domingo, 15 de março de 2009

Encontro com a Alma

Hoje saí pelo mundo e me esqueci de dizer aonde ia. Sei que sabia aonde devia ir, mas meus passos agora não eram guiados por mim. O que fazer se vou aonde não me levam minhas pernas, e sim uma sensação de ter que ir? Não resisto, mas me sinto perdendo o controle. Tento cada vez mais me soltar e me deixar levar. Às vezes o perfume das flores e o cheiro da umidade em muros de pedras me dizem que já fui dali, que foi um lugar importante para mim e há, agora, ainda o que resgatar. Outras vezes me sinto perdida e penso estar dando voltas, sem rumo. Na vida busco um leme, tempero os dias com trabalho. Fujo talvez de mim mesma. Resisto a esta força que tenta me levar e quanto mais tento, mais me falta energia, mais solta me faço e mais perto fico da minha verdade.
Mas que verdade será esta que a mim não se apresenta, que me dá angústia de buscá-la?
Que verdade é esta que é o prazer da existência, o fim em si mesmo, o objetivo maior?
Por que caminhar cega, trôpega, angustiada?
Por que não romper esta teia que me impede de enxergar bem vivo todo o caminho que eu escolhi um dia e, por isso mesmo, é o mais belo para mim?

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