CESURA PARA CENSURA - por - KBÇAPOETA
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Pode ser meu eu,
Na luz do que sou,
desvelando ser,
revelando ter
Imaginação?
Posso ter meu eu,
Na sombra que fui,
Confessado ser,
Privado de ter
Imagi...
sábado, 12 de setembro de 2009
Medo do Futuro
O que chamamos medo do futuro não passa de simples hesitação, quando existe mudança de caminho antes de atingir a meta.
Varal
No amplo quintal da casa, balançam ao vento roupas coloridas pregadas ao varal. E quem fica perto sente no rosto os respingos da água que são lançados pelas peças que ainda deixam escorrer a água do enxágüe no chão depois de lavadas, umedecendo a grama que fica então mais verdinha. É coisa bonita de se ver.
Lavar roupas nas casas do interior ou nas zonas mais pobres da cidade é um prazer ainda hoje. Não existe o som monótono e barulhento das máquinas de lavar. O que se ouve são as vozes das mulheres entoando as suas cantigas de saudade e nostalgia pelo estímulo do contato com a água, enquanto ensaboam e esfregam as roupas nas beiras dos rios ou nos tanques das casas. São roupas que elas conhecem, das quais tratam com um desvelo especial. É uma reunião de mulheres onde a conversa corre solta ou são mães e filhas que desnudam as almas enquanto lidam com os afazeres domésticos. É um espaço pleno de aprendizados transmitidos oralmente. As roupas são lavadas em água abundante e colocadas para quarar, ficando mais claras, absorvendo a energia do sol. No pátio aberto, depois de enxaguadas, são espremidas deixando um pouco de umidade ainda. E quando sacudidas molham o chão e as moças que irão pendurá-las e sempre trazem os pregadores presos aos vestidos como broches.
É um ritual de liberdade. É um trabalho de renovação: lavar, retirar a sujeira, enxaguar, receber a energia do sol, secar ao vento, exibir as cores, deixar que dancem, alegremente, balançando presas ao varal. E depois de já secas vão ser recolhidas e encostadas aos peitos das mulheres, pertinho do coração delas, incorporando um quantum de emoção e afeto, tornando mais vivos e abençoados os que irão usá-las depois.
Lavar roupas nas casas do interior ou nas zonas mais pobres da cidade é um prazer ainda hoje. Não existe o som monótono e barulhento das máquinas de lavar. O que se ouve são as vozes das mulheres entoando as suas cantigas de saudade e nostalgia pelo estímulo do contato com a água, enquanto ensaboam e esfregam as roupas nas beiras dos rios ou nos tanques das casas. São roupas que elas conhecem, das quais tratam com um desvelo especial. É uma reunião de mulheres onde a conversa corre solta ou são mães e filhas que desnudam as almas enquanto lidam com os afazeres domésticos. É um espaço pleno de aprendizados transmitidos oralmente. As roupas são lavadas em água abundante e colocadas para quarar, ficando mais claras, absorvendo a energia do sol. No pátio aberto, depois de enxaguadas, são espremidas deixando um pouco de umidade ainda. E quando sacudidas molham o chão e as moças que irão pendurá-las e sempre trazem os pregadores presos aos vestidos como broches.
É um ritual de liberdade. É um trabalho de renovação: lavar, retirar a sujeira, enxaguar, receber a energia do sol, secar ao vento, exibir as cores, deixar que dancem, alegremente, balançando presas ao varal. E depois de já secas vão ser recolhidas e encostadas aos peitos das mulheres, pertinho do coração delas, incorporando um quantum de emoção e afeto, tornando mais vivos e abençoados os que irão usá-las depois.
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