segunda-feira, 9 de março de 2009

Para “curar-se” é preciso ter atitude

Se você está com algum problema de saúde, deve prestar muita atenção à sua atitude de agora e a que deve desenvolver no futuro.
Para lidar com sua doença você precisará desenvolver uma atitude otimista, responsável, participativa, diligente, corajosa e, sobretudo, surpreendente.
É claro que, se está doente (principalmente se tem doença crônica), algo na sua atitude precisa ser alterado.
Comece tentando expressar o seu verdadeiro eu; não aquele que você passou a exibir para conquistar a aceitação dos outros ou para se defender deles.
Neste caminho de auto-expressão, o que a sua doença está querendo lhe dizer será de grande ajuda para expor e liberar sua verdadeira natureza.
Responsabilize-se pela sua recuperação. Não entregue o poder para seu médico e/ou terapeuta. Você é o responsável, o terapeuta é o colaborador (muitas vezes imprescindível).
Deixe claro para seu médico quem é você, naquilo em que acredita e o que espera dele.
Não aceite ser tratado como um “caso” pelo seu médico e equipe de saúde. Exponha sua individualidade, fale de suas crenças, de seus desejos e sonhos, da sua família, do seu trabalho, de seus amigos, de seu conceito sobre a doença e a morte. Diga a eles o que, para você, é estar recuperado e o que espera de seu tratamento.
Participe de seu diagnóstico. Opine sobre os exames que quer ou não fazer. Inteire-se de todos os passos a serem seguidos para saber o seu real problema.
Opine sobre o tratamento proposto. Você pode concordar ou não em fazê-lo, ou fazê-lo parcialmente. Também pode ser da sua vontade confiar plenamente no médico e deixar as decisões mais importantes a seu encargo. Você escolhe.
Pergunte sobre abordagens alternativas ao tratamento proposto e sobre esquemas complementares de tratamento.
Não deixe que lhe apresente apenas probabilidades de evolução e se esqueça de assinalar as possibilidades para cada caso. Lembre ao seu médico que você pode estar além das estatísticas, ter uma evolução surpreendente. Você pode ser um paciente excepcional.
Interrogue-o sobre a possibilidade de curas espontâneas no seu caso.
Pergunte sobre orientações que ele lhe aconselha em relação a todos os outros aspectos da vida (alimentação, exercícios, sexo, trabalho, sono, lazer etc.), além do tratamento proposto.
Se você precisar de internação, cuide para que, no hospital, suas necessidades principais para se sentir bem sejam atendidas. Pleiteie vestir-se com suas próprias roupas, trocar a cama de lugar no quarto se for mais agradável, colocar no quarto seus objetos pessoais e coisas que expressem sua personalidade, receber suas visitas e ter ou não acompanhante, principalmente em internações prolongadas.
Discuta com seu médico sobre seu diagnóstico e tratamento, aceitando suas orientações e conhecimento sobre o que você tem, mas pedindo a ele que lhe explique tudo, evitando termos técnicos para sua melhor compreensão. Cuide para que sua vontade seja respeitada, porque a doença é sua e, principalmente, a vida é sua e não dele. Você é quem deve ter o poder de decisão quando houver controvérsias sobre abordagens, a não ser que seja situação de emergência ou situações nas quais você não tem condições de opinar (ainda assim, o parente mais próximo deve participar das decisões).
Lembre-se de que, em relação aos exames que fizer, você tem todo direito de ter acesso aos laudos médicos e pode requisitar aos laboratórios lâminas e blocos de parafina dos materiais biológicos extraídos de você para, se quiser, submetê-los à revisão diagnóstica de outros especialistas.
Não aceite ser explorado em sua doença, receber um diagnóstico com proposta de um determinado tratamento e simplesmente ter que aceitá-lo sem antes tirar todas as suas dúvidas e concordar com ele.
Manifeste para o seu médico a necessidade de integrar aquela sua doença à sua vida naquele exato momento. Peça a ele que lhe ajude nesta tarefa fundamental e complexa.
Respeite o seu médico, confie no seu conhecimento e na sua técnica, procure ouvi-lo com atenção e aceitação. Mas lembre a ele que é você quem deve decidir em determinadas questões e que espera dele não somente sua plena capacidade técnica e conhecimento, mas, principalmente, seu cuidado, seu amor, sua esperança de que você melhore, e seu estímulo.
Não aceite dos profissionais de saúde desamor, arrogância, prepotência, agressividade e hermetismo. Busque profissionais que lhe ofereçam clareza, carinho, segurança e otimismo.
Se você está doente, entenda que você precisa agora parar, se olhar melhor, se descobrir, passar a se respeitar mais, se amar como verdadeiramente é, para poder transformar-se e ficar melhor. É um processo, é um caminho que você deve trilhar. Não se esqueça de pedir ajuda e selecione bem aqueles que quer ter como companhia nesta caminhada.

Um comentário:

Anônimo disse...

É importante ter esse diálogo, mesmo que virtual, no momento em que somos levados à quimioterapia, sem o desejarmos. É possível realizar outro tratamento? Será que grandes laboratórios não têm interesse pela cura do câncer de mama? E os médicos que tratam dessa doença? Será que a medicina continua mercenária, à custa de vidas humanas? Quando teremos, enfim, tratamentos mais humanos? Ou, melhor seria que a prevenção do câncer fosse mais visível na sociedade, que as pessoas pudessem opinar, que a vida fosse mais liberta de sofrimento e dor. “Para isso fomos feitos, para amar e sermos amados…” Gastam-se milhões em tratamento de doenças crônicas; mas pouca atenção é dada à prevenção. Hipócrates, Pai da Medicina, cunhou esta assertiva: “que seja seu alimento seu medicamento; e seu medicamento, seu alimento.” Isto é conhecido há 2000 anos. E a situação da humanidade continua sofrida diante da vida. É urgente buscar nas ciências, todas elas; nas artes, nas filosofias, os diversos caminhos por onde possamos trilhar amenizando os sofrimentos, as tristezas, as depressões do dia-a-dia. Queiramos, ou não, somos filhos do mesmo Pai Eterno, seja lá o nome que você escolher. Portanto, nosso caminho de irmãos deve ser o mesmo. Devemos, então, buscar no outro compreensão, compaixão e solidariedade, em especial, neste momento de dor.

Comentário por Rosa — 1.6.08 @ 17:41