domingo, 4 de novembro de 2012

Justa Medida


A abóbada do mundo resplandece...
Salpicado de prata o negro céu!
Enquanto no meu coração acontece
Explosão de amor se retirado o véu.

Porque a coisa mais linda nessa vida
É aprender e para sempre aprender.
Nada se move sem justo motivo...
O destino do homem é compreender.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Os Mortos Já Morreram

Os mortos já morreram!
E nós, o que fazemos aqui parados?
Deixando que os absurdos
continuem acontecendo e calados!

Os mortos já morreram!
Eles já se foram, aliviados!
E nós, o que estamos esperando?
Que morram os acomodados!!!


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Semente


Semente que espera pelo sol
Suspiro que intuiu a eternidade
Mente que transcende a morte
Algo em mim anseia por unir-se ao Todo.

Compasso de Espera

Há momentos na vida em que só nos resta esperar que as coisas aconteçam. É como se fosse mandatório ficar boiando, sob um sol escaldante, sendo levado para onde tiver de ser. Nessas horas, não adianta querer apressar os acontecimentos, mas apenas observá-los, sem espernear se eles parecem estar saindo do nosso controle e diferente do que esperávamos. Nada disso. O que resolve é relaxar e, se possível, não imaginar as etapas que levam ao sonhado objetivo. É que o tempo que para nós parece inútil, na verdade é imprescindível para que tudo ao nosso redor se acomode, para estar de acordo com a nova realidade que virá. É preciso então ter calma e, sobretudo, confiar sempre na sabedoria da vida com as leis que a regem.


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Arapuca

 
 
Recebi um telefonema, em plena segunda-feira, logo cedo, e fiquei estarrecida quando depois de desligar pensei sobre o ocorrido.
A conversa foi curta, como todas as outras ligações de telemarketing que recebo diariamente, se fico em casa e que procuro responder com educação, brevidade e paciência (ainda me resta um pouco). Tratava-se de uma funcionária do Bradesco que depois de dizer que queria falar comigo, dizendo meu nome completo, me informou que eu tinha direito a um crédito X no banco e antes que ela continuasse, eu lhe disse que não era correntista do Bradesco, ao que ela respondeu que como eu era funcionária pública, tinham uma planilha com a minha margem de consignação (como têm de todos os funcionários públicos). Então falei que não estava interessada em empréstimos, nem em me tornar correntista do Bradesco. Sabem qual foi sua fala de volta? "A senhora gostaria de anotar meu número, caso precise em outra ocasião?" Respondi que não, agradeci e desliguei.
Aí é que caiu a ficha e identifiquei a arapuca que deve ser engendrada com a assessoria de profissionais peritos em propaganda e marketing, portanto bastante afinados com os pontos fracos humanos, reconhecendo os momentos propícios para darem o bote. E não me chamem de paranóica nem de teórica da conspiração. Mas identifiquei prontamente o planinho:
É que sou recém-aposentada de uma das matrículas e assim me consideram já na categoria dos aposentados.E afinal, somos pássaros, de agora em diante livres, ganhando bem menos do que quando na ativa, talvez com uma crise de ego que bem poderá ser resolvida com um consumismo exagerado, até porque ficamos assanhados por ter mais tempo livre. Ou estamos mesmo na pior, por conta de já ganharmos pouco e agora, menos ainda  e sermos então presas fáceis para um empréstimo que vai aliviar a situação, temporariamente, e depois, nos encalacrar de vez. Enfim, investir nesse segmento é bom negócio, certamente.
Fico imaginando quantas pessoas não caem nessa esparrela! Ih! Tô aposentada mesmo!
É ou não uma arapuca? Devia ser proibido entrarem assim na nossa casa. E ainda rogam praga pra gente precisar pedir dinheiro emprestado num futuro próximo! Será que tô paranóica mesmo?


