionante, aliada ao romantismo sempre presente em sua vida.
No trabalho, conheceu o grande amor de sua vida, com quem se casou aos 30 anos. Veio morar perto de nossa casa e, com saudade, ficava dando adeus pela janela do apartamento, de onde podia enxergar nossa casa. Nunca deixou de ter saudade da vida que levava na casa cheia e barulhenta, mas passou a apreciar a vida a dois, silenciosa e romântica. Continuou a trabalhar por alguns anos, mas acabou deixando o emprego quando ficou grávida. Queria ter seus filhos, mas a vida tinha para ela outros planos. Assim, tentou por quatro vezes sem sucesso, o que marcou profundamente sua vida. Foram anos de tentativas e, até entender que não era para ter seus próprios filhos, teve que superar muita mágoa e ressentimento. Seu caminho era transcender questões pessoais, e foi uma empresa penosa.
Afinal, compreendeu que a vocação para mãe ela viveu e poderá viver por toda a sua vida através de filhos gerados por outras pessoas. Nisso ela se superou.
Os sobrinhos que vieram depois se beneficiaram de seu carinho imenso. Era ela que dava banho neles, fazendo com a espuma do sabonete “bonequinhos de neve” em demoradas brincadeiras. Ela os penteava, arrumava para a escola, os levava e trazia de volta pra casa. Nas festinhas de aniversário e da escola esteve sempre presente e é madrinha de alguns. Mas sempre ficou a saudade de seus próprios filhos. É difícil para ela aceitar o fato de ter-se preparado tantas vezes para a maternidade e ter sido frustrada. Este entendimento exige muito de quem passa por esta vivencia.
Agora, com os sobrinhos criados, vive uma vida mais tranquila ao lado de seu amor, de quem cuida com enorme desvelo, ela que nasceu para cuidar e se dedicar aos outros.
Na família, talvez seja ela a mais lúcida, a mais realista, a mais preparada para lidar com a vida e as perdas.
Todos nós temos muito a lhe agradecer, eu em especial, sobretudo pelos belos momentos da infância proporcionados por ela e a inspiração e as trocas na maturidade.
Aprendi muito da vida com ela, cujas vivências me trouxeram a necessidade de buscar explicações para os acontecimentos trazidos pelo destino, me encaminhando para os estudos esotéricos. Sempre foram muito interessantes e proveitosas as nossas discussões sobre vida e espiritualidade.
Agradeço a ela por tudo que representa em minha vida e desejo que possa desenvolver a capacidade de dedicar todo o carinho, cuidado e atenção que tem com aqueles que ama profundamente para si mesma. Tenho certeza de que ainda viverá calmamente seus dias escrevendo, estudando, dividindo suas impressões sobre a vida, mas fazendo muitos mimos a si mesma e sendo muito mais feliz.

Xô, Medo de Cachorro!

Não sei o que acontece comigo
Que nem dá pra me segurar.
Se avisto um cachorro na rua:
Cruz-credo! Parece que vou desmaiar.

É um medo que me pelo,
É tortura sem razão.
Acho que ele vai me morder,
Que não tenho salvação.

Mas eu devo perceber, qualquer dia,
Que nem todo cachorro é ruim.
É que esse pavor já virou mania
E não dá mais pra ficar assim.

Vou entender que existem medos
Que vivem na nossa imaginação.
E pra poder voltar a ter sossego,
Só mesmo usando a mágica do balão.

Botamos num saco todo pensamento
Que causa muito, muito medo na gente.
Mandamos num balão o saco pro firmamento
E assim todo mundo fica feliz e contente.

E quando o medo vai embora,
A gente pode perceber, devagarzinho,
Que o cachorrinho correndo lá fora
Agora já pode ser nosso amiguinho.


Poesia composta para um blog infantil.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Saúde, Dinheiro e Caráter

Saúde é tudo. Dinheiro sem ela não vale nada. Mas, se fica perdido quando é perdida uma dessas duas coisas, seu caráter não é firme. E, de fato você não tem nada.

Bosque das Ilusões

Caminho pelos bosques dessa vida
Enredado nos caminhos tortuosos, obscurecidos
Pela densa bruma da visão encoberta
Da capacidade de não enxergar o que não quero.

