quinta-feira, 12 de março de 2009

Minha Música

Minha sensibilidade é como uma música. E esta música, nem sempre posso cantá-la. Há momentos em que ela soa livre, densa, melodiosa. Nesta hora, todo meu ser vibra, minha alma se eleva e paira sobre mim.
Mas nem sempre é assim. Às vezes sou desafinada e me incomoda esta expressão incompleta, distorcida, incapaz de ser o que é de verdade.
Outras vezes, esta música é parte de um coro e eu me sinto amparada. Ah! Como é delicioso ser junto sendo ainda o que sou!
A minha música pode ser uma balada, pode ser uma marcha - obsessiva marcha que pretende, a todo custo, se impor- e pode ser ainda tão sutil como sinfonia de violinos que vai se infiltrando e se imiscuindo no que de mais profundo existe em alguém.
E esta música, ela é capaz de ser tão branda, tão mansa, que pode fazer dormir uma criança. Pode ser, também, envolvente, enfeitiçar e trazer sob domínio todos os que compartilharem a mesma emoção. Ela pode trazer consolo e pode fazer chorar um ser sensível. Pode festejar, pode ser algazarra ou tão-somente música de fundo.
Mas o fato é que esta música, minha eterna companheira, pode até ser cantada por mim, mas o mais belo som é o que é tirado de mim, roubado por todo aquele que tiver o dom de me fazer vibrar, instrumento que sou.

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