sábado, 16 de maio de 2009

Homenagem à Pintora (Therezinha)

Aqui estou eu, procurando encontrar palavras que possam expressar o que gostaria de lhe dizer, mas dificilmente saberei definir e traduzir as emoções proporcionadas por essa sua primeira exposição.
Quando a Vida, por razões que desconhecemos, determinou que ela fosse aqui realizada, senti mais uma vez que nada acontece por acaso.
Por que exposição Adrelírio Rios? Uma homenagem mais que merecida e justa. Ele tinha olho clínico para essas coisas, perscrutou sua alma e apostou na doutora, em verdade, na pintora de almas. E apostou certo.
Esta exposição é muito importante para você que almeja visualizar o futuro através da pintura, expondo suas emoções, alegrias e outros sentimentos, provavelmente até suas decepções. Cada um de nós traz de berço suas vocações (o artista atinge o âmago das pessoas através daquilo que lhe toca mais fundo). Mas lembre-se que a médica não pode abandonar a pintora e a pintora está ligada por Deus à médica.
Agora eu observo as pessoas que aqui estão, algumas como eu, que nada entendem de arte, mas que aqui vieram como um testemunho vivo dos seus primeiros quadros, sem cavaletes, sem telas, sem molduras. Sim, porque nem só com tintas e pincéis se faz uma pintura. Em momentos tão delicados que cada um deles viveu, foram essas mesmas mãos, essa mente poderosa que deixou em cada um a sua marca, na enormidade da fé, no consolo para uma dor, na esperança da cura.
Só pode irradiar muito quem muito possui, e o amor que você semeou mostrou uma realidade feita de sonhos. Esses foram seus primeiros quadros e, sem sombra de dúvida, os mais belos que você pintou. Doutor Adrelírio também deve estar por aqui, aplaudindo de pé a sua aposta acertada.
Pela personalidade, pelo seu amor aos que sofrem, pelo esforço das suas ações, serenidade na dor, caridade com todos, sinceridade nas intenções, bondade nos atos e, sobretudo, indulgência no juízo, fugindo aos devaneios de uma filosofia, você fez da sua alma você mesma, querida e estimada por todos que cruzaram seu luminoso caminho (você soube fazer amigos, você sabe viver).
Se algum dia o desalento invadiu o seu coração e lágrimas rebeldes romperam as represas, você soube ocultar dos companheiros de travessia.
Os seus quadros não retratam apenas o desabafo do seu inconsciente, mas a sua alma que, livre, tenta se manifestar. E nós os admiramos como quem penetra num sonho. Dizer que são lindos, a minha sensibilidade confirma. Em todo este multicolorido eu vejo borboletas esvoaçantes em travessas aventuras que nos transportam ao mundo dos sonhos. E sonhar é viver, pois alguém já disse que há sempre um sonho para ser vivido e há sempre algo para ser sonhado.
E com toda a emoção, quero lhe dizer obrigada por tudo que você fez e faz por mim. Eu sou também um dos seus primeiros quadros.

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