segunda-feira, 9 de março de 2009

Seus recursos financeiros e o plano de saúde

Se já precisou ser atendido em alguma unidade de saúde pública, sua experiência pode ter variado bastante - desde frustração, medo, terror, abandono, até satisfação absoluta, alívio e plena confiança. Por outro lado, o atendimento pela rede privada de saúde não é certeza de conforto, pronto-atendimento e, muito menos, de segurança quanto ao melhor encaminhamento que pode ser dado a um caso específico. Existem problemas e eventos gratificantes dos dois lados.
Mas o mais importante é saber que cuidar da saúde não significa, necessariamente, dirigir todos os seus recursos para garantir um plano de saúde. Se você faz isto por buscar segurança num momento em que deverá se encontrar fragilizado, pode não encontrar e mesmo acabar arranjando dores de cabeça hoje. Sem falar que alguns de nós se submetem a inúmeras restrições para poder contratar um plano e ao longo dos anos (principalmente quando muda a faixa etária) não se tornar inadimplente e, por vezes, morrer sem mesmo utilizá-los em muitos de seus direitos, como internações e exames sofisticados. Outros, quando necessitam utilizar os serviços em situações de extrema gravidade, muitas vezes se surpreendem tendo que travar verdadeiras batalhas para serem atendidos e tantas vezes necessitando de ajuda jurídica, sem a qual corriam risco de vida por falta de atendimento, arrependendo-se amargamente por não terem poupado seus recursos de anos para os usarem livremente nesta hora ou mesmo estarem matriculados em algum hospital da rede publica, que certamente os teria acolhido na situação de emergência, ainda que encontrassem dificuldades.
Será que a relativa facilidade de conseguir fazer inúmeros exames justifica tamanho investimento? E quantos destes exames são realmente necessários? E quantos deles ainda trouxeram mais confusão para a elucidação de seu problema médico depois de submetê-los a sofrimentos dispensáveis (tanto físicos quanto emocionais)? Será que cada um de nós não melhoraria muito mais a sua capacidade de reagir às possíveis doenças que surgissem e até mesmo evitá-las se utilizasse seus recursos investindo em auto-conhecimento, lazer, em atividades criativas, lidando com música, dança, artes em geral, viajando ou mesmo podendo proporcionar bens materiais que fariam mais felizes nossos familiares e amigos, o que naturalmente aumentaria nossa auto-estima, poder pessoal, esperança e confiança no futuro, fazendo-nos voltados mais para a saúde do que para a doença?
Com isto não quero dizer que não se deva contratar planos de saúde. É uma opção válida, mas que deve ser bem avaliada e feita de acordo com as reais possibilidades de cada um e sendo encarada como uma das ações envolvidas no cuidado com a saúde, não como a única, indispensável ou mais importante (nunca deixando ainda de exigir que nossos direitos sejam bem explicitados e resguardados no seu uso).

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