segunda-feira, 9 de março de 2009

Você gera a sua doença

O que significa a afirmação: “Você gera a sua doença.”?
Quando, como médicos, terapeutas ou amigos de algum doente dizemos a ele que sua doença é criada por ele, esta afirmação costuma causar muita confusão. O que queremos com isto? Como cada um interpreta esta afirmativa?
É preciso deixar bem claro a intenção do terapeuta ao discutir este tema com seus pacientes: 1. o objetivo maior não é criar culpas, desenvolver mágoas ou ressentimentos naquele que apresenta um problema de saúde: a intenção é criar responsabilidade no paciente;
2. responsabilizar-se pela sua doença não significa que você é o único culpado por ela e terá que resolvê-la; significa que ela é dirigida especialmente a você e você terá que se envolver com ela, compreender os seus significados para que, então, possa tentar revertê-la (não desconsiderando, é claro, os fatores genéticos e ambientais);
3. o significado de cada doença (seja ela um quadro agudo, doença arrastada ou doenças graves chamadas “incuráveis”), embora mostre um determinado padrão comum a diferentes pacientes, é específico para cada indivíduo, construído a partir de símbolos próprios (Não despreze os símbolos, analise seus sonhos.);
4. responsabilizar-se por sua doença é tentar compreender que mensagens ela está transmitindo a você (Você é indispensável nesta busca e mesmo que algum terapeuta seja arguto o suficiente para entendê-lo e transmiti-lo a você, a ajuda será pequena, já que o recado é específico para você e você é que deve decifrá-lo.);
5. entender a doença como forma de expressão da sua alma, como um alerta para lembrá-lo de que está se desviando do caminho que escolheu viver, é aceitar que você deve encarar a sua doença de um ponto de vista mais profundo, conversar com “ela”, escutar o que “ela” quer lhe dizer, concentrar-se nela;
6. ter responsabilidade pela sua doença é parar de fugir, de escamotear, de colocar-se como uma vítima e passivamente entregar o “pacote” a algum terapeuta ou a vários deles, para que o livre(m) do grande mal que representa para você;
7. envolver-se com a doença é ver nela uma oportunidade de enxergar-se melhor, de corrigir a rota de sua vida, de legitimar mudanças necessárias que, sem ela, você não conseguiria viabilizar;
8. ter responsabilidade pela sua doença não é ter mais um peso para carregar além do sofrimento que ela já lhe impõe, e sim não delegar a outros menos aptos que você tão grande poder (o de curar sua vida);
9. o terapeuta tem a função de acompanhar o paciente nesse processo de entendimento profundo, ajudando-o a decifrar os significados da doença e atuar tecnicamente tanto na questão diagnóstica quanto terapêutica (Entretanto, se ele se restringir a apenas atuar sobre o paciente usando a técnica sem ajudá-lo a integrar a doença de forma profunda, a doença se perpetuará e a “cura” será transitória.);
10. ter responsabilidade por sua doença é entendê-la para poder efetuar as transformações necessárias para curar-se (Curar-se não é livrar-se da morte que é certa para todos nós. Curar-se é viver bem. Se você está doente, não está vivendo bem. Viver bem é viver do jeito que foi criado para viver e isto só você pode saber.).
É preciso entender que não estamos negando a Medicina Tradicional, mas que valorizamos a necessidade de complementariedade, associando-a a todas as outras formas de abordagem que ativem os mecanismos de autocura, tendo em vista que sem a sua participação toda cura é parcial e impermanente.
É preciso aprofundar-se. Sua doença lhe propõe fazer uma viagem para dentro de si mesmo. Aceite-a.
Num nível profundo todos nós sabemos qual o caminho de nossa cura, só precisamos chegar a este nível. E o caminho para a cura inclui as etapas do diagnóstico clínico-laboratorial e/ou cirúrgico e a terapêutica dirigida para o físico, o psicológico e o mental. Entretanto, quem orquestra os mecanismos de autocura é o self (a supramente) que só é acessada por aqueles que fazem a viagem para dentro de si.
Descubra o seu caminho verdadeiro. Quando descobri-lo, sentirá paz de espírito, sentirá que alguma coisa “encaixou” bem no fundo de você. É para este lugar de paz que sua doença intenciona levá-lo. Aproveite a oportunidade, descubra-se e volte a sentir-se bem, em paz e feliz. Agradeça à sua doença por isto. Depois, mãos à obra, vamos trabalhar. A obra é você mesmo. Cure-se. É simples.

Um comentário:

Anônimo disse...

A medicina tradicional está muito longe de reconhecer que doenças podem ser curadas ou tratadas sem intervenção de medicamentos alopáticos caros ou através de profissionais pouco afeitos à relação médico/paciente. Eu mesma tenho observado isto ao longo de minha vida. Tudo que acontece à minha vida em que as emoções fortes foram acionadas, poderá resultar em efeitos danosos à saúde sem que nossa consciência tome nota disso. Quando o médico diagnosticou hipotiroidismo, levei um choque. Na consulta, tentei dialogar com ele sobre o aparecimento da doença pois, em princípio, apresentei rejeição duplamente: à doença e à conduta médica. O médico não quis me ouvir, dizendo que eu estava fazendo tempestade em copo d’água. “Todo mundo na sua faixa etária usa hormônio”, disse. Mas eu queria saber mais. Qual nada! Em seguida, sem levantar a cabeça do papel, “canetou” hormônio. Senti-me humilhada e até chorei ao retirar-me do consultório. Fora dali, rasguei a receita e me recusava a ingerir o que ele determinara. Esta experiência provou que a homeopatia ainda faz milagres. Ao lado disso, tratei com terapeuta que aplica argila curativa. Durante este tratamento, tive visões sobre a perda de uma pessoa querida, muitos anos atrás. Este fato foi esclarecedor, desencadeante do processo da doença. Hoje, minha tireóide apresenta sinais positivos de captação do iodo, graças ao trabalho dedicado da dra Alba Regina. Muito obrigada!

Comentário por Rosa — 2.1.08 @ 14:14