terça-feira, 2 de junho de 2009

O Carrapato

Acordou ainda meio sonado e começou a se coçar.
Coça, coça, não consegue ficar quieto num lugar.
Rodopia pela sala, corre pro quarto também.
Não alcança, não descobre de onde o incômodo vem.
Nunca antes sentira aquilo. Era coisa de endoidar!
Como podia o coitadinho voltar a se aquietar?
É que fato como este não cabia no seu mundo.
Afinal era de estirpe e não um cão vagabundo.

Coça, coça, ele pulava, não parava de rodar.
Procurava no seu pelo, pelo que o ousava perturbar.
Lambia debaixo das patas, roçava o focinho no dorso.
Eis que de uma só investida expulsa o criminoso.
Diante de todos no pátio finalmente se liberta.
Jamais se deixaria sugar, explorar ou sofrer incertas.
Era cachorro de madame, acostumado a bons tratos.
Como admitir permanecer morada de um carrapato?

Um comentário:

Diza disse...

Alba,
Como eu já te disse, vc é genial.
Acho que vc deveria imprimir seus textos todos, por categorias e dar origem a livros como os do Jorge.
Como vc gosta, palpáveis!
Digo o mesmo para tudo o que a Ana faz.
Beijos e parabéns!
Diza