segunda-feira, 13 de abril de 2009

Emprego Público

Segunda-feira! Cruz credo!
Não tenho vontade de acordar.
Logo volto praquela gaiola,
Onde, todo dia, eu vou trabalhar.

É que é um lugar nojento:
É só mofo e umidade.
De fora, vem cheiro de lixo
E é palco de iniquidades.

Sempre bate uma depressão,
Quando a semana recomeça.
Fazer um trabalho criativo
É o que menos interessa.

Prossigo tentando fazer
Limonada suíça de limão podre.
Fica difícil de entender
Juntar incompetência, sandice e mente torpe.

É que a administração é tão falha
Que dá nojo e revolta em quem trabalha.
E o que nos mantém neste tédio escabroso,
É mais que necessidade, é consciência do direito do povo.

Então do serviço público não saio.
Morro reclamando até que isto mude.
São quase trinta anos lutando contra o descaso,
Sem acomodação, não cedendo ao crime impune.

Há de um dia aparecer
Gente que nunca se esqueça
Que o melhor no trabalho
É ter qualidade e destreza.

Pois fazendo o que se sabe,
Aquilo que é nossa missão,
A alegria transborda logo,
Aquecendo o nosso coração.

E isso é que leva à saúde,
À alegria e à paz também.
Pois quando trabalhamos de fato
Não estamos fazendo favor a ninguém.

É preciso manter a qualidade,
Ter consciência e amor na profissão.
É a única coisa capaz de ajudar
A reverter tamanha adulteração.