segunda-feira, 9 de março de 2009

Fibromialgia - Expressão dolorosa da autolimitação

Para você que teve o diagnóstico de fibromialgia cabe uma reflexão sobre o significado desta condição, além de simplesmente adotar as medidas terapêuticas convencionais ou as mais recentemente preconizadas.
Ao olharmos atentamente para o paciente que tem fibromialgia, surpreendemos alguém que sofre dores generalizadas pelo corpo, mais relacionadas aos sítios das couraças psicológicas, que limitam as suas atividades do dia a dia. Este paciente, do ponto de vista corporal, expressa perda de flexibilidade, sendo que seus movimentos perdem a espontaneidade. Dorme mal, por conta das dores principalmente e, ao acordar seu ânimo é pior e, em função de não conseguir descansar, terá durante o dia mais dores e maiores dificuldades no desempenho de suas tarefas. O seu humor será irritável e para não demonstrar agressividade terá que ser emocionalmente contido todo o tempo. Aos poucos sua energia vai sendo espoliada, o que torna seu estado depressivo mais evidente. Ou seja: seus mecanismos internos ditam que é preciso ser contido para não expressar como agressividade a energia de iniciativa que tem e à qual não pode dar vazão. Toda esta energia represada volta-se contra si mesmo, gerando contraturas que denunciam raiva, indignação e revolta depositadas na musculatura. Portanto, esta contenção lhe causa dor, já que sua alma anseia por expressar-se livremente, seja tendo iniciativas nos seus campos prediletos de atuação com liderança e concretização de seus ideais ou tendo outro direcionamento qualquer não perverso para esta energia. A restrição, mesmo que aparentemente venha de fora (algo ou alguém em especial) é sempre auto-imposta. O fato é que esta pessoa não está podendo manifestar sua verdadeira natureza. E não o faz ou porque ainda não tem conhecimento dela, embora possa intuí-la ou porque não sabe que possui forças para reagir e suplantar possíveis obstáculos que se apresentem na sua vida. Esta pessoa precisa compreender e ser auxiliada no sentido de transformar aparentes impedimentos em estímulos para fortalecer suas habilidades e aptidões naturais. Quando esta pessoa se fortalece, não há marido, pai, chefe ou situações de vida que a impeçam de driblar os obstáculos. Ao perseverar na trilha do caminho próprio para ela, a cada conquista mais poderá soltar-se, recuperando a espontaneidade dos movimentos e assim a dor se esvairá e ela poderá voltar a ter luz e brilhar.
Pense bem. Fibromialgia, como diz o próprio nome, denuncia o seguinte: eu me deixo aprisionar, visto uma camisa de força, mas o faço de forma dolorosa, é doloroso me deixar conter, eu não me realizo, mas isto me dói demais. E esta dor me minando as energias e sem objetivo, sem poder seguir o meu próprio caminho, posso encontrar como única alternativa abreviar a minha passagem pela vida. Assim, a depressão pode, ao afetar meu sistema imunológico ao longo do tempo, propiciar o desenvolvimento do câncer, única alternativa que resta para me obrigar a acordar e me transformar ou simplesmente morrer.
Portanto, você que é cheio de energia, que tem objetivos, não permita que por eles não poderem ser canalizados livremente, isto possa, num primeiro momento, ser justificado através da incapacidade que a fibromialgia traz e numa seqüência lógica, pela aniquilação que existe em potencial no câncer. Lute para ser quem você realmente é, mesmo que isto não agrade aos que estão em volta, descubra-se antes. Avalie bem se a melhor opção para manter a harmonia na sua vida é negar-se, estando atento para as conseqüências no futuro.
A vida é uma seqüência de escolhas e estamos aqui para evoluir, para honrar nossa natureza e, se não pudermos expressá-la livremente, o esforço que precisamos fazer para isto servirá para fortalecer nossas características e até mesmo para que as descubramos. A pessoa mais importante da nossa vida somos nós mesmos, o nosso principal compromisso é conosco e nosso maior objetivo é a auto-realização. Não precisamos nem somos obrigados a nada. Escolhemos o que queremos e nos responsabilizamos sempre pelas conseqüências de nossas escolhas. Estar em harmonia consigo mesmo nem sempre implica em grandes realizações: com grande freqüência buscamos algo muito simples, mesmo que aos olhos dos outros pareça ridículo, simplório ou mesmo desprezível. O importante é saber o que nos preenche, o que nos faz felizes e buscar isto e não se contentar com menos do que isto.
É preciso compreender que, em todos os casos, a doença representa um alerta, uma tentativa de traduzir para nós mesmos uma mensagem importante que nos recusamos a enxergar. Se estamos doentes, estamos distanciados do nosso verdadeiro caminho e os sintomas são a luz que sinaliza o desvio e pode nos colocar na rota certa, desde que estejamos atentos e aceitemos parar momentaneamente, analisar o que está acontecendo e corrigir o desvio da rota. E para isto não basta e até atrapalha fazer simplesmente a supressão dos sintomas.

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