Aprendizagem

Os relacionamentos estão em nossa vida a título de aprendizagem.
E há forma de aprender mais efetiva que através do amor?
Na vida, cedo ou tarde, toda rigidez será dissolvida.
Ainda que seja em soda cáustica...


domingo, 21 de outubro de 2012

Sobre a Crítica

Descobri que adoro gente.
Entretanto, há quem não goste.
Quem sou eu para criticar?
Cada um só expressa o que pode.


Sobre a Paixão

Se o seu coração está em chamas,
Só a água de emoções mais brandas
Pode o fogo apagar.
Haja amor para sublimar!


sábado, 20 de outubro de 2012

Se Fosse Mais Simples, Seria Melhor... Ou, Pelo Menos, Seria.

 
 
Recentemente, assisti, no programa Ana Maria Braga, a uma reportagem sobre uma advogada que abriu uma ONG para cuidar de 290 cachorros que recolheu pelas ruas durante alguns anos, em Saquarema, Rio de Janeiro.
O que vi me fez pensar e lamentei, profundamente, que pessoas interessadas em ajudar a cuidar de crianças que andam pelas ruas e se expõem a virar mais vítimas na estatística dos viciados em drogas, não tivessem mais facilidade, como acontece em relação à adoção de animais.
Não que seja fácil cuidar de 290 cães ou que a advogada que fez isso não tenha esbarrado em inúmeras dificuldades ao longo do caminho. Mas, quando se trata de gente, em especial crianças, a burocracia, as exigências, os obstáculos, retiram toda a paciência e minam toda a energia de quem só quer ajudar, tornando um projeto de vida quase sempre inviável.
Por que se espera sempre o pior do ser humano? Não que o homem não seja capaz de qualquer coisa, que por vezes nem ele mesmo imagina, mas ao cercar de tantos cuidados o processo de pegar alguém pra tomar conta e oferecer amor, vendo possíveis monstros sanguinários, abusadores, sádicos, pervertidos e degredados em todos que se propõem à adoção ou a administrar uma ONG para cuidar de pessoas sem lar, certamente evitamos o que poderia ser legitimar o perigo de oferecer a eles algo pior e então, os deixamos na pior, no lugar onde já se encontram desabrigados, maltratados, abusados, sujeitos às drogas e à morte. Antigamente, era bem mais fácil manifestar o amor ao próximo!
Mas, o que mais me impressionou na reportagem foi o tratamento dado aos cachorros pela amorosa advogada e seus apenas 4 funcionários que manifestam o amor e o respeito pelos animais; conhecendo, a responsável pela ONG, cada um deles pelo nome, dando o amor de dona a cada um em especial e todos passeando pelas ruas de Saquarema com todos eles soltos, correndo, acompanhados pela advogada em sua bicicleta e pelos funcionários em motos, todos como numa brincadeira, com grande alegria e entusiasmo, acompanhados de perto pela população de Saquarema que já se acostumou e apóia o projeto. Tudo isso, sem perigo, sem violência, sem complicação.
Brincadeira! Isso é que é coisa séria!
 
 

De "Bruxo" e "Louco" Todo Médico Tem um Pouco

 


