Soldadinhos de chumbo
Passam por mim todos os dias
Pesados, curvados, rijos.
Soldadinhos porque ainda infantis
Apesar da máscara e dos ardis.
Apenas marcham, repetem,
Obsessivos cumprem as ordens, só ordens.
Têm revoltas que abafam no íntimo
Roubando-lhes as energias e o sorriso.
Assim não criam, não se alegram, sofrem,
Apenas marcham e racham o coração
E ampliam as costas e é só solidão.
Soldados de que exército insano?
Recrutas da loucura e reféns do medo,
Enrijecem-se, apagam a candura
E continuam desfilando sua tristeza todos os dias,
Permanecem ainda soldadinhos de chumbo.
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