quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Outra Que Não Eu

Cai a tarde de calor opressivo.
Não há vento, a realidade para.
Observo tudo que não muda.
Nenhuma folha se mexe,
Não há pássaros, não há canto.
Há silêncio e tristeza.
Minha paisagem interna é cinzenta.
Vejo o mundo, mas não faço parte dele?

Sinto uma dor profunda
E nem sei qual a razão.
Parece que tudo desabou sobre mim
E que as coisas pesam demais.

Minha cabeça se atordoa
E o que me oprime é a vida
Com toda a sua forte presença.
São as alegrias e as dores.

O que me salvaria eu não consigo ter:
Um distanciamento protetor.
E nada a desejar, nada a esperar.
E não ter medo de nada,
Não sofrer pelas dores alheias,
Não sentir minha própria dor.

Mas, será que isso é viver?
Eu que sou passional,
De natureza viva, quente e mutante?
Como ter serenidade, certeza e calma?


Eu não sou calma nem placidez.
Eu sou barulho, gritos, choros, sorrisos.

Eu sou idiotamente humana demais!

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