segunda-feira, 9 de março de 2009

Compreendendo melhor a hipertensão

Antes de mais nada, se você tem pressão alta, é preciso que seja feito o diagnóstico completo do seu caso, considerando a sua totalidade (físico, mental, emocional e espiritual) e não simplesmente iniciar o uso de anti-hipertensivo. Isto é muito importante, já que há casos que podem se corrigidos por procedimentos cirúrgicos (estenose de artéria renal, feocromocitoma, por exemplo) e que, por vezes, são tratados como hipertensão essencial por longos anos. Então é necessário que procure um médico clínico ou cardiologista e faça a avaliação clínica e se submeta aos exames indicados. Então você terá o diagnóstico e uma proposta de tratamento que poderá incluir medicamentos ou não. Você deverá ser acompanhado durante um tempo até que suas doses de remédio (se for o caso) sejam ajustadas e você se sinta bem e depois deverá continuar a ser visto pelo seu médico em intervalos maiores ou em eventuais agravamentos do seu quadro.
Agora que você já foi orientado é importante descobrir porque você desenvolveu hipertensão. A partir daí, como em todas as outras doenças, você deverá perceber qual a mensagem que ela quer dar a você e se empenhar em fazer as transformações necessárias para que este sintoma passe a ser supérfluo na sua vida. Nem sempre, com transformações em nossa personalidade poderemos ficar livres de usar remédios, mas, sem dúvida, diminuiremos a sua necessidade e as eventuais complicações. Somente usando remédios e adotando algumas medidas higienodietéticas será muito mais difícil evitá-las. Então precisamos entender que a pressão aumenta em função do sangue e em função da condição dos vasos sangüíneos, logo estarão implicados no tratamento: a dieta, as atividades físicas, o manejo das emoções, a temperatura ambiental, só para darmos início à investigação.
A pressão arterial expressa o dinamismo da pessoa e como ela se comporta em relação aos obstáculos, aos desafios e aos limites que surgem em sua vida. Sendo assim, é expressão de agressividade reprimida, é autocontrole. Quando fazemos esforço físico, a pressão se eleva porque precisamos de energia. Da mesma forma, se há um conflito, precisamos de energia para resolvê-lo; então a pressão sobe, trazendo mais energia, e esta é consumida durante a resolução do mesmo. Mas, se isto ocorre só na imaginação e de fato nós não confrontamos o conflito, a energia se acumula e vivemos com a pressão elevada, isto é, sob pressão. É necessário, então, que resolvamos nossos conflitos ao invés de escamoteá-los.
Desta forma, é importante que os hipertensos aprendam a lidar com a agressividade, que esta seja canalizada para exercícios físicos supervisionados, iniciativas com maior independência nas atitudes do cotidiano ou verbalizada para permitir escoamento do excesso de energia. É preciso entender que se você possui uma natureza belicosa, combativa, não pode se comportar simplesmente como um cordeirinho para ser aceito, e sim adequar ao momento as suas expressões de raiva, um sentimento que não deve ser reprimido, uma vez que é humano senti-lo, e que representa, ainda, a outra face do medo. Além disso, você pode usar, em casa, quando precisar extravasar a raiva, uma técnica de bioenergética para isto: com um pedaço de mangueira de jardim, golpeie um travesseiro, como se fosse uma reação à pessoa ou situação que lhe faz mal, até sentir que toda a raiva foi eliminada durante esta dramatização, deixando o seu corpo livre daquele excesso de energia perversa.
Com as crescentes dificuldades e obstáculos muitas vezes intransponíveis gerando frustrações tão freqüentes na vida moderna, precisamos administrar esta energia de ação que, se não canalizada adequadamente acabará por alterar a circulação energética ao nível do nosso fígado, trazendo implicações que predispõem a complicações vasculares (acidentes vasculares cerebrais por ira reprimida, por exemplo).
As alterações hormonais representam outro fator que deve ser analisado na hipertensão, sendo a menstruação uma forma do organismo tentar se reequilibrar. Atenção especial deve ser dada às cefaléias que acompanham fases do ciclo menstrual.
Naquelas pessoas com tendência a liderança e independência, quando em seu trabalho precisam se submeter a chefias autoritárias ou vivem em seu casamento qualquer forma de restrição à sua natureza livre, a hipertensão arterial será freqüente se a situação se mantiver por tempo prolongado.
Períodos da vida acompanhados por altos níveis de estresse (perdas de qualquer natureza, desemprego, doença na família, novo emprego, traição etc.), podem ser somatizados com elevação da pressão arterial.
Devemos ainda lembrar que, apesar dos níveis tensionais e da pulsação serem de controle autonômico, é possível, através de técnicas de biofeedback ou meditação interferirmos, ajustando estas funções do nosso corpo. Através de técnicas de meditação podemos atuar sobre o sistema nervoso autônomo através da atenção focada com relaxamento corporal.

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