Caro Eros, obrigada pelo seu comentário com texto tão abrangente e oportuno ao momento.
Gostaria de continuar trocando idéias com você a esse respeito e estendendo a discussão a demais leitores e autores do Duelos que estejam interessados no tema.
Penso que o importante não é concordar ou discordar dos pontos de vista aqui apresentados e sim colaborarmos para que se entenda que a ideia é a complementariedade, pois do contrário, continuaremos vendo de um lado os médicos "cientistas" e do outro os "lunáticos". E quem estará impedido de se beneficiar  será o paciente.Isso precisa acabar. 
Por exemplo: se o paciente precisar de uma cirurgia, por que não poderá complementar com Reiki e usar remédios homeopáticos no pós-operatório? Ou, se está em terapia analítica, ser tratado conjuntamente por um homeopata para aflorar mais facilmente os conteúdos do inconsciente? Ou tratar uma doença crônica com um reumatologista e associar acupuntura, terapia corporal e tomar essências florais, para reduzir os remédios alopáticos e seus efeitos colaterais? E o que impede de consultarmos bons radiestesistas  para fazer diagnósticos com custos bem menores do que solicitando apenas exames radiológicos sofisticados?
Da mesma forma, é fundamental não confundirmos responsabilidade com culpa. Não se trata de culpa, não estou acusando os médicos e sim preocupada com a saúde deles também ("saco vazio não fica de pé") e, principalmente, com o fato de na sua prática, acabarem não podendo expressar o quanto poderiam, de um jeito simples, o que têm de sobra: amor, tão reprimidos estão em relação ao que se espera deles do ponto de vista técnico. Sendo a Medicina uma profissão de base idealista, todo médico possui a capacidade de expressar amor e compaixão de maneira simples e direta, onde quer que esteja trabalhando, em hospitais ou consultórios. É isso que o motiva a continuar enfrentando todas as dificuldades que a prática da profissão requer, assim como o equilíbrio, auto-controle, discernimento e desapego do ego, sendo capaz de entender melhor as atitudes dos pacientes, mesmo que aparentem ser desconsideração, falta de responsabilidade ou desrespeito às orientações que lhes dá com tanta esperança e boa vontade.
É lógico que nós médicos somos cidadãos como outros quaisquer, no que se refere às necessidades básicas, compromissos e responsabilidades sociais. As nossas reivindicações e lutas por melhores condições de trabalho e honorários mais dignos é lícita e justa.
Entretanto, quando exerce a sua função, no exato momento da relação médico-paciente, se despe de tudo isso e é somente aquele que está ali para ajudar e fazer com que o paciente saia melhor do que entrou, fique melhor do que está, no nível físico, emocional, mental e/ou espiritual. Não é possível trabalhar desta forma, se não se cuida (ou não pode se cuidar), não se equilibra (haja corda bamba!).
O médico vale muito. Seu movimento de classe é justo como o de outras categorias: professores, bombeiros, policiais, empregadas domésticas etc. Acho que toda profissão é importante e necessária no contexto geral e todas elas têm a sua responsabilidade, isso não é exclusividade da classe médica. Veja o estrago que pode fazer o mau chef, a má cabeleireira, o mau policial, o mau jornalista, a má doméstica, o mau cirurgião, a má babá, o mau dentista, a má manicure, o mau gari.
Realmente, a sociedade sempre esperou muito do médico, por ser uma profissão idealista e nós, médicos, temos que corresponder, porque, na verdade, somos nós mesmos que mais nos cobramos (e muito gastamos nas necessárias e frequentes atualizações e reciclagens). Entretanto, podemos trabalhar cada vez melhor e mais felizes se relaxarmos mais ao encontrar cada adversidade da prática. Afinal, penso que ninguém trabalha "sozinho" e quanto mais estivermos conectados com a nossa supraconsciência (nossos mestres), mais fácil e mais simples será.
Além do mais, meu caro Eros, depois de 31 anos de prática da Medicina, só trabalhando em consultório e em dois grandes hospitais públicos, onde o perfil é o do médico "cientista" na esmagadora maioria dos casos, lamento que especialidades tão importantes como Homeopatia, Acupuntura, Hipnoterapia, Cromoterapia, Terapia Floral, Reiki, Radiestesia e tantas outras ainda sejam usadas só numa minoria, de forma pontual e tímida, quando é imprescindível, nos dias atuais, uma medicina de complementariedade para tratar o doente em todos os níveis. Isto não é oferecer milagres, não é fatiar ninguém, muito pelo contrário, e a estrada do autoconhecimento não deve ser, necessariamente, serpiginosa.
Penso que os profissionais que exercem a medicina com arte sempre têm uma pitada de "bruxos" e "loucos".
Parabéns a todos os médicos! Vocês merecem!
 
 
Em resposta ao texto "O tratamento que o médico precisa", de eros.ramirez,
publicado no blog Duelos Literários.