sexta-feira, 13 de março de 2009

Resposta a “Se Minha Criança Sofre...”

Se escrever é terapêutico, o que dizer sobre o que você nos provoca com este texto sobre a dor da nossa criança?
É um convite irrecusável para que olhemos para ela. E todos nós a possuímos, mesmo que tantos não saibam disto. Mas de fato ela está dentro de nós e clama pelo nosso olhar e cuidados.
O seu texto é mágico, é lúdico, comunica-se imediatamente com a criança em nós. Ela é atraída por suas palavras doces, por seu cuidado amorosamente oferecido, seduzida pelo carinho e proteção contidos nas entrelinhas. Hipnoticamente nos deixamos levar e lá estaremos nós outra vez, vivenciando as experiências do passado.
Mergulhamos, em regressão, seja nos fortalecendo enquanto relembramos e revivemos aquilo que foi bom, seja repetindo momentos difíceis (tantas vezes quantas necessárias) com a oportunidade de cura.
É certo que ao lermos este texto mesmo que a mente consciente não entenda (e é até bom mesmo que se distraia), nosso inconsciente vai captar a sua proposta de cura e aceitá-la. A mente inconsciente sabe bem o que fazer para curar nossas feridas, só é preciso ativá-la. E, mesmo sem ter consciência, nossa parte adulta estará lá, ao lado da nossa criança sofrida, cuidando dela, repassando as dores, transformando, ressignificando e promovendo a cura.
E este processo irá se desenvolvendo sem que saibamos, enquanto nos ocupamos de outras tarefas, nos envolvemos com outras pessoas e também enquanto dormimos. E sabe porquê? Porque falando diretamente com a criança, nesse ritmo dos seus versinhos, não haverá resistência... só aceitação. (Espertinha, heim?)
E já que a viagem é bem sucedida, fácil, sem efeitos adversos perceptíveis, uma brincadeira mesmo, nós leitores voltaremos, em busca de novas oportunidades de melhorar.
Será possível, na imaginação, enfrentarmos as bruxas, os dragões, os castelos mal-assombrados, os abismos, as masmorras, os fossos fedorentos habitados por monstros terríveis e tudo mais, porque, no fundo, sabemos que possuímos em nós (sempre) todos os elementos necessários para vencê-los, ainda que estejam adormecidos há muito, muito tempo...

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