E assim não me ressinto com a surpresa
De num galope mais ousado,
Montando o cavalo branco das oportunidades
Que se insinuam apenas em minha fantasia,
Em queda livre ser arremessado longe...

Caído, inerte, pronto para um sono profundo
Que ainda que não eterno, ao menos me permita
Perder-me em novos sonhos plenos de realizações.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Caráter

O que será mais precioso nessa existência? Muitos dirão que é a saúde. Os mais afoitos gritarão que é o dinheiro. De que valerá o dinheiro se a saúde for perdida? Mas, se o dinheiro for perdido subitamente, também a saúde não será abalada? Dirão os mais sensatos: o que existe de mais importante é o caráter. Este sim nos valerá para lidarmos com a mudança que é a única certeza dessa vida, quando somos realmente testados, trazendo a sensação de tudo ou nada.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O Que Realmente Importa

Saúde é tudo? E se for perdida? Restará o caráter? E se até este resvalar quando o dinheiro for perdido? Não sobrará nada? Ficará o que realmente importa: a experiência e como fazemos nossas escolhas e aprendemos com os erros.

Feliz Aniversário, Lúcia!

Você tem uma personalidade solar. Leonina típica, regida pelo astro-rei, mostra como características: o gosto pela exposição, a clareza, a espontaneidade, a capacidade de ação, a extroversão , a emotividade e a franqueza.
É impossível não se manifestar com relação ao que toca a sua emoção e, muitas vezes, as consequências podem não ser boas. Mas você prefere isto a se omitir em alguma situação.
É luminosa e o seu calor enche o ambiente, mesmo que você consiga ficar quieta no seu canto.
Busca o progresso e a excelência naquilo que faz, guiando-se sempre pelos mais altos padrões.
Não suporta as injustiças e se coloca contra elas sempre que possível.
Gosta de liderar, tem capacidade para isso e, sabendo lidar bem com o poder, é uma chefe magnânima, importando-se com o bem-estar de seus subordinados. Quer viver bem, com conforto e prazer e deseja estender isto às outras pessoas.
Entrega-se a quem ama, dedica-se e tem clareza suficiente para aceitar o fim de um relacionamento com respeito pelo outro, mantendo para sempre a amizade.
Desejaria que a vida fosse uma festa. É ótima anfitriã, adora gente e, melhor do que ninguém organiza festas e comemorações para seus amigos.
Como filha foi exemplar, amorosa com o pai, tão parecido com você e com a mãe, a quem dispensou todos os cuidados possíveis. É protetora e generosa para toda a família.
O amarelo é sua cor preferida. Talvez por isso adora ouro, mas seus maiores tesouros são seus filhos, que criou para o mundo, dando-lhes toda a liberdade que sempre desejou e teve dos seus pais.
Trabalha incansavelmente, mas não dispensa o lazer, as artes e o relacionamento com seus amigos.
Tem grande apego à vida, é alegre e não se deixa atrair tanto pelo abstrato. De pensar sobre a morte quer distância. Seu prazer está no aqui e agora.
Assim, contagia a todos nós, seus amigos, com sua alegria esfuziante que se justifica pelo simples fato de estar viva e aqui nesse mundo que adora.

Que o seu aniversário seja repleto de alegrias ao lado daqueles que você ama e acrescente a sabedoria alcançada em mais este ano de experiências.
Abraços e beijos. Felicidades!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Roda da Existência

Na vida, continuamente ocorrerá a mudança; é o tudo ou nada se manifestando. Ora o dinheiro é perdido, ora é a saúde que falta. Não importa o que se perca, um caráter firme aguentará os reveses até que venha a abundância outra vez. É a eterna oscilação da roda da existência.

Reencarnação

Reencarnação: reivindicando o seu passado, criando o seu futuro - Lynn Elwell Sparrow

