terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Depressão

Dor que dilacera meu peito
Como algo que se aprofunda
E que desconheço a natureza.
Que me invade e domina!

Ela talha o meu leite,
Desanda a minha massa,
Sola os meus bolos,
Empelota os meus cremes,
Enfeia os meus pratos,
Queima a minha carne

E torna a minha vida insossa.

Que remédio capaz de curá-la?
Que luz ofuscaria seus dentes que brilham,
Enquanto exibem para mim sua agressividade?
Que força poderia espantar os meus fantasmas?
Que realidade teria o poder de me absorver nessa hora?
O que me despertaria interesse nesse momento?

Como consigo acalmar meus dias?
De que forma eu posso paralisar meus pensamentos
E deixar minha mente como um lago tranquilo
De águas claras e cristalinas?

Devo entender e aceitar os riscos de viver
Como a criança que avança no caminho,
Um pé depois do outro, preparada para o tombo,
Com a certeza de que irá se levantar e seguir sempre.

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