Livro excelente que coloca a reencarnação como instrumento a possibilitar o crescimento pessoal e espiritual, indo além dos conceitos filosóficos e teológicos.
A autora se baseia na obra de Edgar Cayce, um dos maiores médiuns do mundo.
Aborda a filosofia da reencarnação. Apresenta as leis do carma (lei da continuação, das consequências, do retorno positivo e do equilíbrio). Mostra como usar e despertar as memórias de vidas passadas para o autoconhecimento e aprimoramento da alma. Fala das possibilidades de conhecer as vidas passadas, seja através de leituras mediúnicas, regressão por hipnose ou por caminhos não hipnóticos como imaginação criativa, meditação ou devaneios. Acrescenta ainda o acesso através do déjà vu, dos sonhos ou mesmo observação cuidadosa de experiências da vida diária.
Mas, o aspecto mais interessante da sua obra é chamar a atenção para a consciência de Cristo ou seja, estar aberto para a ‘graça’, que é algo que está impresso na mente profunda de todos nós e pode ser despertado pela vontade e que permite que façamos nossa evolução espiritual através da aceitação da nossa unidade com Deus. Isso permite que alcancemos a harmonia, o equilíbrio fazendo jus à nossa natureza espiritual, através da pura aceitação dessa verdade, não precisando mais alcançar o equilíbrio pelo ensinamento da lei de causa e efeito (carma).

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Liberdade-Limitação

Vindos dos estados mais pobres desse país, onde não tinham pão, mas havia espaço amplo para viver, embora de solo inóspito, chegam os homens que agora trabalham na construção civil. Aqui são confinados diariamente, fazendo um trabalho duro e repetitivo, onde seus sonhos são ceifados pouco a pouco, enquanto constroem prédios com espaços cada vez menores, que também aprisionarão os futuros moradores.
Gostariam de poder ter aqui um lugar só seu, mesmo que pequeno, restringindo aquela liberdade que já experimentaram um dia. Entretanto, a selva de pedra não se destina a quem nela trabalha duro.
Esse homem quer de volta a sua liberdade. Mas, sem recursos para voltar para a sua terra, freqüentemente entrega-se à bebida. Bebe para esquecer, fugir da dura realidade de sua vida agora.
Tenta fazer novas relações aqui. Mas quase sempre esbarra em outro coração magoado pela desilusão e o resultado é uma dor maior.

Tonto, infeliz e preso pelas circunstâncias, cai da construção e estatelado no asfalto, encontra de volta, finalmente, a liberdade por que tanto ansiava.

domingo, 2 de agosto de 2009

Vida Além da Saudade

Lá está a casa firme, com paredes, chão, teto, janelas, portas.
Mas não há você justificando a existência dela.
Há os retratos na estante humanizando a sala.
Porém seu sorriso deixou de aquecer os corações de quem aparece por lá.
Seus óculos ainda descansam sobre a mesa da copa, aposentados.
Porque não mais possuem quem justifique sua utilidade.
A cadeira de balanço, inerte, é a mesma.
Entretanto, há o silêncio no lugar do seu ranger compassado que acompanhava as cantigas de ninar.
A cama simples ainda enfeita o quarto.
E nunca mais foi desmanchada depois da sua ausência.
O jardim ainda existe.
Mas não o solo úmido. E flores já não há.

Há a casa, os móveis, os objetos.
Há os filhos, os netos e bisnetos.
Há vida que sobrevive sem você.
Há tristeza, há saudade, há lembranças.

E, a cada dia existe a alegria retornando para todos nós.
Porque se há tanto amor (e há)
Não existe a morte de quem amamos.

Para Cassinha

Borboletas coloridas
esvoaçam no jardim
beijam flores,
fazem amigas,
elas gostam de ser assim...
Eu sou como as borboletas
não posso viver sozinha
adoro andar por aí
com as minhas amiguinhas.

sábado, 1 de agosto de 2009

Curral Eleitoral

Estrada longa, de medo e desilusão
O desespero dá forças pra seguir
Buscando o sustento longe do terreirão
Deixando um pedaço de vida ali.

Seguem cansados, quase a desmaiar
Lutam com a fome que tenta impedir
Que deixem para trás aquele lugar
Única possibilidade de subsistir.

Cães magros acompanham a tropa.
Trôpega, na guerra contra a miséria
Essa gente tem coragem e procura a resposta
Pro abandono em que deixaram essa terra.

Tantos deixados ao acaso da sorte,
Dos pingos que às vezes caem do céu...
Políticos precisam e mantém a morte
Assegurando um novo mandato de fel.

Porque com esse povo ignorante,
Massa comandada que é deixada ao léu,
Os homens do poder se garantem
Quando os enganam só com um tantinho de mel.

A única saída é a consciência
Que só aflora se existe Educação.
Mas por aqui só temos a experiência
De ver o nosso povo mantido na escuridão.